sábado, 17 de março de 2012

O MEU SONETO - II -




O meu soneto empurra-me e ao preto
noutras mais cores o expande e de concreto
à vista não a deixa escurecer
em luz que aqui teima em renascer

Num fio de som sublima o meu querer
o teu e o nosso futuro e o alvorecer
não se deixa esmagar só porque o teto
se abate num longo preito por completo

O meu soneto é margem deste feito
é meu respirar que sai do peito
oxigenado cantar do verbo ser 

Prova de vida que se obstina em ler
a vontade que tenho de o erguer
pese o que parece ter-se desfeito








 
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Março de 2012

5 comentários:

Branca disse...

É bem verdade Jaime, que sempre renascemos e essa capacidade é um Hino à vida, uma salutar teimosia de ser que aqui nos deixa expressa, depois de um negro quadro, sempre passageiro...

É desta força que se fazem os Homens de têmpera.

Bejinhos
Branca

manuela baptista disse...

o teu soneto

num fio de voz é longo o peito desfeito
e em cada margem
há sempre um canavial a respirar

ensolarado

Linda Simões disse...

E em cada amanhecer, nova vida que surge.Todos os dias, como o Sol.

A vida é um eterno renascer.


Beijinhos,


Linda Simões

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Poeta

A vida são pequenos momentos de felicidade que temos que prender e eternizar, dentro de nós.
Gostei de o ler.
Um beijo
Sonhadora

Irene Alves disse...

É sempre muito gratificante vir
a este blogue onde se respira
saber e sensibilidade.
Tenha um bom domingo.
Bj.
Irene Alves