Paula Rego, Em volta da Pietá I ou, escreveria, de uma alegoria a um masculino moribundo
CAMPAINHAS
Sendo certo que as
aparências não fazem os personagens há, no entanto, sacerdotes que pela sua
untuosidade fazem soar todas as campainhas de alarme.
Sob a capa reverencial,
essa untuosidade, aliás, já se apressou, toda ela, em vir a terreiro marcar,
armadilhar o território do novo Bispo de
Lisboa.
Salvaguardadas as devidas
distâncias, aquilo de que a Igreja precisa é de uma autêntica revolução
cultural que a sacuda, interpele do topo à base.
Atenção que foi por esta
ordem e não pela inversa que escrevi do topo à base.
que fique claro que nem ao atual nem ao futuro Bispo de Lisboa, muito menos
ao Papa por quem tenho toda a consideração e reverência nessa untuosidade os
incluo e isto pesem embora as atabalhoadas declarações de D. Manuel Clemente, declarações que em post imediatamente anterior a este elenquei e que seguindo criteriosamente
os links, de uns a outros, as
delimitam. A um bispo e muito menos a um Cardeal Patriarca lhes é conveniente
dirigirem-se aos órgãos de soberania com a displicência ou o populismo com que D. Manuel Clemente nessas infelizes declarações,
pura e simplesmente e não Lhe sendo recomendado, o fez
3 de Junho de 2013
NO ENTANTO
Mediaticamente, a situação
tanto económica quanto social e política tornou-se de tal modo dominada,
intoxicada pela crise que, na sua crescente aridez nada mais resta de que falar
e a prova disso é que as prévias declarações de D. Manuel Clemente (*) por mim, aqui, abordadas não fossem os
conturbados tempos que hoje vivemos e teriam dado brado.
Não que pretenda criar
manobras de diversão que dela, da crise nos distraiam mas, no entanto, e tanto
mais quanto da perspetiva de um crente e praticante, católico apostólico romano
que o sou, as minhas reflexões adquirem tanto maior oportunidade quanto a
perspetiva tradicional da Igreja, pelo que em nós, culturalmente, de um fadismo
fatalista nos enforma, não está assim tão dissociada da crise quanto, à
primeira vista, o possa parecer.
Colocam-se quantos
untuosos (**) a coberto da função assistencialista da Igreja que urge e que a
tudo o mais deveria, segundo os próprios, obliterar, então não deviam os deputados estar a tratar de coisas mais importantes
do que a coadoção, sublinham e, no entanto …
No entanto, dir-me-ão que
com amigos assim como eu precisa lá a Igreja de inimigos.
Maior equívoco:
Maior equívoco porque o
que escrevo não são nem tiradas ocas, nem de ocasião, vai sendo ao longo dos
anos fundamentado e não na perspetiva do confronto mas para que a esta, à
Igreja, lhe seja devolvida a sabedoria que, quantas vezes, parece que, à míngua
dela e divorciando-a da realidade a diminui ou vai cavando um fosso que entre o
velho e o novo que a Mensagem sempre tem e é e que à Igreja a leva,
balcanizada, paulatinamente e logo no seu coração e berço, a Europa, mais e mais a depauperar-se.
(*) declarações tanto mais
paradoxais quanta a chancela do Prémio Pessoa que em 2009 Lhe foi atribuído, entre outras razões, pela « sua intervenção cívica » em que se tem «
destacado por uma postura humanística de
defesa do diálogo e da tolerância, do combate à exclusão e da intervenção
social da Igreja » como, então, referia o júri na justificação da sua
atribuição
(**) remeto para o meu
texto que a este o encima
não tenhais a intellighenzia Convosco
e duvido que o Povo também Vos siga
4 de Junho de 2013
O LOBO
Quanto mais gritas que vem aí o lobo mais ele
em ti
se transfigura
O lobo
ou o deserto de ideias
que uma vez soltas
nos surpreendem e ao medo o vencem e afugentam
a propósito da metáfora de Pedro e o
Lobo que Vos recomendo, vivamente, aqui a seguir
Jaime Latino Ferreira
Estoril, textos revistos e que foram publicados,
em primeira mão, no meu mural entre os dias 3 e 5 de Junho de 2013
2 comentários:
pelo menos o lobo não veste saias,
lindo, o filme!
Agora podes passar "Pedro e a Gata".
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