Giulia Follina, Lapsus
Lapso ou quebra momentânea da memória …
Eis como a gripe me deixou ao encontro, aliás, da ausência maior que, de assalto, a todos nos parece ir tomando!
De que me serviu tudo o que escrevi até aqui?
E que aqui me traz ensimesmado?
Subitamente ensimesmado ou obstinado a investir contra as muralhas do esquecimento?
De que me terá valido isto tudo pois se a memória, ato contínuo, esquece evaporando-se no ardor da febre e do tormento …!?
Como se nada mais importasse do que ter o que está no pouco que vai sobrando!?
Como se, antes pelo contrário, para manter o que está só importasse ir cada vez mais longe …!
Tens sorte, recuperas a saúde, que mais queres!?
Tens o que tens, dá-te por satisfeito, tomara a tantos …!
Conforma-te … não és mais do que ninguém!
Vozes que me assaltam desde sempre como se pondo à prova a minha têmpera …
Tenho sorte …!
Mas o que é isso senão uma construção que cada um molda à sua medida na medida do que constrói!?
Medida a minha que é este meu blogue …
Qual ato de contrição, sempre incompleta ladainha que por escrever impeço que se transforme em lapso maior!
Tenho sorte!?
Toma, então, tu o meu lugar!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Março de 2012
4 comentários:
Jaime
Meu amigo
Não posso. Não posso tomar o que é seu, e é seu esse lugar, com sorte. Sim! Cada um tem a sua e os seus lapsos também. A memória é algo incerto que a maior parte das vezes temos como certo e esquecemos as rasteiras que o tempo prega.
Saber que se encontra restabelecida a sua saúde, é motivo maior de satisfação. Do que escreveu, rezará sempre a história. Somos o aqui e o agora e do que fomos deixamos rasto no que escrevemos. Assim é...
"Como se nada mais importasse do que ter o que está no pouco que vai sobrando!?"
e é sempre bastante!!
Um beijinho
ninguém toma dores
nem lugares
nós somos a medida do que construímos, nem mais!
MANUELA BAPTISTA
Oh sim ... pois sim, mas tu és o lugar meu!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Março de 2012
Exactamente Jaime, a sorte é muito relativa, a maior parte das vezes custa muito suor e mesmo essa que refere, porque eu também o digo aos meu, para os consolar, que já é bom ter saúde e mesmo a que não tenhamos é relativa, comparando com os que estão piores, muito piores, mas tenho sempre quem me diga para me comparar mais com os melhores que com os que estão piores e isso é uma verdade também ela relativa, porque o importante é um equilíbrio nisso tudo, nem pôr a fasquia muito para baixo, nem de tal maneira alta que nos torne uns constantes insatisfeitos.
Quanto à sua saúde fico feliz que a tenha recuperado, tudo o resto se recompõe, :)
Beijinhos
Branca
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