quarta-feira, 5 de junho de 2013

MAIS AINDA

Paula Rego, Em volta da Pietá I ou, escreveria, de uma alegoria a um masculino moribundo



CAMPAINHAS

Sendo certo que as aparências não fazem os personagens há, no entanto, sacerdotes que pela sua untuosidade fazem soar todas as campainhas de alarme.
Sob a capa reverencial, essa untuosidade, aliás, já se apressou, toda ela, em vir a terreiro marcar, armadilhar o território do novo Bispo de Lisboa.
Salvaguardadas as devidas distâncias, aquilo de que a Igreja precisa é de uma autêntica revolução cultural que a sacuda, interpele do topo à base.
Atenção que foi por esta ordem e não pela inversa que escrevi do topo à base.


que fique claro que nem ao atual nem ao futuro Bispo de Lisboa, muito menos ao Papa por quem tenho toda a consideração e reverência nessa untuosidade os incluo e isto pesem embora as atabalhoadas declarações de D. Manuel Clemente, declarações que em post imediatamente anterior a este elenquei e que seguindo criteriosamente os links, de uns a outros, as delimitam. A um bispo e muito menos a um Cardeal Patriarca lhes é conveniente dirigirem-se aos órgãos de soberania com a displicência ou o populismo com que D. Manuel Clemente nessas infelizes declarações, pura e simplesmente e não Lhe sendo recomendado, o fez


3 de Junho de 2013


NO  ENTANTO

Mediaticamente, a situação tanto económica quanto social e política tornou-se de tal modo dominada, intoxicada pela crise que, na sua crescente aridez nada mais resta de que falar e a prova disso é que as prévias declarações de D. Manuel Clemente (*) por mim, aqui, abordadas não fossem os conturbados tempos que hoje vivemos e teriam dado brado.
Não que pretenda criar manobras de diversão que dela, da crise nos distraiam mas, no entanto, e tanto mais quanto da perspetiva de um crente e praticante, católico apostólico romano que o sou, as minhas reflexões adquirem tanto maior oportunidade quanto a perspetiva tradicional da Igreja, pelo que em nós, culturalmente, de um fadismo fatalista nos enforma, não está assim tão dissociada da crise quanto, à primeira vista, o possa parecer.
Colocam-se quantos untuosos (**) a coberto da função assistencialista da Igreja que urge e que a tudo o mais deveria, segundo os próprios, obliterar, então não deviam os deputados estar a tratar de coisas mais importantes do que a coadoção, sublinham e, no entanto …
No entanto, dir-me-ão que com amigos assim como eu precisa lá a Igreja de inimigos.
Maior equívoco:
Maior equívoco porque o que escrevo não são nem tiradas ocas, nem de ocasião, vai sendo ao longo dos anos fundamentado e não na perspetiva do confronto mas para que a esta, à Igreja, lhe seja devolvida a sabedoria que, quantas vezes, parece que, à míngua dela e divorciando-a da realidade a diminui ou vai cavando um fosso que entre o velho e o novo que a Mensagem sempre tem e é e que à Igreja a leva, balcanizada, paulatinamente e logo no seu coração e berço, a Europa, mais e mais a depauperar-se.


(*) declarações tanto mais paradoxais quanta a chancela do Prémio Pessoa que em 2009 Lhe foi atribuído, entre outras razões, pela « sua intervenção cívica » em que se tem « destacado por uma postura humanística de defesa do diálogo e da tolerância, do combate à exclusão e da intervenção social da Igreja » como, então, referia o júri na justificação da sua atribuição
(**) remeto para o meu texto que a este o encima


não tenhais a intellighenzia Convosco e duvido que o Povo também Vos siga


4 de Junho de 2013


O  LOBO

Quanto mais gritas que vem aí o lobo mais ele
em ti
se transfigura

O lobo
ou o deserto de ideias
que uma vez soltas
nos surpreendem e ao medo o vencem e afugentam


a propósito da metáfora de Pedro e o Lobo que Vos recomendo, vivamente, aqui a seguir



Jaime Latino Ferreira

Estoril, textos revistos e que foram publicados, em primeira mão, no meu mural entre os dias 3 e 5 de Junho de 2013



2 comentários:

manuela baptista disse...

pelo menos o lobo não veste saias,


lindo, o filme!

ki.ti disse...

Agora podes passar "Pedro e a Gata".