sábado, 17 de setembro de 2011

HÁ UMA VOZ


Max Ernst, Virgem espancando o menino Jesus perante três testemunhas: André Breton, Paul Éluard e o pintor, 1926



Há uma voz infantil
que pueril
me canta ao ouvido
subtil
insistente e afinada


Chega
de ser mal amada
não quero mais
quero melhor
nem lata
cenoura ou chibata


Há uma voz infantil
que vibrada
se ergue na minha estrada




a propósito de todas as promessas que caindo por terra, como se vê, ao longo dos anos e na ganância do poder, não se conseguem fazer cumprir



( publicado em primeira mão no mural do meu facebook )







Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Setembro de 2011

6 comentários:

manuela baptista disse...

primeira mão...? o menino até tem as nalguinhas vermelhas


o poema
a voz
a ideia


está subtil!

Linda Simões disse...

O poema está fantástico.

A música, então, nem se fala.


E a tela...

Perfeita!

Sintonia total.


Parabéns!

Beijinhos que são doissss!

Eva Gonçalves disse...

As promessas não deveriam ser sempre cumpridas? Se pelo menos caissem por terra, e dessem frutos... Não vingam, porque a terra da ganância é árida, regada apenas de egoísmo...

Abraço Jaime

Kika disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mª João C.Martins disse...

Jaime

Meu amigo


São as promessas do mundo, que o mar guarda no fundo, bem lá no fundo. Abençoados aqueles que ouvem o mar e não se esquecem, das promessas do mundo.

Um abraço