Edward Hopper, Office in a Small City
Se num tempo de tantos
constrangimentos de outra coisa não se falar senão deles mesmos, corremos o
risco, não apenas de ficar como de morrer estúpidos.
Metaforicamente é a
diferença entre viver-se numa cela sem ou com vista:
Aprisionados, sabemos que
estamos confinados a um espaço exíguo mas, se a ele somado não conseguirmos ver
para lá dele, o isolamento esmaga-nos.
Porém, se nos for dado
contemplar a vista que para lá da cela se espraia, para lá dela voaremos e
saberemos que mais há do que a prisão.
Assim, mais forças
encontraremos que nos ajudem a enfrentar todos os constrangimentos que nos
interpelam.
Essa vista tem muitos
nomes:
Cultura;
( Música )
Política com P maiúsculo
ou aquela que vê para lá de todos os circunstancialismos, isto é, impregnada de
Cultura que não se compadece com a instantaneidade informativa.
O que aos poderes, porque
ele há muitos e não apenas o político, muitas das vezes, lhes falta é isso
mesmo:
Cultura.
Vivem fechados em celas
sem mais nada do que a sua volumetria.
É claro que a cela até
pode não ter vista nenhuma mas se quem a ela estiver confinado a sua volumetria
a exceder …
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Julho de 2012
1 comentário:
em tempo de constrangimentos, o outro lado parece também ele uma cela
por isso irrompe a música e a cultura
a política, anda à procura do P e da chave da cela
mas em dia depois de Mandela, que seja a tua força e a dele a exceder qualquer e toda a cela
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