On The Wire, fotografia de Rui David a partir de manipulação básica do Photoshop, Outubro de 2010
DA POLÍTICA DA IGREJA AO
PENSAMENTO ECONÓMICO PURO E DURO
( este post que é aqui publicado
dia 6 de Fevereiro, surge datado de dia 4 do mesmo mês porque foi então que não
apenas ao texto o conclui, praticamente, na sua fórmula final como logo nessa
data seguiu para um leque expressivo de destinatários )
à escala global, o problema das lideranças políticas
consiste em que todas elas e independentemente do quadrante em que se situem, obstinadamente,
persistem num duplo e lastimável equívoco económico, a saber
uma das suas faces remete para a obsessão do crescimento
como se pudéssemos continuar a crescer indefinidamente quando o que se imporia
e não se trata de um mero jogo de palavras, será, antes sim, o desenvolvimento
sustentado sendo que por ele, é o próprio globo que sangra
a outra das suas faces e que ao desenvolvimento
sustentado permitirá conduzir, remete para a não menor obsessão em se
considerar a deflação como um tabu uma vez que na condição de esta vir a ser
controlada, tal como a inflação, desejavelmente, o deverá ser e é ainda que
cada vez mais penosamente, na inversa da sua curva e no fim do ciclo, em vez de
passarmos a auferir menos, em termos relativos, passaríamos a auferir mais e
mesmo se passando a ganhar cada vez menos até chegarmos ao rubicão da numeração
negativa o que implicará, em simultâneo, a retirada de circulação progressiva das
divisas, tendencialmente, equiparadas e a adoção universal e definitiva do
dinheiro de plástico ou de um chip, mais ecológico ainda, logo por essa via se
poupando as florestas e contendo a poluição
o peso da dívida diminuirá e mais atempadamente os credores
verão os seus empréstimos e com valia ressarcidos no pressuposto de deve e
haver e tal como os restantes rendimentos estarem indexados à deflação
não sendo a primeira vez que sobre estas matérias me
pronuncio mas, agora, plasmadas nesta até aqui ausente transparência sintética
e que não menos se revela estratégica, uma vez resolvido este duplo equívoco a
obrigar a toda uma complexa mas simétrica engenharia financeira não sei até que
ponto, de facto e irremediavelmente, já em curso, o desenvolvimento sustentado
e a contento estará, finalmente, à mão de semear, dando-se início, então sim, a
um verdadeiro ciclo económico virtuoso com consequências positivas e, quiçá,
inesperadas na empregabilidade
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Fevereiro de 2015
7 comentários:
pois assim explicado, simples seria, será
que seja
a vida, a Terra, uma Cantata de paz e prosperidade para todos
Kriu?
Ou se trata de um "duplo equívoco" ou acabei de te ler agora mesmo algures onde costumo pousar...
Kriu!
Que bem que tocas à gaita!
Parabéns, oh soprador...
Olhe, é a primeira vez que venho aqui, mas só para dizer que visitei.
Já deve saber que sou a Jacintinha, tenho mobilidade reduzida, mas isso é sempre a minha desculpa para só ir onde me apetece :-)
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. de chiang mai . Envio.Lhe um fraterno abraço .
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. 2.20 a.m. .
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Prezado amigo, devo reconhecer que as vossas dúvidas são correctas, mas é preciso esclarecer que estamos falando de economias de países desenvolvidos e também de lideranças políticas interessadas em manter o poder como objectivo fundamental.
Enquanto ao crescimento, só é possível quando existe poupança ou margem para se endividar (também poupança, mas externa). Em teoria, o crescimento permite melhorar a qualidade de vida das pessoas e, portanto, é altamente desejável. Mas aquelas lideranças políticas pretendem crescimento para arrecadar mais impostos e manter a despesa pública em valores elevados, o que facilita a manutenção dos seus "privilégios".
É por essa razão que a deflação é um tabu, por que diminuiria a arrecadação, aumentando o deficit fiscal, ou reduziria a possibilidade de aumentar as despesas.
A inflação é devida à emissão incontrolada de dinheiro, sem ter a contrapartida na produção de bens e serviços, ao invés da deflação, que é devida a um aumento da produção de bens e serviços maior que a emissão correspondente de moeda ou ao aumento geral da produtividade, por exemplo, por razões tecnológicas.
As grandes crises financeiras foram sempre devidas à intervenção dos poderes públicos na economia, o que já se fazia séculos atrás, quando se falsificava a cunhagem de moedas de prata ou ouro com ligas de metais não nobres, como o chumbo, o zinco, etc. Hoje são os bancos centrais os encarregados dessa tarefa.
Portanto, assim como não é possível pedir à raposa para cuidar o galinheiro, também não podemos pedir aos poderes políticos que resolvam os problemas económicos ou financeiros, pois eles são parte dos mesmos.
GUILLERMO MORALES BLANCO
Caríssimo,
E se esta Sua analogia final não correspondesse à realidade ou melhor e se os poderes públicos, afinal, ao contrário de serem parte do problema fossem antes o caminho da sua resolução?
Em todo o caso, muito Lhe agradeço a atenção que a este meu texto lhe prestou.
Um grande abraço para Si e para Sua mulher
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Junho de 2017
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