terça-feira, 13 de outubro de 2015

A SILENCIOSA PRISÃO DA LIBERDADE




Picasso, La Paloma De La Paz sendo que a Paz é livre ou não a será de todo








vivo na silenciosa prisão da Liberdade






porque a palavra escrita é silêncio prenhe de expressividade ao ponto de se poder converter, organizado, no seu simétrico sonoro ultrapassando as aparentemente intransponíveis fronteiras da superfície espelhada que em si mesma é



porque à palavra assim dada me encontro amarrado num encadeado que às masmorras as fazem zombar de inveja uma vez que esta última é um sentimento próprio de quem à Liberdade a amesquinha



porque a minha prisão silenciosa, feita em nome de e pela Liberdade, é livre, logo, auto consentida




e ao viver assim a troco de quantos custos, só eu e os meus mais próximos o sabemos, as algemas quebram-se e o pensamento, verdadeiramente, flui tão solto que ao mundo e às estrelas do universo os abarca

tão mais solto quanto pelo silêncio escrito, presente sim, pelo silêncio omisso, ausente não, fica preso, amarrado, agrilhoado à Liberdade












Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Outubro de 2015




1 comentário:

manuela baptista disse...

um canto ao mundo e às estrelas, embora pareça que não


muito bonito!