quarta-feira, 18 de julho de 2012

IN MANDELA'S DAY

Edward Hopper, Office in a Small City





Se num tempo de tantos constrangimentos de outra coisa não se falar senão deles mesmos, corremos o risco, não apenas de ficar como de morrer estúpidos.
Metaforicamente é a diferença entre viver-se numa cela sem ou com vista:
Aprisionados, sabemos que estamos confinados a um espaço exíguo mas, se a ele somado não conseguirmos ver para lá dele, o isolamento esmaga-nos.
Porém, se nos for dado contemplar a vista que para lá da cela se espraia, para lá dela voaremos e saberemos que mais há do que a prisão.
Assim, mais forças encontraremos que nos ajudem a enfrentar todos os constrangimentos que nos interpelam.
Essa vista tem muitos nomes:
Cultura;
( Música )
Política com P maiúsculo ou aquela que vê para lá de todos os circunstancialismos, isto é, impregnada de Cultura que não se compadece com a instantaneidade informativa.
O que aos poderes, porque ele há muitos e não apenas o político, muitas das vezes, lhes falta é isso mesmo:
Cultura.
Vivem fechados em celas sem mais nada do que a sua volumetria.
É claro que a cela até pode não ter vista nenhuma mas se quem a ela estiver confinado a sua volumetria a exceder …


quando a estatura excede as volumetrias


dali para aqui


 

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Julho de 2012


1 comentário:

manuela baptista disse...

em tempo de constrangimentos, o outro lado parece também ele uma cela

por isso irrompe a música e a cultura

a política, anda à procura do P e da chave da cela


mas em dia depois de Mandela, que seja a tua força e a dele a exceder qualquer e toda a cela