desenho de Manuela Baptista
Para lá das ditaduras, a
democracia representativa, estrito senso considerada, será o fim da História?
Na História, ela é um marco
incontornável, sim, incontornável e imprescindível, uma condição mesmo, mas até
para sua própria salvaguarda ela não é, não pode ser o fim da História.
Pela democracia
participativa, a democracia formal ou representativa tem de ser aprofundada.
Democracia participativa.
Que vem a ser isso?
É aquela que leva os
cidadãos, organizados ou singularmente considerados a intervir, a participar
politicamente para lá, muito para lá do exercício do sufrágio universal que a
primeira, a democracia representativa disponibiliza nela incluídos os restantes
instrumentos e órgãos de soberania, garantes da Liberdade, sem a por em causa
mas indo para além dela ou melhor, fortalecendo-lhe as próprias raízes ou os
fundamentos da representatividade.
Fortalecendo-a pela pressão
grupal ou das massas, das multidões, dos lobbies, da média, das classes e dos
partidos mas, também, pelo exercício político singular que a faz afirmar-se
muito para lá do espectro grupal, sempre, mas sempre macrocósmico.
Corporizando-se naquele outro
microcósmico, o da singularidade, do que para lá do grupal a representatividade
estrito senso abafa, tal como a árvore às suas raízes as não deixa ver ou
emergir.
Não deixa afirmar singular
e politicamente.
E que levanta a questão do
papel do indivíduo na História que o tem também.
Tudo isto desde que,
resiliente, o indivíduo persevere no espírito da representatividade democrática
onde este, o indivíduo pode, deve ter um papel soberano e, por isso mesmo, não
menos representativo.
Mandela é disso um exemplo extremo embora ou por maioria de razão na transição da
ditadura para a democracia plena.
O aprofundamento
democrático revê-se, em última instância, no indivíduo singular, baliza, ele
próprio, dos direitos da pessoa humana.
Razão de ser que a própria
Democracia, em última instância, serve.
O fim último a que a
Liberdade se destina, o indivíduo singularmente e não estatisticamente
considerado.
Da Constituição Portuguesa, dos seus Princípios Fundamentais, ao
seu Artigo 2º, para aqui o transcrevo:
Artigo 2.º
( Estado de direito democrático )
A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na
soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política
democráticas, no respeito e na garantia de efetivação dos direitos e liberdades
fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização
da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia
participativa.
Será preciso chegar a
extremos como aqueles da luta contra as ditaduras para que sobreleve o papel do
indivíduo na História na luta pela Democracia o que implica não apenas a sua
instauração mas, também, o seu aprofundamento?
Não, não é preciso, sob
pena da Democracia ou daquela representativa, podendo-se instaurar não se
chegar a aprofundar fragilizando-se, refém das ditaduras que fica.
Há vinte e quatro anos
que, resiliente e balizado pela democracia representativa, não paro de
participar, tudo fazendo, por meios pacíficos e, logo, democráticos na equidistância
em que me mantenho, por à primeira a aprofundar.
Mandela, pelo espírito da reconciliação, instaurou a democracia representativa
mas, pese embora o seu grandioso exemplo, não foi mais longe do que isso.
Tão longe que ele foi!
No seu desapego ao poder e
em tempo de vida útil, derrubando as fronteiras raciais, como o poderia ter
conseguido ir?
Ele juntamente com os seus
pares?
Que passo de gigante não
realizou?
Há vinte e quatro anos,
repito, eles não se medem apenas pelo tempo de existência deste meu blogue mas
pelo início da minha produção escrita, empenhada e coerente, já nos idos de
1989 que em Democracia e sempre zelando por ela e pela sua natureza
representativa que, resiliente e abdicando de todo o poder que não o da palavra
que o mesmo quer dizer da independência e liberdade das minhas próprias ideias,
não entro em pormenores porque o registo, todo ele, existe e pode ser seguido,
não paro de as aprofundar, aprofundando com elas a própria Democracia que na
sua representatividade estrita não encontra o seu fim histórico.
Não sem que não soubesse e
tivesse sentido na pele os efeitos da ditadura que a precedeu.
Sempre, mas sempre
congregando em vez de dividir.
Congregando e unindo,
reconciliando forças e para lá das barreiras segregacionistas do dinheiro que
quantas vezes também o são.
No um, o outro ou eu
próprio a quem ela, a Democracia, em última instância, se destina, nele se revê
e serve.
O um, sem mais, despido de
qualquer apoio que não o das minhas ideias, ideias compatíveis com a Democracia,
permanecendo sem esmorecer e sem delas, das ideias, alguma vez, abdicar.
Por opção própria,
mantendo-me refém da prisão livremente consentida em que elas, as ideias,
coerentes desabrocham e florescem.
Comprometendo-me sempre e
por cada texto que escrevo no apego democrático inquebrantável.
Que ritmo e intensidade a
mim próprio, eu não me impus!
E agora?
Será que chegámos ao fim
da História?
se as democracias representativas não se aprofundarem até
à raiz do um nas suas idiossincrasias e mundividências ao encontro da
Democracia que não paro de desenvolver, aprofundar quer dizer isso mesmo, o
espectro das ditaduras, sempre associadas ao exercício da violência, continuará
a marcar o passo dos tempos históricos e a Democracia não se aprofundará
feliz ou santo Natal de 2013 e um bom ano de 2014
e a partir de 7/01
se só é pátria aquela que pensa e a minha pátria é a minha língua com a
qual penso e ao meu pensamento o consubstancio, se sou pátria, inteiro me dou
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de
Dezembro de 2013
23 comentários:
AOS MEUS LEITORES
FIM
Perguntar-me-ão:
Fim da estória?
Ao longo de cinco anos de intensa e intensiva produção cidadã sempre original, de tal ordem que somando as páginas deste como do facebook elas ultrapassam os mil e quinhentos textos, quinto aniversário que tem lugar a dois de Janeiro próximo por a minha Amiga Filomena Claro, em 2009, me ter oferecido o meu blogue, chegou o momento de me impor a mim mesmo uma licença sabática que independentemente do que venha a seguir é mais do que merecida.
Merecedora de continuação ou de fim?
Sendo certo que o que escrevi na estratosfera pairará para consulta pública, se de mais merecido for, o tempo encarregar-se-á de o decidir.
Vosso
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Dezembro
as estórias, são como as lutas,
infindáveis
talvez, talvez, nem todas as respostas estejam na democracia
da estratosfera apenas sei que deve ser redonda
e agora, quem é que mudará a música?
.
.
. boas festas . Jaime .
.
. abraço .
.
.
Kriu?
Nem penses! Era só o que faltava!
Escreves e tornas a escrever neste teu blogue, que te irá, progressivamente, desvendando, não me chame eu Kika Assunção Suricata Esteves!
Entretanto, Bom Natal para ti!
Kriu!
Kika Assunção Suricata Esteves
Reino dos Céus, 19 de Dezembro de 2013
Olhó preguicento... Vistes?!
Feliz Natal
... e espero encontrá-lo em 2014 de novo aqui. É obrigatório, direi.
Um abraço
MENINA MAROTA
Embora, reconhecido, A entenda, obrigatório é uma palavra muito forte!
Umas Boas Festas para Si e para todos os Seus
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Dezembro de 2013
Feliz Natal à Música
e a todas as tuas Palavras
.
.
. e,,, .
.
. antes ainda que o ano cresça . e que o agora menino se torne adulto . para que possa ser o palco de tantas as vidas . de todas as vidas . inteiras e dianteiras . para usufruir .
.
. venho .
.
. desejar.Lhe um bendito ano de dois mil e catorze .
.
. um abraço .
.
.
FREE TO SEE
Beethoven
Gould
and me
variations
free to see
Jaime Latino Ferreira
Estoril the 7th January 2014
afinal a música mudou-se sozinha...
Kriu?
"Quem aos 60 já não 70, aos 70 já não 60."
Regresso no sábado, dia onze de janeiro do ano da graça de dois mil e catorze!
Kriu!
Se puder, também apareço! Dependerá dos meus afazeres a sul...
hoje para festejar,
vou-te infernizar o dia!
.
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. meu querido amigo,,, .
.
. no dia do Seu aniversário .
.
.
. dou.Lhe . os meus parabéns .
.
.
. ampla.mente sentidos . e que este dia se repita por muitos e agradáveis anos .
.
. onde a saúde . a paz . e a felicidade . Lhe sejam uma constante diária . e inteira.mente infinita .
.
. Tenha pois . um dia feliz . :) .
.
. um forte abraço .
.
. paulo .
.
.
Olhó preguicento a encher-se de doces, lambuzado de mousse de chocolate e com uma bolinha de chantilly bem na pontinha do nariz!!!
Parabéns, Jaime, ladino à maneira!
Kriu?
Pouso momentaneamente apenas e só para te dar os meus parabéns!
Que nunca venhas a ser um peso mono para a economia, nem a representação inequívoca de mais um buraco na estrada, como diz a nossa querida Nela Azeda o Leite!
Toma lá uma bicadinha e nada de excessos!
Kriu!
parabéns, Jaime!
e hoje, Sim
Estoril, 11 de Janeiro de 2014
:))))))
Jaime,
Cheguei agora para dar 1 abraço de aniversário + 1 de amizade +1 de carinho + 1 de saudade e dizer que os amigos estão no coração !
Beijinhos que são dois.
Ana Simões
AINDA E APENAS PARA VOS DIZER
Caros Leitores,
O meu silêncio vai-se arrastando já para lá de um mês mas ele continua prenhe de informação como, por feedback, me foi sugerido por um Amigo meu ao fazer-me a seguinte pergunta:
- Então, permanece em blackout?
Blackout.
Eis a designação correta para a minha presente atitude que, no entanto, não dá mostras de se refletir no número de consultas diárias ao meu blogue, entre as quarenta e as cinquenta e que não dá mostras de esmorecer, frequência que se mantem, diria, satisfatória.
Isto sem recurso a quaisquer expedientes publicitários!
Assim permanecerei.
Vosso
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Janeiro de 2014
Kriu?
Encontrando-se este blogue, apenas e só, disponível para "consulta pública" desde 12 de Dezembro de 2013, eis chegada a hora de apresentar os resultados consolidados para o período em análise:
50 Dias de "consultas públicas".
50 Dias x 50 visitas diárias = 2.500 "consultas públicas" efetuadamente comprovadas.
2.500 "consultas públicas" x 20,65 Euros relativos à Taxa Moderadora devida, dado tratar-se de "consultas públicas" = 51.625,00 Euros
51.625,00 Euros - 20% Contribuição Extra.mais.do.que.ordinária de Solidariedade = 41.300,00 Euros (Quarenta e Um Mil e Trezentos Euros Europeus).
41.300,00 Euros tem a receber o autor deste blogue!
[Ou "Thb" 1.845.158,589.]
Vamos lanchar? ;)
Kriu!
KIKA
Kriu!!!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 2 de Fevereiro de 2014
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