em contraciclo, assim e abusivamente, legendo esta
fotografia
Na situação de fortes e
crescentes constrangimentos em que se vive, causas há que, julgando-se,
estariam definitivamente na ordem do dia para não mais serem obliteradas tendem,
no entanto, a ser remetidas ao limbo do qual, ainda há quem entenda, nunca
deveriam ter saído.
A saber:
Somados aos direitos
universais à educação, à saúde, ao trabalho e a uma segurança social condignas,
a igualdade entre os géneros, os inalienáveis direitos das minorias, a
importância das artes como valia cultural inexcedível, a Cultura lato senso considerada,
a abnegada defesa da democracia representativa e o aprofundamento da democracia da qual os itens anteriores são sua parte
integrante, a importância dos saberes de ponta mais ou menos técnicos ou
científicos e as humanidades independentemente do seu impacto direto na
economia, um desenvolvimento socioeconómico amigo do ambiente, em suma, assim
resumiria as causas da felicidade possível que hoje, mais do que nunca, importa
reafirmar.
Causas que ameaçam ser
cilindradas pela voracidade impiedosa dos números que, encarados linearmente, a
tudo o mais, num retrocesso inadmissível que o desemprego crescente e as
dificuldades, fazendo-as esquecer, tendem a esmagar e a elas se impor.
Mais do que nunca importa
manter bem altas estas bandeiras:
É em contraciclo que elas
têm de ser, firmemente, hasteadas para que o futuro, nele incluído o dos
números, se mantenha em aberto, mais aberto do que nunca.
Estas causas, em si
mesmas, não são luxos antes a diferença entre civilização e barbárie.
os números não são uma verdade absoluta
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Novembro de 2012
1 comentário:
e que estas causas
sejam o efeito de uma civilização mais humana e justa.
Enviar um comentário