flor da batata
Explico-me:
Batata, da botânica,
tubérculo caulinar subterrâneo da batateira, a planta da batata, comestível e
de largo emprego na alimentação; tubérculo ou bolbo de outras plantas e, em sentido
figurado, nariz muito gordo o que não quer dizer que tenha o olfato apurado.
Caulinar de caule ou
haste, que nasce sobre o caule.
Lógica ou ciência de
raciocinar, em sentido figurado, coerência e em sentido popular, palavreado e
lógico de finório.
Apliquemos, pois, em
defesa da minha afirmação inicial:
A batata, sob as mais
variadas formas, é boa de se comer, disso não tenhamos quaisquer dúvidas.
Antes de ser colhida,
porém e tirando a sua planta, ela não se vê, replica-se subterraneamente em
tubérculos a partir de um único original e é debaixo da sua planta que, sob a
terra, aos tubérculos da batata os colhemos.
A planta da batata poderá
ter variadas finalidades mas, aqui, não vêm ao caso.
A lógica da batata sendo
de faro rasteiro e pese embora o seu nariz muito gordo, em forma de batata,
colhe a planta e fica sem alimento e sem tubérculos que os ajudem a
multiplicar-se no tempo e no espaço, putrefazendo-se.
Basta que sejam visíveis
as plantas e zás, colhem-se, põem-se, eventualmente, numa jarra e definham logo
sem outra utilidade nem proveito alimentício.
A lógica dos média é a
lógica da batata.
A ela importa,
sobremaneira, o que se veja, o que num dado momento se destaca sem querer saber
das raízes do que se vê, desbasta-se e pronto, resolve-se o problema.
Não há tempo, aliás, para
mais.
Esse propósito, no
alucinante ritmo que aos média os condiciona, tem de ser permanentemente
alimentado e pela rama até que não haja plantas da batata e extintas estas
passa-se a outras quaisquer, sem qualquer compadecimento e com uma voracidade
que não se compadece com os tempos da batata ou do pousio que possibilite
sempre novas e sustentadas colheitas.
Nasce ali uma flor e pumba,
já está, faz-se com ela um vistaço.
O que a faz desabrochar é
todo um tempo que aos média não apenas lhes é indiferente como não se ajusta ao
seu sempre a cada vez mais alucinante ritmo.
Se dá nas vistas, é o que
se quer.
Se cativa as audiências e
por mais escabroso que o possa ser, é o que dá para vender.
Se está à mão de semear …
De semear não porque isso
dá muito trabalho!
A lógica dos média …
Atenção, este é um texto
escrito por antítese, intencionalmente radical e que é sempre bom não aplicar a
eito como a lógica da batata o poderia induzir.
Ele há média e média, é
como tudo.
Ele há aqueles que fazem a
gestão do tubérculo, isto é, que se orientam mesmo pela lógica da batata.
Mas, no entretanto …
No entretanto o que se
deveria colher não se colhe e os campos vão ficando, de tão incultos,
completamente desérticos.
Estéreis!
se a lógica da batata significa que de tão elementar é
evidente, na verdade, também pode querer dizer que de tão evidente não é,
necessariamente, elementar ou que sendo elementar é, por isso mesmo, complexo
daqui para ali
daqui para ali
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Julho de 2012
1 comentário:
Olá caro Jaime,
E eu cá venho no ritmo da plantação da batata e na lógica do tubérculo, com todo o tempo do mundo ler e compreender esta mensagem interessante, na floração das ideias e na colheita frutuosa da mensagem transmitida.
Também já andei lá por tràs a ler os versinhos, que comentarei mais logo, porque como deve ter reparado ando num ritmo de conta-gotas.
Beijinhos e tenha um Bom Domingo.
Branca
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