Diz-se e bem que a
matemática está em todo o lado, mas a música também o está.
A música é, englobando-a,
a matemática aplicada às situações e às pessoas concretas.
Ela precede a matemática
porque a música a instila de humanidade.
Dá-lhe forma, vida,
sentir.
Como precede a língua, o
falar porque a eles os compõe.
A música inunda-nos e
define as balizas a que ambas, a língua como a matemática, se aplicam.
A música é muito mais do
que a ciência dos números ou do que a gramática das palavras.
Paira sobre nós,
enforma-nos.
A música enforma a
matemática.
Confere-lhe
plausibilidade, humanidade.
Dá vida aos números.
Põe-nos, operacionalmente,
a cantar, a tocar, porque literalmente nos toca, a dançar mesmo.
Vibra e faz-nos vibrar.
A música é o diapasão da
matemática.
Permite aferi-la.
Se a matemática nos
esmagar, nos retirar autonomia, então é porque esta não bate certo.
Não bate certo porque a
nós não se aplica.
É estratosférica e para
nada serve.
É alienada e perversa.
A matemática está em todo
o lado mas a música excede-a.
Tal como o que escrevo
pela música também se excede.
A música é fronteira entre
o cá e o lá.
Parafraseando Einstein, uma fórmula pode ser
matematicamente correta mas se ela não for estética, musicalmente matemática
então ela não nos serve para nada.
Eixo axial e força motriz,
ponte entre o concreto e o abstrato, entre o sentir e o pensar, a música é a
sublimação da matemática.
de que serve uma prescrição matemática se ela não se
aplicar com humanidade, musical, a todos nós
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Janeiro de 2013
1 comentário:
magnífica a música
bonito o texto
a maioria das pessoas entende apenas de aritmética
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