quarta-feira, 30 de junho de 2010

PROA CELESTE

Jaime Latino Ferreira, Proa Celeste, Junho de 2010
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Como navio nas ondas
por elas deslizo e navego
à tona em minhas rondas
qual equídeo resfolego
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No que procuro me encerro
navego no que em mim sondas
num fio de água ou num rego
em vasta maré não me afundas
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Proa celeste me inundas
do azul em que me rego
do plasma que em mim fecundas
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Da música não fico cego
carrego luzes profundas
e ao invisível o enxergo
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depois de hesitar e uma vez existindo dedico este poema ao extenso diálogo da caixa de comentários da página anterior e, em especial, à mulher de leis, a Dulce AC, que nela pontifica e a um oportuno reparo feito pela Renata
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 30 de Junho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

AUTO - RETRATO

Jaime Latino Ferreira, Impercepção Gráfica, auto-retrato de 2005
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Haverá entre os políticos, entendendo-se estes em sentido lato e não como corporação ou classe, como aqueles cidadãos que sabem que as suas atitudes têm inevitáveis implicações políticas e por mais ténue que possa ser o seu impacto mediático, algum que, em Democracia, é bom de frisar (!), tão longa e persistentemente, em atitude de serviço e entrega, inconformadamente se tenha perfilado e fundamentado essa mesma atitude, ao longo dos anos, sem se deixar abalar ao peso do poder que ainda, autocrático na sua essência e génese sobre os cidadãos se faz sentir, interpelando-o assim e directamente, no benefício da dúvida que não pára de lhe conceder, quanto eu!?
Há vinte e um anos que ao poder democrático o cerco em vastíssima manobra de sedução, tão vasta quanto a minha Obra que neste meu blogue apenas desponta e se aflora, numa atitude que, mantendo a equidistância em relação às forças políticas e no respeito por elas e esse mesmo poder sem o qual nos afundaríamos no caos, dirigindo-me às suas mais altas instâncias simbólicas, aqui como em qualquer outra parte do mundo, na Língua Portuguesa, uma das que mais faladas é à escala global, a ele o incito a dar o passo que pela consagração do cidadão singular, apenas por via da República poderá, terá de ser dado pela consagração da coisa pública em que essa mesma Obra se torna com vista à mobilização global, do topo à base da pirâmide social, a que a emergência dos tempos que correm e logo em nome do equilíbrio ecológico obriga e não se compadece mais!
Os tempos exigem que, com vista à salvaguarda da Democracia que apenas pelo seu aprofundamento e à escala global, os cidadãos se possam nela sentir plenamente identificados e esse reconhecimento apenas pela consagração do indivíduo, do cidadão concreto que obstinadamente, resiliente se perfila e aprofunda a doutrina política que aqui mesmo, ao longo deste ano e meio, se dá, desde logo e sobejamente a conhecer sem pôr em causa tudo o que é fundamental na sua própria defesa e salvaguarda.
A saber:
A liberdade de expressão que pelo contraditório, na sua efectivação não poderá ser inócua, isto é, terá de ter e independentemente do seu impacto mediático, repito, implicações políticas, como é o caso;
O sufrágio universal;
O sistema multi-partidário;
A separação de poderes;
O Estado de Direito.
Como logo se diz na Constituição portuguesa que, estou certo, não divergirá muito das outras constituições democráticas, nos seus artigos primeiro e segundo:
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Artigo 1º
República Portuguesa
Portugal é uma república soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
Artigo 2º
Estado de direito democrático
A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa.
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Se uma situação de direito democrático se aprofunda pela democracia participativa nas suas várias dimensões então, assim sendo, o seu cabal aprofundamento, em todas as provas que tenho dado realizar-se-á, repito, tendo em vista a própria dignidade de quem assim, participadamente a interpela, pela consagração do indivíduo que na sua Obra, ao longo dos anos assim se perfila e entrega, ainda que discreta, sombreada mas transparentemente, em prova de resistência pacífica de elevados custos pessoais mas inabalável diante das variadas esferas e instâncias do poder e do político em particular, com vista à realização da necessária catarse colectiva de que o Mundo carece para a salvaguarda da qualidade de vida que, globalmente e pelas razões sumariamente expostas, mais e mais se encontra ameaçada.
Noutra dimensão e segundo o Evangelho do dia de hoje ninguém que, depois de ter metido a mão no arado olha para trás, é apto para o reino de Deus.
Reino do Homem ...
O meu é um indispensável compromisso com o Homem e a Sua História.
Eu não sou o Messias nem sou um santo antes, isso sim (!), um pecador confesso que sabe, no entanto, que sem o compromisso com o Homem, o reino de Deus dele se estiola e a Democracia nele não se enraizará!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Ao Espelho, auto-retrato do início (!?) da década de setenta

sábado, 26 de junho de 2010

VAU

Jaime Latino Ferreira, Escada, Maio de 2010
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Percorro degrau a degrau
escadaria sem ter grau
de ângulos recto ou raso
seu patamar seja o caso
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Que a pulso feita dê aso
a um nó ou a um laço
seja escadote de pau
ou uma escada de aço
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Seja um baixio ou um vau
seja trave de uma nau
ou uma ponte em que passo
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É nesta escada que caço
sanguínea com varapau
as presas a que me enlaço
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

DESENHO


Jaime Latino Ferreira, Desenho de autor desconhecido e que se perde no tempo
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Coitado do velho desenho
sem ter cor nenhum tamanho
tingido de humidade
ninguém lhe diria a idade
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De colecção raridade
enjeitado na cidade
guardei-o eu por de antanho
perder-se no tempo em que o tenho
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O tempo pintor de castanho
o esborrata sem piedade
com crueldade e assanho
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Dizer quanta claridade
obstinado vos venho
mostrar sua qualidade
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era uma vez um desenho, excluído de um lote por, alegadamente, não ter suficiente qualidade artística
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Pormenor do mesmo desenho

quinta-feira, 24 de junho de 2010

HÁ SEIS MESES

Jaime Latino Ferreira, Provação I, Junho de 2010
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Há quase seis meses, não faltará muito (!), que minha mãe adoeceu, tendo ficado limitada na sua autonomia e em grande parte dependente de nós ...
Como vivemos paredes meias, sobre nós tem recaído grande parte do esforço que, de então para cá, na sua assistência não temos regateado ...
Exímia e incansável, minha mulher não tem parado de se desdobrar e a nossa disponibilidade também!
Minha cunhada e meu filho, eles também e na medida das suas próprias disponibilidades, também têm prestado o auxílio que esta nova situação, de todos nós, positivamente tem vindo a exigir ...
Sucedem-se, para mais, consultas médicas e exames atrás de exames!
A somar a tudo, também a empregada que em casa de minha mãe como na nossa presta serviço e que é da máxima confiança, ela também, de há duas semanas a esta parte adoeceu ...!
E vem isto a que propósito!?
Vem isto a propósito da assistência aos mais velhos de nós para Vos dizer:
Ela não pode ser regateada e tal como eles, quando dependentes o fomos, a nós não no-la regatearam!
Devem, os mais velhos, ser desumanamente desenraizados e atirados para um canto onde para além da doença se vêm privados de suas casas, afinal, extensões deles mesmos!?
Provavelmente, por vezes, será demasiado fácil, cruamente, levantar esta questão ...!
Não posso falar pelo dia de amanhã mas apenas posso dizer que, até agora e subitamente surpreendidos pela incapacidade que a minha mãe lhe retirou a autonomia que tinha, e que autonomia que até a não impedia de conduzir (!), ela tem 84 anos de idade, até agora, escrevia, fomos capazes de fazer frente a toda esta nova situação e sem esmorecer ...!
Minha mãe tem muita força e minha mulher não lhe fica atrás ...
Eu, todos os dias, a elas lhes vou também buscar as minhas e nelas me revejo profundamente gratificado!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Provação II, Junho de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010

INTRÉPIDO - III -

Jaime Latino Ferreira, Trepidação I, Junho de 2010

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Se tremo, não perco a audácia!

Se vibro em mais um escrito, no que assim dito, permaneço resoluto!!

Se reforço a tónica que a Vós me trás uma vez mais, na trepidação desencadeada pela assumpção de mais um texto que toma forma e no calafrio que por vezes me arrebata por inteiro, é porque o vivo intensamente em campanha, incursão que se estende no tempo e contra ventos e marés!!!

E pesem todas as provações ...

Por cada página uma!

E mais uma e outra ainda ...

E quantas mais!?

Colecção interminável de fotografias trémulas, cenas em movimento captadas numa fracção de tempo, vida que se entrega e dá, regista por cada abalo!

Embalo ...

Música de meus ouvidos!

Esgrimidos, amados gestos de meus fluidos.

E outro e outro mais e mais ...

E canta minha voz no que se espanta em palpitações por todos os nomes que se dão!

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trilogia dedicada, na pessoa de Saramago, a todos os poetas
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Trepidação
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Trepidação II, Junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

VIDA - II -

Jaime Latino Ferreira, Vida I, Junho de 2010
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A escrita, esta e a leitura já são, em si mesmas, vida para lá da vida, ponte entre o Ser e o não ser.
Estádios intermédios e que à própria vida a redimensionam.
Se eu não escrevesse ...!?
Não viveria tudo como vivo, não veria tudo como vejo, não ouviria como oiço!
Um dia senti, senti tão forte que como sangue a escrita, quais vozes no meu caminho, se começou a derramar sem mais parar ...
E tudo se redimensionou:
A minha vida, as minhas prioridades, os meus objectivos:
Cada vez que aqui me sento, frente ao teclado e ao monitor, deixo apenas que num impulso logo me continue a esvair em seiva que se espraia por mais e mais, dela me alimentando porque a Vós, também, Vos alimento e ao sonho que assim se mantém vivo ...
Vida!
Vida e sonho são um só.
E o que aqui deixo é mnemónica, lembrete, postagem a lembrar que se estão vivos, aqui os há que conservar intactos, puros, ambiciosos como nunca quais ferretes, pé de cabra que às portas as abra mais e mais e não se fechem e que à vida, sem o sonho, a não cilindre.
Vida:
Sonho sem o qual a vida morre!
Vida!
Vivo porque sonho acordado e logo ao sonho o materializo porque escrevo e pois se não canto mais.
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Vida II, Junho de 2010

domingo, 20 de junho de 2010

INERTE - I -

Jaime Latino Ferreira, Movimento I, Junho de 2010
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Olha-se para um texto escrito e a tudo se assemelha ele com um inerte, sem movimento próprio e aparente, aquilo que produz inércia.
Coisa própria dos corpos que não podem, de per si, alterar o seu repouso ou o seu movimento.
Um texto como aquele que aqui me disponho a desenvolver no inalterável enquadramento com que o acabarei por editar, amálgama de palavras que imóveis se acabarão por fixar, estáticas, paradas, como uma estátua, queda-se para sempre em repouso ...
... ou não!?
Já para não falar da sua génese que por avanços e recuos o levará a tomar a sua forma definitiva, na qual o movimento é uma constante já que os meus dedos não pararão de saltitar de tecla para tecla na voz e no pensamento que em acelerado movimento os vão comandando, a sua estática ou inércia são apenas uma ilusão de óptica ...
A escrita é uma roldana, maquinaria feita dos mais subtis mecanismos, engenho virtual, uma virtuosidade violinística que a quem a leia, sinta, oiça no encadeado das suas letras inamovíveis o levará a escorregar, fluir pontuadamente por elas contrariando a inércia e alimentando a estática ou aquela parte da Mecânica que trata do equilíbrio das forças ou da doutrina do equilíbrio, ele também, das combinações químicas.
Inerte é coisa que, superadas as aparências, a escrita que a um texto o acaba por, uma vez concluído, formatar, não é!
E isto, mesmo para lá do que as letras e palavras, pontuação, signos que ao texto, por fim, definirão, estritamente revelam.
É que, para lá do que se vê, do que fica amostra, do que aqui, finalmente, se acaba, em definitivo, por desenhar, há todo um encadeado de movimentos, tão ou mais subtis do que as próprias combinações químicas que se despoleta em quem usufrua do benefício, do privilégio da leitura.
Como na música, a sua estática é apenas a resistência, que força de enorme dinamismo (!), que se ofereça ao seu usufruto!
Se um texto poderá traduzir um sonho e a poética é-o invariavelmente, nas estritas leis que ao próprio texto o regem, não sei mesmo se haverá coisa mais dinâmica e interactiva com o movimento dito real, do que ele próprio ...
Num texto, pelo que se escreva, permanecemos vivos, realmente vivos, em movimento perpétuo!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Movimento II, Junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

NA MORTE DE UM GRANDE AUTOR

José Saramago
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Na morte de um autor, deste, de José Saramago, como o escrevo logo em ensaio, homenagem na caixa de comentários da página anterior, hesitei entre achar que com a sua morte a língua portuguesa ficou mais pobre ou se se enriqueceu acabando por escrever que se ficou mais pobre, com ele, ela tanto se enriqueceu ...
A língua portuguesa, a cultura universal!
Ficou mais pobre porque, com o seu desaparecimento, ficámos sem o autor que tão longe à literatura de língua portuguesa a levou ao ponto de ter ganho o Nobel da Literatura e, portanto, para sempre privados da continuada riqueza da sua produção artística, criatividade fecunda.
Mas tendo morrido, na sua obra para sempre connosco e universalmente ficou, enriquecendo-nos e às línguas!
Daqui para a frente, num desbravar continuado e na releitura do seu legado tanto conhecido como por conhecer, o autor e a língua, as línguas não pararão mais, na revisitação da sua obra, de renascer.
A obra e por reflexo o autor, reviverão para sempre numa língua que na universalidade se redimensionarão em crescendo.
Não está em causa o personagem e o seu percurso nem tão pouco a minha identificação com eles, conheço-os mal (!), antes o vir a tornar-se num clássico que a prova do tempo que em vida já o consagrou como a nenhum outro, seguramente ditará.
E se eu morresse amanhã!?
O que ditaria a prova do tempo!?
Mesmo sem prémios nem livros editados, num percurso feito de correspondência, de e-mails e deste blogue que se vai paulatinamente dando, sem intermediação que não este suporte, a quem o queira ler e usufruir!?
Afirmo no meu perfil:
Este é o meu livro favorito: aquele que se vai folheando em interacção com os livros dos Outros.
E se o vou folheando vou-me também e aos Outros que comigo interagem imortalizando ...!
Como acontece a quem cria;
Como acontece a Saramago e à língua que o formatou;
Como acontece a todos os que deixam um rastro indelével, por mais virtual que seja, nos caminhos que percorreram.
A minha vida é única e irrepetível e se em epopeia a dou em testemunho ...!?
Nem sempre estive de acordo com Saramago e ainda bem ...
Sendo pertença de nós todos, não é isso que lhe retira toda a sua grandiosidade ...!
Que viva Saramago!
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na morte de José Saramago
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

ENTER

Jaime Latino Ferreira, Home, Junho de 2010
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Se nesta tecla com um dedo
premisse decidido e sem ter medo
entrava num outro mundo
com escadaria em fundo
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Saltaria num segundo
deste lugar que secundo
para uma fachada a que acedo
em lugar onde me quedo
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Mora na casa meu credo
o meu desejo fecundo
anseios de que me inundo
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Outro seria o rotundo
voltear que triste ou ledo
viria tarde ou bem cedo
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

VERDADES QUE DIRIA

Jaime Latino Ferreira, Casa-Museu Verdades de Faria, Museu da Música Popular, Monte Estoril, Junho de 2010
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Que verdades eu diria
na casa museu de fernando
giacometti dançaria
um vira breve ou fandango
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Fica a Casa vou andando
viveiro que espantaria
palácios rondo cantando
prossigo no que faria
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A minha casa seria
textos que desenrolando
ao meu arquivo daria
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São passos que galopando
ao mundo eu escreveria
minha vida trauteando
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( na falta do arquivo que não encontrei disponível no Youtube )
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Casa-Museu Verdades de Faria, Junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

ARTE, CIÊNCIA, RELIGIÃO, FILOSOFIA E POLÍTICA

Jaime Latino Ferreira, Vereda, Junho de 2010
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Na sequência de Caminhos Distintos mas Complementares, clicai sobre o título a azul, volto de novo à liça e pergunto-Vos se, alguma vez, a Arte se pode sujeitar ao sufrágio universal e directo?
A arte, a religião, a filosofia ou o conhecimento científico ...?
Já imaginaram o que seria se, alguma vez, as Obras de Mozart ou de Bach para assumirem a dimensão global no panorama da História da Música que hoje têm, a tivessem granjeado graças ao sufrágio universal!?
Teriam, estou certo, ficado para sempre esquecidas na prateleira!
E a religião ...!?
Já imaginaram se, para comprovar ou não a existência de Deus, para tanto bastasse o Seu sufrágio pelo sim ou pelo não!?
Ou ainda, o que seria se para comprovar a plausibilidade de uma qualquer hipótese científica, para tanto bastasse esse mesmo sufrágio!?
Onde estaríamos nós ...!?
Alguma vez uma obra de arte se compadece com os timings, ritmo ou com os soundbites de uma campanha eleitoral ou de uma sondagem apenas!?
Com o sucesso imediato que seja!?
Alguma vez uma tese científica, um simples ensaio dessa natureza se compadece com eles também!?
E um tratado teológico, filosófico tão só, dizei-me em Vosso juízo pleno!?
Caminhos ...
E voltando a esse meu texto, respondei-me na posse da Vossa seriedade plena, se a profundidade que se espelha neste meu blogue, do seu início até aqui e sem fugirdes a toda a sua densidade, o pathos se compadece, ele também, com timings eleitorais, frases condensadas, resumidas e sintéticas de um facebook, com a pressão de uma reinvindicação estatística ou corporativa tão pouco, ou com as exigências da instantaneidade mediática!?
Onde estaria o meu blogue!?
Sem elas, Arte, Ciência como Religião, a Filosofia nelas incluída, nos estreitos e singulares caminhos que as caracterizam e enformam, veredas, no ritmo próprio em que se desenvolvem e que os instrumentos democráticos não apenas propiciam como potenciam, exponenciam, paradoxo (!), a Democracia não se aprofundava, enraizava, a Política, Política com maiúscula não poderia desabrochar e a confiança, tão em tamanho défice (!), estiolar-se-ia de vez!
Se a Democracia salvaguarda, na sua esfera própria, a vontade da maioria, ela tem de garantir a inviolabilidade de outras imprescindíveis esferas, os direitos das minorias e das singularidades concretas, do indivíduo na sua mundividência não impositiva que aqui se dá em pleno, consagrando-o caso disso seja.
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Junho de 2010

segunda-feira, 14 de junho de 2010

FOLHAS VELHAS


Jaime Latino Ferreira, Folhas Velhas I, Junho de 2010
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Caiem as folhas da árvore
em calçada ou pedra mármore
são como estrelas cadentes
irradiam e caiem rentes
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São o que sobra nos dentes
alinhados de meus pentes
são cabelos que desmaiam
pelo chão por onde caiam
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São folhas velhas que raiam
tristes discursos que saiam
de bocas sem terem sentidos
de sentimentos fingidos
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Acinzentados carpidos
sem serem d'alma esculpidos
folhas que caiem juízos
de cátedras dementes sisos
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Amontoam-se em jazigos
onde amadurecem figos
folhas velhas embaraços
deixai passar os meus traços
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Piso e repiso
o chão que aliso
há folhas velhas
e o meu sorriso
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Junho de 2010

Jaime Latino Ferreira, Folhas Velhas II, Junho de 2010

domingo, 13 de junho de 2010

A SUBJECTIVIDADE IMATERIAL DA BLOGOSFERA

Jaime Latino Ferreira, Cerco Verde Esperança, Sintra, Junho de 2010
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Virtual que é este suporte, em certo sentido imaterial, contém as suas limitações, aquelas que se reportam, exactamente, à sua imaterialidade física.
Expliquemo-nos:
Esta minha saga, empresa em que me meti, campanha começou, já o disse, vai para vinte e dois anos, utilizando então como arma o correio postal.
O correio postal pressupõe o suporte em papel, a carta se quisermos e esta forma literária atravessa todo esse período que se estendeu por muitos anos dirigindo-as a destinatários concretos e definidos, recorrendo a uma forma de envio ela também física e assertiva.
Assertiva porque como setas ou balas, para continuar a utilizar metáforas equivalentes à da arma, bélicas, no percurso físico que faziam a precisos destinatários se dirigiam que como alvos eram por elas atingidos.
Armas pacíficas, elas atestam por si mesmas (!), desenvolviam-se e enviavam-se em espaço físico e no tempo, sem a instantaneidade deste meu blogue, em vagas sucessivas como autênticas rajadas que em direcção à fortaleza que os meus destinatários institucionais simbolizavam os sitiavam e logo a começar por um cerco que num primeiro raid se concretizou pelo envio das minhas cartas credenciais conforme então o demonstrei e por falta de respostas ou pelo silêncio que se adensou e que sobre mim mesmo recaindo, me deixava, igualmente, sitiado, porque não podia desmobilizar nem abrir brechas nesse cerco que montei!
Havia uma precisão material timbrada sempre pela minha assinatura manuscrita, pelo manuscrito integral numa primeira fase, que eles também lhes conferia, aos incontáveis documentos por essa via enviados, redobrada autenticidade sem que se tivesse perdido toda a sua imensa actualidade, oportunidade num caminho, campanha ainda hoje susceptível de ser cronologicamente seguida, do princípio até ao seu termo, no espaço/tempo físico em que se desenrolou.
Montado o cerco físico, verde esperança, tratava-se agora, desde que ao meu blogue o criei, de disparar noutras direcções menos precisas que virtualmente atingissem o Povo, as populações que cercadas sem o saberem, na fortaleza e ao abrigo desses mesmos destinatários, as pudesse, eventualmente, qual Cavalo de Tróia que no seu interior se abre, conquistar para a minha Causa, Pública como de há muito, incansável e sem contestação o afirmo ser.
E estamos aqui, nesta imaterialidade subjectiva, virtualidade em que a precisão do alvo se dilui sem saber até onde eu já fui na consolidação, no enraizamento, numa batalha sem mortos nem feridos ou qualquer tipo de violentações, do cerco que montei!
Aqui, neste suporte, a blogosfera, nem mesmo uma carta dirigida a um destinatário concreto, sei se a terá recebido e muito menos lido ...!
Há a materialidade virtual, musical da palavra que permanece, todavia, tão contundente e acutilante, certeira como sempre.
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Meu Santo António arraial
folguedos sem terem mal
livra-me em teu segredo
destas muralhas degredo
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Junho de 2010
Jaime Latino Ferreira, Santo António de Bordalo Pinheiro, da nossa colecção particular

sexta-feira, 11 de junho de 2010

POLÍTICA

Jaime Latino Ferreira, Vaga de Fundo, desenho de 2007
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Política é o subjectivo das objectividades que se tracem e que estando sempre presente, diante das vagas que se sucedem, com vista a tomar as decisões de fundo na orientação a dar ao exercício do poder, estratégicas como tácticas, dependendo da transparência, pode induzir confiança como desconfiança acrescidas.
É escusado dizer que o subjectivo está sempre presente, dele nos não podemos extirpar e quem o julgue poder fazer está, inevitavelmente, a introduzir subjectividade, aquela de quem dela se pretende livrar, a pior das subjectividades (!), nas decisões que queira tomar.
Não há discurso apolítico!
É claro que a objectividade é fundamental na tomada de decisões e que sem ela corremos o seriíssimo risco de contornar o que não pode ser contornado, essa dimensão fundamental, rígida da realidade ...
Mas sem subjectividade, perspectiva, ideologia e, sobretudo, sem prospectiva, a capacidade de ver para a frente e à sua luz no momento da tomada de decisões não se acertará, tão pouco, em nada daquilo a que nos proponhamos!
Ele há que encontrar o justo equilíbrio entre o objectivo e o subjectivo.
Subjectividade ...
E o que é a subjectividade?
É a incontornável forma do objectivo de que nenhum de nós se consegue despir e mesmo nas ciências ditas exactas!
São as camadas de que qualquer um de nós se reveste, que nos dão uma individualidade própria e única na análise e abordagem dos problemas concretos, dos factos, do que é objectivo!!
É a capacidade de discernir perante o que nos é dado ver!!!
A esse subjectivo se chama política que será com maiúscula se contiver, em si mesmo, mais do que perspectiva ou ideologia, a tal capacidade abrangente, tê-la-á de ter das próprias ideologias que as seja capaz de congregar muito para a frente sem esbater a singularidade de quem prospectiva e sem a qual se perde também a noção do indivíduo concreto em relação ao qual as decisões devam ou tenham de ser tomadas.
Os tempos urgem e quando falo do tempo falo da globalidade do tempo!
No tempo do Um que a Todos na sua singularidade os congregue, mais do que na emergência da situação económico financeira, em nome das alterações ambientais, sem as perder de vista e diante das quais a primeira, dando sinais com elas convergentes e não se compadecendo mais com tacticismos, cito (!), é uma simples brincadeira ...!
Há uma vaga de fundo que se levanta!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 11 de Junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

NO DIA DE UM PAÍS QUE SE QUIS GRANDE

Jaime Latino Ferreira, autor desconhecido, da nossa colecção particular
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Excelentíssimo Senhor
Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva
Presidente da República Portuguesa
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Excelência,
Neste dia de Camões, da língua portuguesa portanto, das Comunidades e de Portugal, a Si me dirijo neste momento de emergência, não há quem não o diga (!), para Vos interpelar directamente.
Há uma questão em que, parece-me, globalmente todos convergimos e essa, repito, consiste em afirmar que se vivem tempos de emergência ao ponto de assistirmos não apenas ao afundar das economias, pelo menos de algumas que por arrasto às outras as não tornam imunes, desiludam-se aqueles que ainda julgam poder viver em fortalezas auto-suficientes (!), mas, pior ainda, ao alarme crescente em relação ao afundar de países de longa história diante da instabilidade monetária, financeira e dos mercados, da economia, de consequências ainda imprevisíveis.
Essa imprevisibilidade somada à tibieza das decisões dos agentes políticos são, em si mesmas, geradoras de desconfiança, essa subjectividade crescente, política que em muito ajuda a explicar a situação global a que se chegou e que reincide, por sua vez, na economia no seu conjunto.
Vem isto a propósito do apelo que haveis feito a que os nacionais fizessem férias não no exterior mas no Seu país e que logo tanta polémica gerou ...!
Como logo se disse, e se todos os chefes de estado fizessem igual apelo aos seus concidadãos!?
Em simultâneo, vieram de novo à liça as duas reformas que legitimamente auferis em acumulação com o que, como Presidente da República, com toda a legitimidade também, tendes direito ...
Apelar é uma coisa, agir pelo exemplo, prescindindo ainda que temporariamente e no exercício do cargo é outra bem diferente, eu, como professor, sei-o muito bem (!) e que, estou certo, se replicaria à medida de cada qual, sem receitas pré-formatadas a raiar o chauvinismo e sobretudo se atendermos ao poder de influência, representativo, que o cargo que exerceis enquanto Mais Alto Magistrado, ainda hoje, tem.
É claro que tendemos sempre a ver tudo à medida comparativa e umbilical, corporativa da nossa situação específica ou de grupo ou então na relatividade do peso específico que a nossa decisão teria, sempre prontos a apontar o dedo aos clichés da demagogia e do populismo mas o Vosso exemplo ficaria e, estou certo, replicar-se-ia em cadeia ...!
Pelo menos em criação de receptividade para os sacrifícios!
O exemplo ...
Se estou completamente à vontade para o afirmar, Professor, de muito tenho eu abdicado (!), de férias inclusivé, faltam grandes exemplos em que a História de Portugal é pródiga, que não só fariam toda a diferença como induziriam doses acrescidas de confiança a que os mercados apelam como quem pede, sem ironias, pão para a boca!
Estou certo que da minha ousadia me ireis perdoar, atenciosamente Vosso
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concluído pelas dez e quarenta e sete minutos deste mesmo dia, ainda antes do discurso oficial do Presidente da República
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

BLOGUE

Jaime Latino Ferreira, Entrelaçado, desenho de 2007
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Um blogue é um suporte público e o que quer que nele se escreva, mesmo que seja lido apenas por uma única pessoa, é público.
Um blogue pode, como o meu, ter um desidério de cidadania, de intervenção cívica que sempre tem implicações políticas e, por isso, sendo público o transforma em coisa pública e por mais exígua que possa ser a sua difusão e ainda que apenas Tu, Tu que me lês o sigas e dele dês parte.
Isso não lhe retira o raio de acção que apenas pelos seus conteúdos e legítima ambição, objectivos se pode determinar com precisão.
Se ele contém um espectro coerente de temáticas, como é o caso e logo constituindo-se em exercício sistemático que da política à economia, da filosofia à hipótese científica, da educação à religião e à arte as contempla e tudo isto na poética formal em que se expõe, constitui e vai desdobrando, então a Causa de que escrevo cresce em dimensão e oportunidade e tanto mais quanto se estende no tempo e a ele mesmo enquanto suporte o precede em muitos anos de trabalho ele também sistemático, igualmente tornado público e já que o raio dos meus destinatários sempre aos três os excedeu por via do correio postal ou electrónico naquilo que considerava ter, ser de interesse público.
Um blogue como o meu reflecte o que vem de trás, excede por indeterminação crescente o raio dos destinatários por ele abrangidos e cresce em dimensão pública à medida que o tempo passa.
Um blogue como o meu é, assim e pelos mesmos meios que a caixa de comentários o permite fazer onde me podem demonstrar, sem tibiezas e directamente o seu contrário, é, escrevia, verdadeira Causa Pública.
Um blogue como o meu, no entrelaçado das suas linhas de força, assim Vos disponhais a segui-lo e analisá-lo de fio a pavio, é, na transparência em que me exponho, Política com letra maiúscula!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Junho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

CAMINHOS DISTINTOS MAS COMPLEMENTARES

Jaime Latino Ferreira, O Meu Tapete Persa, Junho de 2010
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Em Democracia há caminhos distintos de conquista do poder de legitimidade indiscutível, pacíficos e complementares entre si.
Uns e outros são indispensáveis ao aprofundamento e consolidação da própria Democracia.
Por um lado, o caminho do escrutínio popular, aquele que sujeita os candidatos que se perfilem ao sufrágio dos eleitores no indispensável escrutínio que nas suas mãos, nas mãos dos eleitores lhes coloca os instrumentos da eventual eleição desses mesmos candidatos.
Trata-se dos processos eleitorais na prossecução do indispensável sufrágio universal e directo sem o qual não há Democracia.
Por outro lado, o caminho daqueles que, num processo de decisão individual, solitário, no confronto doutrinário com as debilidades do sistema o aprofundam sem abalo das suas convicções, expondo-se publicamente, a nu e sem tibiezas, a todo o contraditório, em nome e em defesa da própria Democracia que pelos meios utilizados se comprovam também, na salvaguarda da equidistância das forças políticas em presença e concedendo sempre o benefício da dúvida ao poder democrático.
Há coisas, de facto, que não se compadecem com a vertigem do momento que passa, o sucesso passageiro, nem com os ritmos e os tacticismos impostos pelas campanhas eleitorais!
E cada vez mais é assim!
Expondo-se numa travessia do deserto que às suas próprias convicções as testam num outro tipo de escrutínio não menos legítimo e que às suas próprias ideias, pela mão dos eleitos, na sua coerência interna as devem por imperativo ético testar, avaliar e sufragar.
Em pleno, a Democracia não se realiza sem a salvaguarda destes dois caminhos igualmente legítimos e complementares entre si.
Eu, pela minha parte, escolhi, optei, no exercício da Liberdade e da livre opção, com toda a transparência e desde há muito pelo segundo caminho!
E a consistência ideológica, estratégica é indispensável, fundamental na prossecução da ideia, do ideal democrático e também republicano que não se faz senão pela sua avaliação pública, pública porque assim exposta, com temeridade e numa prova a estender-se no tempo, na congruência com a praxis do próprio que assim se perfila, candidata, persiste e adianta.
Eu, optando por este segundo caminho e colocando-me nas Vossas mãos, já cheguei até aqui!
O um faz parte do todo e sem qualquer deles, no cruzamento, no encontro das angulares do bem comum com a perspectiva singular que não se podem, nem uma nem outra estiolar, um e outro, um e todo, interesse colectivo e singular esbatem-se e perdem-se de vista.
E tanto mais assim é quanto em momentos de emergência como aqueles com que, globalmente, globalmente repito, hoje nos confrontamos!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Junho de 2010

sábado, 5 de junho de 2010

CHIP

Em vez de cartão, eu próprio divisa com um chip incrustado em mim ...
Ofereço-me como cobaia!
Cobaia de uma conta negativa a saldar-se até que cumpridos fossem ou que me desviasse dos meus compromissos e que, aqui também, neste meu blogue, os vou, em serviço, gratuita e paulatinamente plasmando ...
Ofereço-me como cobaia!
Cobaia como de há muito e sem tergiversar, como nesta Obra feita de contrastes porque complexa e contraditória é a realidade que se desdobra sem fim à vista, não paro de demonstrar.
Ofereço-me como cobaia!
Sem ocultar a sombra nem a privacidade, num gesto voluntário e determinado, tanto quanto a Obra, desde o seu início o vai, progressivamente, desvendando porque não se pode desnudar de uma só vez.
Ofereço-me como cobaia de um simples chip dentro de mim!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Junho de 2010