Jardim
de minhas deixas
de minhas deixas
murmúrios
e queixas
alvoraçadas
roseiras relhas
que são iscos
de apanhadas
buganvílias daninhas
alinhadas
em coboiadas
de surpresas escondidas
nas frésias
queridas
sempre e sempre renovadas
Jardim
deste confim
mundo a que vim
plantada nele a casa
e a araucária gigante
sem mais ter fim
altaneira
bandeira
deste festim
Jardim
que é meu refúgio
antúrio
amado
no lugar
perdido em si
que conta
quanto ele
fala por mim
num castanheiro repleto
que à magnólia
lhe diz sim
Jardim
o lugar certo
que está por perto
que de minha janela
vejo sempre em aberto
mesmo se em desmazelo
e de meu teto
o olho
numa carícia
com que lhe acerto
Jardim
de folhas velhas
minhas pérolas
de um ano findo
que a um novo
o faz bem-vindo
Jardim
de laranjeiras e limoeiros
ameixoeiras
dos frutos
que em mim nascem prazenteiros
ninho agridoce
em que desperto
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 30 de Dezembro de 2015
4 comentários:
jardim
o lugar secreto onde adormece o inverno e os pássaros são os reis de todas as folias
para mim, o quintal
para ti, um feliz ano novo!
o meu, queres tu dizer
Há jardins assim...
Jaime, gostei imenso de conviver contigo durante o ano que agora acaba.
Caro amigo, desejo-te um FELIZ ANO NOVO, tal como à tua família e aos que te são mais queridos.
Abraço.
Feliz Ano Novo
obrigada pela Poesia,
p'la simpatia...
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