Como de há muito não se
via, somam-se na arena internacional sinais encorajadores de distensão global e
que a produzirem efeitos não deixarão de ter implicações positivas na vida de todas
as comunidades e, mais em particular, na de cada um de nós singularmente
considerados.
Passo, sumariamente, a
inventaria-los, começando, cronologicamente, pelo fim:
No passado dia 28, foi
finalmente aprovada pelo Conselho de
Segurança das Nações Unidas uma resolução histórica sobre o
desmantelamento do arsenal de armas químicas da Síria colocando, esperemos, a solução do problema que martiriza
este país e desestabiliza a região, definitivamente sob os auspícios do
multilateralismo e do direito internacional;
Tudo aponta para que as relações
entre o Irão e os EUA que de há muito permaneciam tensas,
a saber, desde o derrube do Xá já lá
vão trinta e tal anos, terão entrado no caminho da distensão, da reaproximação
e do desejável entendimento;
Por fim, as conversações
de paz para o Médio Oriente prosseguem
de novo e após terem sido durante um largo período interrompidas, encontrando
nos dois sinais anteriores e que se prendem com a sua própria retaguarda, a Síria como o Irão, um novo fôlego e um clima que não deixará de lhes ser
favorável e que as permita, desejavelmente, aprofundar tal como a concluírem-se,
porque não, com sucesso.
Por tabela, distendem-se,
também e inevitavelmente, as relações entre os grandes atores da cena internacional.
Sinais prometedores e que,
do fundo, desejo não venham a ser comprometidos.
Dir-me-ão que sim senhor
mas em que é que tais factos poderão concorrer para a resolução pelo melhor dos
nossos particulares problemas?
Quem pense que não, está
redondamente equivocado.
O melhor para os outros só
pode ser o melhor para nós, logo, para ti e para mim e oxalá tais sinais
frutifiquem e passem a imperar na cena internacional fazendo vingar o
multilateralismo e o concerto das nações para que as fronteiras da pobreza e da
miséria possam recuar em vez de avançar, como tantos sinais e numa
insustentável pressão parecem indiciar.
Já agora, reitero
que o Nobel da Paz de que Obama e, logo, os EUA são portadores, lhes venha mesmo a assistir por acrescido e
irrefutável mérito.
que aos sinais de guerra que a Guerra Fria disseminou se sobreponham aqueles da paz
sem os quais esta não frutificará
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Setembro de 2013