segunda-feira, 3 de junho de 2013

EM SEQUÊNCIA

Paula Rego, Em volta da Pietá I ou, escreveria, de uma alegoria a um masculino moribundo



DEIXA-TE  ESTAR


Espremi-O
e Ele a mim me disse
deixa-te estar
aquieta-te
e ao vício
mania ou pulsão
que aqui se cita
no que escreveste
é minha e está na tua mão

Deixa-te estar
aquieta-te
que eu suspiro
na ligação
que em ti a mim me imita
já que a imagem
de mim
em ti suscita
o que nela por ti
me ressuscita


a propósito de d(eu)s na carta que escrevi a D. Manuel Clemente


30 de Maio de 2013


HÁ  QUESTÕES

Há questões como as escritas na minha carta a D. Manuel Clemente incluídas aquelas dos links que a acompanham, que não são da oportunidade ou da conveniência, da tática, portanto, mas da estratégia, isto é, dos princípios.
Essas questões não se adiam, assumem-se e é no risco que sempre implica a sua assunção que se vê a grandeza de quem as perfilha e por elas dá a cara.
Há questões que não sendo fraturantes, por circunstancialismos vários, se fazem fraturantes só que resta saber aonde:
Se na sociedade se no interior da própria Igreja e mesmo nesta, como em França, será que o universo católico ou crente que o seja, se resume à expressão minoritária do ativismo fundamentalista e militante das manifestações de rua e já para não falar do aproveitamento que delas faz a extrema-direita arruaceira contra o casamento entre homossexuais e tanto mais quanto ao arrepio das decisões tomadas pela própria democracia representativa?
Há questões sobre as quais, sem ambiguidades, importa prevalecer nos princípios da inclusão e tanto mais quanto, como na Nigéria ontem aconteceu e onde por prevalecerem as pulsões fundamentalistas que, quantas vezes, se abatem sobre estas ou aquelas comunidades religiosas, pesadamente e por arrasto foram penalizadas as relações homossexuais.
Há questões que, tanto mais quanto cada vez mais atabalhoadamente, já não têm sustentabilidade possível!


a propósito de declarações de D. Manuel Clemente


 31 de Maio de 2013


INCLUSIVIDADE

Um cristão e, logo, um católico ou é inclusivo, quer dizer, ou é aquele que inclui ou que tem o sentido da abrangência ou não o é de todo.
O sentido da abrangência nele incluído aquele de admitir sermos todos pecadores, sem exceções, sem exclusões e sem credenciais especiais para o além como, aliás, já o admitiu o Papa Francisco ou como se reza, supostamente como os cristãos o fazem, numa Ave Maria.
Católico, aliás, quer dizer universal e a universalidade é antónima da exclusão.
Na sua radicalidade, porque é pela inclusão que esta se afirma e reconhece, não há nem tergiversações ou evasivas, nem meios-termos, nem favas na boca.


estes três textos, aqui revistos e corrigidos, foram publicados, originalmente e por esta sequência, no mural do meu facebook

que a Igreja não embarque numa deriva populista o que seria o pior que Dela se poderia esperar



 Jaime Latino Ferreira

 Estoril, textos escritos entre o dia 30 de Maio e o dia 1 de Junho de 2013



1 comentário:

manuela baptista disse...

eu diria

que há igrejas fraturadas