Luchino Visconti, Senso, 1954
Calem-se
que falo eu
quem mora aqui
não morreu
diz-me a vontade
e a alma
que com o tempo
cresceu
Calo-me
que escrevo eu
junto às forças que me restam
saber que não esmoreceu
diz-me o que escrevo
na música
que por aqui
renasceu
Ouve-me
que a mim o deu
o que na minha escrita
espanta o que escureceu
o que ilumina a passagem
estreita margem do meu eu
o que permite a viagem
que nos faz olhar o céu
Oiço-te
o digo eu
há uma esperança
que nasceu
sem sonho
murcha enfadonho
o teu sentir
e o meu
na penumbra das horas difíceis, do que faço por sentir
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 30 de Novembro de 2013
4 comentários:
Senso, incomum
uma passagem estreita conduz a uma grande viagem
.
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. bravo . Jaime . bravíssimo . mesmo . :) .
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. a música destas palavras . ficam.me . desde já no ouvido .
.
. e este poema . levo eu . :) .
.
. abraço .
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Kriu?
Não me mandes calar, porque ao esvoaçar por aqui, corres o risco, de eu me poder descuidar!
Kriu!
Aluguei este filme ontem à noite no videoclube para gastar os pontos que estavam prestes a caducar no clube viva...
E, um clássico é sempre um clássico e vai bem com este outono...
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