domingo, 23 de setembro de 2018

O SILÊNCIO E A PALAVRA














quem firme se mantém com toda a resiliência e sem desfalecer durante trinta anos, faltará pouco para se completarem, com o silêncio aprendendo a conviver na equidistância e na oportunidade dos factos e pela palavra escrita, não menos silenciosa quanto reflexiva, desta feita, se afirma, está em muito boas ou excelentes condições de à Paz a estabelecer e de no público silêncio, sem oralizar, portanto, se aguentar ao bulício dos intempestivos dias

eis o que mais falta faz

sem ceder à tentação dos soundbites tão conformes às redes sociais e do púlpito ou do microfone que são uma e a mesma coisa e, não menos, trampolins de demagogos e de populistas, assim como eu haja quem nessa postura cultivada ao longo de décadas, com toda a resiliência, repito, permaneça sem cessar

valorizando o que tão desvalorizado está:

o silêncio sem o qual não há música, apenas o ruído que é fonte de todos os impasses, dissabores, disrupções e rupturas

o silêncio gerador de Harmonia escrita com maiúscula ou entendida na sua mais lata aceção, isto é, para lá de toda a necessária quanto democrática dissonância





1, 2



no silêncio toda a música e a palavra






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Setembro de 2018





1 comentário:

manuela baptista disse...

Muito bonito!

a Beleza silenciosa