Matisse em Le bonheur de vivre
A deriva do economês é um linguarejar esquisito que tomou de assalto a praça pública e que, a muitos contaminando, está na ordem do dia.
Do PIB, ao défice e às dívidas soberanas, à voracidade dos mercados e às receitas milagrosas para o crescimento económico, o economês apossou-se do discurso público mesmo entre aqueles que lamentam o assim considerado destronar da política.
Insistindo na importância da decisão política, prontamente o discurso se enche do economês conspurcando o domínio público, não há quem não o domine (!) e logo nos próprios termos tão abusivamente utilizados, dando de barato a política que, pesarosamente, no próprio discurso se enterra:
Um engenheiro fala com todo o à vontade em economês;
Um jurista, porque não, está mais do que habilitado ao domínio do economês;
Um arquiteto, se ainda tiver crédito, constrói mesmo casas debitando economês;
Um cidadão comum e com grau incerto de habilitações, sem papas na língua, desemborra economês da boca para fora;
E os economistas, senhores da ciência económica tão em paradoxal descrédito, atemorizam-se rendidos ao economês.
Quando se diz que a política foi destronada o que, em bom rigor, se está a dizer é que o economês que toda a gente domina, porque não (!?), passou a condicionar o léxico comum.
Pois eu, pela minha parte, não falo nem escrevo em economês:
Perguntem-me o que é o PIB e eu calar-me-ei;
Auscultem-me sobre receitas para contrariar o défice ou fazer face às dívidas soberanas e ouvirão, da minha parte, um sepulcral silêncio;
Apontem-me a voracidade dos mercados e, qual boomerang, redirecioná-la-ei sobre vós próprios;
Sondem-me sobre o crescimento económico e, aí, decidido, remeter-vos-ei para as alterações climáticas!
Pois então, não estão estas associadas ao crescimento económico exponencial a que, de há séculos a esta parte temos assistido e que, saudosamente, se persiste, sem dele medir as consequências, em invocar?
Sim ou não!?
E como é que se pode falar, sobranceira e inocuamente, de economia para um lado, de ecologia para o outro ou da ausência da política ainda para outro lado sem ser numa visão integrada e transdisciplinar que a todas estas disciplinas as coloque em prospectiva salvaguardando a coerência integrada sem a qual, corporativamente, não apenas não se aborda coisa nenhuma como se cavam crescentes assimetrias!?
Para mim é claro:
O economês é linguagem da moda em que eu não embarco e concedendo soberania à política que, apenas ela, poderá fornecer sustentada racionalidade a todas estas disciplinas e não só, em abordagem multidisciplinar a quem as domina concito na criação, dinâmica, de prospectiva que seja verdadeira e mobilizadora porta de saída.
Estratégia Global de Desenvolvimento!
Política é isto, meus Caros, e o resto é conversa fiada nas malhas de uma roda estonteante que não sai do mesmo sítio!
gira que gira sobre ti próprio e de tontura em tontura espalhar-te-ás ao comprido
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Dezembro de 2011
4 comentários:
o economês e a estupidez,
são as linguagens mais utilizadas
tens toda a razão com a estratégia global de desenvolvimento, assim a mobilização se faça
no entanto, esta semana que aí vem e que decreto começa já hoje, eu, moi, je
vou falar natalês!
MANUELA BAPTISTA
Tens toda a razão, está chegada a hora de celebrarmos o Natal!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Dezembro de 2011
Hoje estou aqui para agradecer sua amizade .
E desejar um Santo Natal a você e sua familia preciso acarinhar minhas lindas
amizades fico temerosa de deixar alguém sem passar no blog.
Esta postado no meu blog um presente de Natal feito com muito carinho.
Caso gostar esta a seu dispor e louvo a Deus pelo previlégio de conhecer você.
Que perdure para sempre esse carinho essa amizade tão linda te amo ..te amo..
Beijos no coração .
FELIZ NATAL..
Vou continuar te seguindo e te amando sempre.
De mãos dadas rumo ao futuro.
Evanir
Jaime,
Está na ordem do dia vir aqui e desejar um Feliz Natal para os queridos amigos
Abraço de carinho
Linda Simões
Enviar um comentário