terça-feira, 5 de novembro de 2013

O AMOR TEM TODOS OS SEXOS

Michelangelo Buonarroti, Capela Sistina, Adão e Eva

( qualquer um se pode rever em qualquer deles ou em ambos ou nos três, isto, se ao artista, um deus menor a Adão e Eva o somarmos ou ainda e como noutra ocasião o escrevi, que importa se foi da costela de Adão que nasceu Eva pois se foi da mulher que nasceu o filho de Deus )







O amor não tem sexo ou, melhor dizendo, tem todos os sexos.
Do mesmo modo, o sexo se o pode não ter, pode conter todo o amor.
Independentemente dos sexos envolvidos, estes podem como não conduzir ao primeiro, ao amor.
Já agora, não é, necessariamente, pelo sexo que o amor se amesquinha.
Pelo contrário, por ele, pelo sexo, quantas vezes o amor não se pode antes lubrificar, exercitar-se mesmo.
Quantas vezes, numa primeira relação, ele, o amor, pura e simplesmente não resulta ou é votado ao mais clamoroso dos fracassos?
E pese embora, será que o amor, pelo sexo, se conspurca?
A tão propalada virtuosidade, leia-se virgindade, é daquelas coisas que até quem venda o seu sexo, em si mesmo, pode, num lugar íntimo e reservado de si próprio, resguardar.

Entre o sexo e o amor há um estreito caminho de realização, assim as partes prevaleçam no que ao amor é fundamental:
A dignidade que uma pela outra das partes devem, têm de salvaguardar e tanto mais quanto há sempre terceiras partes envolvidas e que a esse mesma dignidade, umas pelas outras, mais ainda se devem.
Sexo e amor não são incompatíveis antes complementares entre si.
Assim se salvaguarde, entre um e o outro, o que é essencial:
O respeito pela pessoa humana, isto é, pela sua sacralidade ou virgindade, fidelidade intrínseca o que é outra coisa que não a virgindade literal, respeito que cada qual, antes de mais, a si próprio pelo outro se obriga.

O amor tem todos ou nenhum dos sexos, por todos eles passa e todos os sexos contêm, em si mesmos, todos os sexos no assexual amor que em comum todos partilham.
Neles como em terceiras partes, o amor se realiza.
Porque no amor há sempre terceiras partes, sagradas triangulações por ele, na relação, envolvidas.
Tanto por via direta como indireta, reprodutiva ou não.
Assim todos se devam ao respeito coisa que nada tem a ver com especificidades de género.
Tem, isso sim, a ver com uma ancestral e arreigada cultura de guerra ou com a desejável e promissora Cultura da Paz.
A Cultura da Paz ou está presente ou não e é independente do sexo que uma e outra ou todas as partes ostentem.

O amor não é nem feminino, nem masculino, é neutro.
É de uma neutralidade transcendente porque para lá dos sexos mas entre eles interativa.
Transcende os sexos e estando ao alcance de todos eles, em todos se realiza.
O amor não conhece fronteiras e tem no sexo a sua ferramenta por excelência de intervenção.
O amor que pelo sexo, direta ou indiretamente, se consubstancia está ao alcance de todos que por todos os sexos intervém como não.
Sendo o amor mais forte do que todos os sexos, o resto é conversa fiada.

Escreve quem crê e que não se insinue relativismo porque o que aqui escrevo, se dele, do relativismo, se aproxima, em tudo do fundamentalismo castrador e sem deixar ambiguidades pendentes o ultrapassa jogando decisivamente no futuro porque adensando a própria natureza do Mistério.




em manifesta e patente incapacidade em lidar com o sexo, há quem tenha dele uma visão envergonhada, insegura e paradoxalmente concupiscente, exatamente porque envergonhada, que depois transfere em permanente contrição extasiada para as figuras, de um como do outro sexo, postas e idolatradas no altar







Jaime Latino Ferreira

Estoril, 5 de Novembro de 2013



5 comentários:

. intemporal . disse...

.

.

. cruz.credo .

.

. um amor assim . ou . o Amor assim . caberá numa fruteira ? . :))) .

.

. abraço.O .

.

.

Kika disse...

Kriu?

Apoiado!

Kika - a Avifrodita!

Kriu!

Anónimo disse...

Se "Da reflexão nasce a luz!", então o Amor é, a causa e essencialmente a consequência de tantas ou de (quase) todas as reflexões...

Conheces a Maria da Luz? Xiiii, como está crescida...

manuela baptista disse...

redigo,
amar é acreditar


em tudo o mais digo sim e Sim, a uma cultura de Paz

ki.ti disse...

já agora,

o papa Francisquinho devia reconhecer que os gatos, os cães, as periquitas e demais espécies

podem ganhar o céu