quarta-feira, 22 de junho de 2016

DIÁLOGO (AB)SURDO





Richard Diebenkorn, Berkeley No.57, 1955








- bem-hajas, que mais queres que te diga?

( como poderia eu recusar um bem-haja, não é coisa que se faça, aceita-se sempre. Gratificado, aceita-se sempre uma boa intencionalidade que nos seja transmitida mas que mais eu quero? Uma resposta substancial! )

- triste e mal agradecido, se não respondo é porque não respondo, nem por isso te calas, se respondo é porque respondo e lá segues tu a falar sozinho!

( que queres, de substancial tenho que quer seja contigo e o teu bem-haja ou quer seja contigo e o teu silêncio, a inspiração não se interrompe e é essa, também, a riqueza da Democracia e de quem nela se conforma: neles há respostas substanciais para tudo e o seu inverso. Já o contrário que não se substancializa e quanto mais o tempo passa, num bem-haja, julgando que resolve mais pode, eventualmente, complicar e comprometer-se. É que se queres o meu bem-haja, para o bem do Povo, melhor terás tu de agir e tanto mais quanto a posição que ocupas sem me deixares, tão pouco, à míngua já que no um se vê o todo e mesmo se lhe chamas Povo tal como a este é pelo um que se abraça. Um bem-haja é uma poderosa saudação, reconhecimento, só falta que da tua parte o concretizes e pelo menos numa coisa concordo contigo: imagem e reflexo são bem mais substanciais ou complexos do que à primeira vista podem parecer, por isso e porque nenhum sinal expresso me é dado em contrário, nesta minha veia ininterrupta, o único poder que me assiste, teimo em persistir. )














Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Junho de 2016






1 comentário:

manuela baptista disse...

bem hajas! que és muito teimoso, homem :)