segunda-feira, 18 de julho de 2016

PERGUNTA & RESPOSTA





Dyakonov Yuriy, Dialogue With A Bird







será que pelo facto de eu ser oriundo de um país em dificuldades, sou menos cidadão do que qualquer outro?

não me parece e por maioria de razão acresce que na diferença de tratamento de que todos, por sermos diferentes, somos credores porque só um tal critério garante a equidade, aja-se, pois, em conformidade

vai sendo tempo e em vida útil que muito tenho para dar, o tempo vai-se esgotando


















Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Julho de 2016






quarta-feira, 13 de julho de 2016

VENHA O MELHOR




Michel Keck, The Best Is Yet To Come, 2012







Venha o melhor num poema
num simples texto que trema
que abale certezas num lema
ou as revigore desde a gema

Do santuário fecundo
berço da arte rotundo
das ideias que do fundo
se enraízam neste mundo

Venha o que nasce sem fumo
sem violência e meu húmus
fértil pulsar deste rumo

Venha o saber que me algema
que não me deixa sem tema
e num soneto se esprema






só alcança quem se atreve










Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Julho de 2016





segunda-feira, 11 de julho de 2016

QUANTO MELHOR






Anne Louis Girodet de Roussy, Allegory of Victory. 1814








O quanto pior, melhor parece prevalecer como critério no impacto da mensagem mediática.
Assim venham estórias de faca e alguidar, toda a sorte de torpezas, venham feios, porcos e maus que ao instantâneo e impactante o parecem caracterizar como norma.
Mas e se o impactante resultasse, antes, de uma outra escala normativa?
A vitória num campeonato ou noutro tipo de competição desportiva digna desse nome e, pelo menos, para aqueles que os ganham, bem parecem apontar nesse outro sentido.

E um texto, um simples texto que obrigasse à reflexão e a que dele se retirassem consequências positivas?
Desse texto como de quantos daqueles que ao longo do tempo, no meu blogue ou facebook, por exemplo, nele mesmo, nesse meu texto desembocaram?
Que impacto não poderia ter?
Que machadada não se abateria sobre a escola replicante do quanto pior, melhor e que vitória da Cultura sobre a incultura já que não lhe encontro outro nome e que se dá, aparentemente, como hegemónica?
Que respiração da sociedade no seu conjunto se poderia libertar e tanto mais quanto não se afirmando contra ninguém.



QUANTO  MELHOR


Quanto melhor
melhor
seria um bem maior
pois quanto mais dou
mais sou
mais somos por onde vou





quanto melhor, melhor e ninguém se tem de sentir diminuído por causa disso









Jaime Latino Ferreira
Estoril, 11 de Julho de 2016






sexta-feira, 8 de julho de 2016

DO TERROR





Irena Tatiboit, Dies Irae, 2007








ao arrepio daqueles que são os seus propalados propósitos com toda a desgraça e insegurança que gera, o terror e objetivamente, pela necessidade de concertação que em simultâneo cria é, de facto, um fator crescente e acelerador da globalização

neste sentido, naquele da concertação e da solidariedade em que a globalização, se faz toda a diferença tem, também, toda a urgência, oxalá assim seja, os apoiantes do terror deviam pensar duas vezes antes de mancharem com sangue as suas próprias mãos

isto já para não falar na natureza das organizações que ao terror o propagam e que definiria como sendo aquela da geração do impacto imediato, do quanto pior, melhor que é, em si mesma, também ela global e pelos mais abjetos motivos






em memória de todas as vítimas do terror










Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Julho de 2016




quarta-feira, 6 de julho de 2016

IT'S ALWAYS AN ORIGINAL




Wassily Kandinsky, Composition IX, 1936








I just write originals and an original will always be that

once written, forever written








Jaime Latino Ferreira
Estoril the 6th July 2016






segunda-feira, 4 de julho de 2016

O VALOR DE UM ORIGINAL





Wassily Kandinsky, Composition VII, 1913








aqui depositado ou onde quer que seja, um original é sempre um original

ele vale tanto mais quanto o seu valor intrínseco que só o tempo permite aferir

o tempo, no entanto, vai passando e ao passar afere e naquele da aceleração histórica que não bloqueiem os homens o que o tempo dita









Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Julho de 2016





sexta-feira, 1 de julho de 2016

ORIGINAIS




Wassily Kandinsky, Composition VI, 1913








Tudo o que escrevo, refiro-me à música das minhas palavras ou à harmonia nelas implícitas, aos implícitos resultantes da sua conjugação, são originais.
Originais ao sabor dos acontecimentos relevantes sobre os quais vou tomando posição e que desta minha perspetiva importa, julgo, não deixar passar em claro.

Nada do que publico é aleatório ou casuístico.
Obedece à minha agenda, ela mesma e ao correr da pena transparente.
Porquê?
Porque se tem originalidade, singularidade e urge deixar registada, não tem dúbios interesses escondidos, expõe-se.
E é assim que, constando, o que escrevo não se aliena.

Se todos somos originais, únicos, irrepetíveis, uns há cuja visão releva.
Tal vai da importância que nos damos a nós próprios, nada de condenável em si mesmo, sublinhe-se e da capacidade de por artes e ofícios a essa visão a exprimir.
A que importância me dou?
Àquela que o que escrevo traduz e assim, em pensamento sistemático, expondo-me, se revela.
Importará mesmo o que vos escrevo?
Só o tempo o dirá mas ele passa, se passa e ajuíza.







labiríntico, o tempo ou o ritmo, o som que à música a definem e que só o silêncio, o repouso da escrita potencia, são os juízes da História










Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Julho de 2016