terça-feira, 27 de março de 2012

RASGO




Rasgo o horizonte na palavra
é ela a ferramenta desta lavra
por mais que secos estejam os meus lábios
não morrem seus impulsos nem os sábios 

Conselhos que me dão os astrolábios
dos astros que me auguram bons presságios
minha palavra é eco e não me entrava
nos sulcos que desenha e que assim cava

Minha palavra indica que são estágios
as cadências aqui por ela iluminadas
para lá das aparências socavadas 

Palavra como vulcão expele a lava
fecunda a terra ingrata e cala otários
aos velhos do Restelo e seus adágios



para lá do que se diz






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Março de 2012

2 comentários:

Branca disse...

E que bela forma de calar os velhos do Restelo!

Muito bonito o poema, gostei da mensagem.

Beijinhos Jaime.

Branca

manuela baptista disse...

sonata em um movimento,

sem adágio que seria o segundo


e lava e lavra um soneto mais