E se, prova de que a
realidade, acelerada, vai muito à frente dos nossos desejos ou da interpretação
que dela fazemos, tudo e nomeadamente a crise que, em especial, assola a
Europa, estivesse a ser abordada do seu anverso?
E se, na Europa, aqueles
países que estão debaixo de ajuda externa, sujeitos a um resgate, portanto,
pelos constrangimentos a que estão obrigados, afinal, mais preparados
estivessem para a mudança de Paradigma que se torna irreversível?
Protetorados?
E se a Europa se quer
afirmar como voz política única entre iguais na arena internacional, o que
restará às nacionalidades europeias senão protegerem-se umas às outras?
O que lhes restará senão
abdicarem das suas em nome de uma soberania maior em que se possam e devam rever?
Um grande e rico da Europa
já não é nada no contexto da globalização pese embora poder viver ainda
confundido nessa ilusão.
Um pobre e pequeno sabe,
contudo, que sozinho não subsiste.
E depois, que austeridade
ou que crescimento?
Uma coisa é certa, todos o
sabemos, nem que mais não seja em nome de equilíbrios ecológicos que nos
ultrapassam, que não podemos continuar a crescer como dantes.
Há, ainda, um défice
democrático na construção europeia, talvez de todos o mais gritante dos
défices, que importa resolver rapidamente e sem mais hesitações.
linhas de força para uma reflexão estratégica que se
interligam mas que não podem perder de vista que no centro está, concreta, a
pessoa humana
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 11 de Julho de 2012
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