Wladimir Kush
Sou um cidadão do mundo e, em especial, do mundo democrático, que se exprime em português e convencido que estou que não prevaricando nos meios utilizados posso ir tão longe quanto aquilo que esse mesmo mundo democrático me faculta.
… que não prevaricando nos meios … que quero eu com isto dizer?
Que não utilizando meios que à Democracia lhe são adversos, como sejam:
Pouco transparentes, opacos ou dúplices que o mesmo é dizer que exprimam nas costas o que frente a frente não se ousa dizer, dizer ou escrever;
Que não ferindo suscetibilidades, partindo de primícias subjectivas ou levantando falsos testemunhos, valorizando o interlocutor ainda que com ele se possa ser criticamente implacável, elevando, pois, o nível da conversa ou salvaguardando a boa educação não se coíbe, portanto, de ser frontal e, caso disso se trate, inflexível nos princípios;
Que não confunde fins com meios nem acha ser possível que os primeiros justifiquem os segundos independentemente da humanidade que aos segundos dos primeiros os preenchem e realizam.
Assim tenho e faço tensões de continuar, como de há muito, a permanecer!
Por quem me tomo?
Não prevaricando como atrás o sublinhei, posso-me, como a prova do tempo o vai assinalando, tomar-me por nada, quase nada, pouco ou muito …
Nada.
Um zé-ninguém …
Uma agulha num palheiro!
Irrelevante e dispensável contributo para o aprofundamento da Democracia.
Quase nada.
Um entre muitos que dos muitos não se distingue!
Pouco.
Pouco no muito pouco em que me pudesse destacar …
Muito.
Tudo o que me aprouver e que não fira a própria Democracia …
Que A aprofunde como a prova do tempo na Obra realizada o vai, paulatinamente, demonstrando!
Teimosamente insistindo em não prevaricar na equidistância pela qual, sistemática e globalmente, zelo e pese embora a muralha de silêncio que à minha volta faz questão em se manter.
E porque não tomar-me por muito!?
Haverá algo que a isso, legitimamente, me o possa impedir!?
Não poderei fazer por manter tão panorâmicos quanto desde há muito, os horizontes que vislumbrei!?
No imperioso reconhecimento do um, do singular, do cidadão comum, sem o qual e sem beliscar o próprio sistema democrático, é este mesmo que se desenraíza e fica a descoberto!?
Na salvaguarda das próprias garantias que ao longo do tempo tenho feito questão em sublinhar e deixar expressas!?
Aqui, como sempre e por escrito!?
Por quem me tomo …
Tomo-me por quem sou e que a minha escrita traduz!
Tomo-me por singular que no universal se revê e identifica.
Tomo-me pelo um sem o qual o zero, o institucional absorvente, se vê permanentemente tentado a anular-nos.
Um sem o qual a Democracia tende, perigosamente, a esvaziar-se!
Tomo-me por aquele que escudado no seu próprio lastro que este blogue é como registo e testemunho, se sente já com à-vontade suficiente para, escrevendo, publicamente o admitir!
se as democracias se revelam incapazes de ir mais longe do que a pressão dos lobbies permanecendo sem rosto, o que poderemos nós, efetivamente e a prazo, delas esperar
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Fevereiro de 2012
5 comentários:
E toma-se muito bem Jaime, toma-se pelo que é e concordo plenamente com a equidistância, espírito democrático e tudo o mais que aqui expõe.
Não me alongando muito e confessando nem sempre ter disponibilidade para as suas bem elaboradas reflexões, é contudo este um dos sítios onde sempre enconto grande respeito pelos outros e onde me sinto em casa.
Deixo um beijinho e votos de um bom fim de semana.
Branca
tomamo-nos
por aquilo que somos e desejamos ser
a espera
é um balão de nuvens
MANUELA BAPTISTA
A espera
é um balão de nuvens ... muito bem!
Jaime Latino Ferreita
Estoril, 26 de Fevereiro de 2012
Cada um toma-se pelo valor que sabe ter e não espera ver reconhecido.
Beijo
FERNANDA
Querida Ná,
Ou espera, porque não!?
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Fevereiro de 2012
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