sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

RESOLUÇÃO TEÓRICA DE UM DUPLO EQUÍVOCO

  On The Wire, fotografia de Rui David a partir de manipulação básica do Photoshop, Outubro de 2010





DA  POLÍTICA  DA  IGREJA  AO  PENSAMENTO  ECONÓMICO  PURO  E  DURO




( este post que é aqui publicado dia 6 de Fevereiro, surge datado de dia 4 do mesmo mês porque foi então que não apenas ao texto o conclui, praticamente, na sua fórmula final como logo nessa data seguiu para um leque expressivo de destinatários )




à escala global, o problema das lideranças políticas consiste em que todas elas e independentemente do quadrante em que se situem, obstinadamente, persistem num duplo e lastimável equívoco económico, a saber

uma das suas faces remete para a obsessão do crescimento como se pudéssemos continuar a crescer indefinidamente quando o que se imporia e não se trata de um mero jogo de palavras, será, antes sim, o desenvolvimento sustentado sendo que por ele, é o próprio globo que sangra

a outra das suas faces e que ao desenvolvimento sustentado permitirá conduzir, remete para a não menor obsessão em se considerar a deflação como um tabu uma vez que na condição de esta vir a ser controlada, tal como a inflação, desejavelmente, o deverá ser e é ainda que cada vez mais penosamente, na inversa da sua curva e no fim do ciclo, em vez de passarmos a auferir menos, em termos relativos, passaríamos a auferir mais e mesmo se passando a ganhar cada vez menos até chegarmos ao rubicão da numeração negativa o que implicará, em simultâneo, a retirada de circulação progressiva das divisas, tendencialmente, equiparadas e a adoção universal e definitiva do dinheiro de plástico ou de um chip, mais ecológico ainda, logo por essa via se poupando as florestas e contendo a poluição

o peso da dívida diminuirá e mais atempadamente os credores verão os seus empréstimos e com valia ressarcidos no pressuposto de deve e haver e tal como os restantes rendimentos estarem indexados à deflação

não sendo a primeira vez que sobre estas matérias me pronuncio mas, agora, plasmadas nesta até aqui ausente transparência sintética e que não menos se revela estratégica, uma vez resolvido este duplo equívoco a obrigar a toda uma complexa mas simétrica engenharia financeira não sei até que ponto, de facto e irremediavelmente, já em curso, o desenvolvimento sustentado e a contento estará, finalmente, à mão de semear, dando-se início, então sim, a um verdadeiro ciclo económico virtuoso com consequências positivas e, quiçá, inesperadas na empregabilidade










Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Fevereiro de 2015