quem firme se mantém com toda a resiliência e sem
desfalecer durante trinta anos, faltará pouco para se completarem, com o silêncio aprendendo a conviver na equidistância e na
oportunidade dos factos e pela palavra escrita, não menos silenciosa quanto reflexiva, desta feita, se afirma, está em muito boas ou
excelentes condições de à Paz a estabelecer e de no público silêncio, sem oralizar, portanto, se aguentar ao bulício
dos intempestivos dias
eis o que mais falta faz
sem ceder à tentação dos soundbites tão conformes às redes sociais e do púlpito
ou do microfone que são uma e a mesma coisa e, não menos, trampolins de demagogos e de populistas, assim como eu haja quem nessa postura cultivada ao
longo de décadas, com toda a resiliência, repito, permaneça sem cessar
valorizando o que tão desvalorizado está:
o silêncio sem o qual não há música, apenas o ruído que é fonte de todos os impasses, dissabores, disrupções
e rupturas
o silêncio gerador de Harmonia escrita com maiúscula ou entendida na sua
mais lata aceção, isto é, para lá de toda a necessária quanto democrática dissonância
no silêncio toda a música e a palavra
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Setembro de 2018