Há grandes e pequenos
atores políticos.
Há aqueles que por
inerência das funções que desempenham, funções de primeiro plano, são grandes
atores políticos e mesmo se de estatura mediana.
Há aqueles outros que
também por inerência dessas mesmas funções, outras de segundo plano, não
excedem o secundário dos seus próprios desempenhos.
Por inerência das funções
que desempenham há, pois, grandes e pequenos atores políticos, aqueles de
projeção global e aqueles outros de projeção local.
Os atores políticos de
projeção local fazem o que podem, ziguezagueiam entre o poder e o dever.
Os atores políticos de
projeção global podem o que fazem, ziguezagueiam entre o dever e o poder.
Entre uma coisa e a outra,
uns e outros fazem como podem.
Há atores que emergindo das
mais indescritíveis, condenáveis, indesejáveis situações ou microcosmos
adquirem estatura global e, logo, transfiguram-se em atores de primeira água, de
facto, atores de primeiro plano.
Estou a pensar, por
exemplo, em Malala Yousafzai
que pelo seu percurso, reavivando-os, nos fazem acreditar nos grandes valores
comuns da humanidade.
Da humanidade sem
exceções.
Há outros atores que logo
pelas funções que desempenham poderiam ser grandes mas são bem secundários.
Independentemente das
posições que ocupam, grandes e pequenos atores políticos podem transmutar-se
uns nos outros.
É o que acontece com Malala Yousafzai.
Podem emergir grandes
atores políticos a partir de situações que por contraponto, aqui designo como
descritíveis, democráticas, desejáveis, louváveis portanto e sejam eles de
primeiro ou de segundo plano?
Podem, podem e devem!
Aliás, a não emergirem a
partir da normalidade democrática, a narrativa do descritível, do desejável
cristalizar-se-á, perderá fôlego e descontinuar-se-á.
Não se aprofundará.
Não se aprofundando não se
enraizará perdendo terreno para o indescritível, o indesejável, o repudiante ou
condenável.
Não se repercutindo pelo
exemplo, o descritível definhará.
E todas as Malalas, num círculo vicioso sem
aparente saída nem retorno, partindo da estaca zero, terão de voltar ao
princípio, sempre ao princípio sem vislumbrarem o fim desse mesmo princípio que
as guindou.
O descritível, a
normalidade democrática, o possível, o louvável ou desejável não pode,
portanto, ficar-se por aqui, por um aqui tão acantonado, insatisfatório mesmo.
na atribuição do Prémio Sakharov a Malala Yousafzai, quando o indescritível faz
emergir a humanidade mas o descritível acrescenta a essa humanidade uma
história sem fim que apenas ele permite abrir e fazer potenciar
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Outubro de 2013
3 comentários:
podemos ser grandes ou pequenos atores políticos
mas como Malala, temos muito que aprender e crescer
isso é que vale a pena
eu cá sou grande!
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. há quem diga que eu "creci" . mas eu esforço.me para que tal não aconteça . :) .
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. abraço.O .
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