Rasgo o horizonte na palavra
é ela a ferramenta desta lavra
por mais que secos estejam os meus lábios
não morrem seus impulsos nem os sábios
Conselhos que me dão os astrolábios
dos astros que me auguram bons presságios
minha palavra é eco e não me entrava
nos sulcos que desenha e que assim cava
Minha palavra indica que são estágios
as cadências aqui por ela iluminadas
para lá das aparências socavadas
Palavra como vulcão expele a lava
fecunda a terra ingrata e cala otários
aos velhos do Restelo e seus adágios
para lá do que se diz
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Março de 2012
2 comentários:
E que bela forma de calar os velhos do Restelo!
Muito bonito o poema, gostei da mensagem.
Beijinhos Jaime.
Branca
sonata em um movimento,
sem adágio que seria o segundo
e lava e lavra um soneto mais
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