das entrelinhas que dela se abrem, abrem e não fecham
Do que me parece sobre o
que, em diálogo com o Papa, Lhe escrevi na minha página anterior:
Ao seu apelo de oração por
que se transmita a fé em diálogo com a cultura, respondo-Lhe com a questão
essencial, primordial, chamei-lhe no meu blogue que, em simultâneo, sendo
cultural é, também, uma questão de fé e/ou não fé, aquele a que chamaria o
diálogo dos diálogos culturais.
De fé e/ou não fé já que
uma não vive sem a outra e Deus sem ambas!
Havia mesmo de se invocar
o Santíssimo se Nele não houvesse quem não crê-se e se, portanto, constituísse
uma clamorosa evidência!
A questão de crer ou não
crer que poderia ser considerada como estando na génese de toda a conflitualidade
entre religiões e culturas, no meu curto texto, intelectual e/ou culturalmente,
num ápice, a resolvo pondo a nu, essa
sim, uma evidência e pleonasmo à parte, no induzido elogio da separação de poderes
abrindo espaço, consagração reforçada à laicidade, nomeadamente, a dos Estados
hoje tão questionada, vista a partir da perspetiva do crente e ao encontro dos
desejos do Papa - não nos esqueçamos que
é no Novo Mundo que reside o dilema com que a Igreja se defronta, tanto mais
quanto na concorrência com outras que lhe vão levando a palma e que,
simbolicamente, à eleição de um Papa sul-americano justificou - num breve
texto que é, em simultâneo e em si mesmo, um ato de fé quanto de cultura sem
deixar o encargo por mãos alheias!
E instando à Paz que, na
laicidade, apenas nela lhe está implícita, neutralizando, intelectualmente que é por aí que tudo começa, o terror.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Janeiro de 2019