sábado, 19 de janeiro de 2013

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Diz-se e bem que a matemática está em todo o lado, mas a música também o está.
A música é, englobando-a, a matemática aplicada às situações e às pessoas concretas.
Ela precede a matemática porque a música a instila de humanidade.
Dá-lhe forma, vida, sentir.
Como precede a língua, o falar porque a eles os compõe.
A música inunda-nos e define as balizas a que ambas, a língua como a matemática, se aplicam.
A música é muito mais do que a ciência dos números ou do que a gramática das palavras.
Paira sobre nós, enforma-nos.

A música enforma a matemática.
Confere-lhe plausibilidade, humanidade.
Dá vida aos números.
Põe-nos, operacionalmente, a cantar, a tocar, porque literalmente nos toca, a dançar mesmo.
Vibra e faz-nos vibrar.
A música é o diapasão da matemática.
Permite aferi-la.

Se a matemática nos esmagar, nos retirar autonomia, então é porque esta não bate certo.
Não bate certo porque a nós não se aplica.
É estratosférica e para nada serve.
É alienada e perversa.

A matemática está em todo o lado mas a música excede-a.
Tal como o que escrevo pela música também se excede.
A música é fronteira entre o cá e o lá.
Parafraseando Einstein, uma fórmula pode ser matematicamente correta mas se ela não for estética, musicalmente matemática então ela não nos serve para nada.

Eixo axial e força motriz, ponte entre o concreto e o abstrato, entre o sentir e o pensar, a música é a sublimação da matemática.


de que serve uma prescrição matemática se ela não se aplicar com humanidade, musical, a todos nós



Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Janeiro de 2013








1 comentário:

manuela baptista disse...

magnífica a música

bonito o texto



a maioria das pessoas entende apenas de aritmética