Abro o meu caderninho inseparável, de bolso e quadriculado, uma pauta pluridimensional.
Novinho em folha!
Acabei de concluir o anterior.
Já se contam por muitos estes meus amigos inseparáveis e que, normalmente, quando saio guardo no bolso do meu colete, junto ao coração.
Que irei neste novo caderninho escrever?
Invariavelmente é nele ou no Word que me apoio, ora para dar o pontapé de saída ou para anotar um qualquer pormenor da minha próxima página ou para compô-la até à sua versão definitiva.
Quebro, agora também, a soneto mania que se instala, entranha quando dela me aproprio.
E o texto arranca.
Toma balanço de madrugada e no café em frente, à porta da Escola onde dou aulas, fazendo horas.
A quadrícula é uma folha em branco, uma pauta de linhas, uma pauta matemática ou de geometria descritiva, o suporte de uma pauta musical, um orientador no espaço e no tempo … o que eu quiser.
Nela escrevo como em nenhuma outra;
Registo um formulário;
Faço uma tabela;
Componho uma pauta musical;
Desenho se for caso disso.
Num torvelinho mas ordenadamente rabisco, rabisco e rabisco.
Quadrícula:
Grelha que condiciona e liberta!
( pelo meio, ainda da sua métrica, matriz entranhado, um novo soneto se intrometeu )
E, no entanto …
No entanto, no meio das águas turvas em que nos parecemos mover e por paradoxal que para muitos e em crescente número possa parecer, persisto em afirmar aos sete ventos que é em sede do poder democrático, representativo que reside o gene da abertura.
Do aprofundamento e, logo, da consolidação da Democracia.
Da recuperação da desejada confiança tão em tamanho défice …
Na disponibilidade que ao um, ao singular, ao cidadão comum, nas malhas, grades, prisão da sua afirmativa resiliência o venha a reconhecer!
Esta, a minha como sagração de uma primavera que tarda.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Março de 2012
quadrícula deste meu chão, fotografia de mb
1 comentário:
caderninhos reflexivos
expressivos
inventivos!
assim será a democracia
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