sábado, 14 de setembro de 2013

DOS EXÉRCITOS

capacete azul estilizado






Quando a 11 de Setembro de 2001 os EUA foram vítimas, no seu próprio território, dos horrendos e traiçoeiros ataques que para sempre marcaram o 9/11 atingindo o coração do Mundo Livre, logo na altura considerei que o sucedido não poderia ter deixado de passar sem retaliação.
Logo na altura, também, não deixei de considerar que o argumento invocado das armas de destruição maciça como justificativo dessa mesma retaliação pecava por inconsistente como, aliás, se veio a comprovar qual verdadeiro calcanhar de Aquiles que à retaliação a acabou, decididamente, por condicionar e determinar.
Ao 9/11 outros ataques de terror se lhe seguiram e aquela data ficou como um marco que hoje permite afirmar haver um antes e um depois dela.
Nada voltou a ser como era, incluindo o Mundo Livre e as regiões alvo de retaliação, elas próprias carentes de Liberdade, tornaram-se mais voláteis do que nunca.

Como na altura logo se comprovou, um avião de carreira passou a ser, ele sim e arrepiantemente, uma arma de destruição maciça e a Liberdade adquiriu outra coloração.
Outro e mais profundo significado.
Em vez de uma via rápida revelou-se em toda a sua extensão e crueza como um caminho cheio de escolhos a valer a pena percorrer.

Passados 12 anos, em que ponto estamos?
No da retaliação ou no da contenção?
No de responder à guerra pela guerra ou de esgotar todas, mas mesmo todas as vias negociais?
No do confronto ou da distensão, da paz e tanto mais quanto não há quem a ela, no seu pleno juízo, não aspire?

Passados 12 anos cresce a perceção de que o confronto apenas gera mais confronto.
Apesar disso, os exércitos ter-se-ão tornado obsoletos?
Explicar-se-á a tentação belicista sempre à flor da pele à luz do nervosismo resultante de qual venha a ser o seu papel no futuro?
Julgo não haver lugar para tal nervosismo.
Sem os exércitos e em especial aqueles sob controlo democrático, não há paz nem segurança.
Sem os exércitos não há forças de manutenção da paz.
Sem os exércitos, como acudir às catástrofes ciclópicas cada vez mais recorrentes por esse mundo fora?
Por esse mundo fora, direta ou indiretamente, quantos milhões de empregos os exércitos não garantem reforçando a coesão social?
Sem os exércitos, que seria também dos progressos tecnológicos que vão sendo colocados à disposição de todos nós?
Sem os exércitos, o caso português é disso paradigmático, o que seria da Liberdade?
Os exércitos são escolas de civismo e poderia continuar a elencar mais e outros itens em que eles se comprovam indispensáveis, reconheço-o sem hesitar e pese embora, hélàs, eu nunca ter sido alistado.
Sem os exércitos, o que seria da diplomacia?
O nervosismo belicista não tem, de facto, qualquer razão de ser.


mulheres e homens em armas, tranquilizai-vos:

a paz torna-se imperativa e sem vós, que fique claro, ela não se constrói

ou / or

women and men in arms, quiet yourselves:

peace has become an imperative and without you, let’s be clear, peace can´t be improved




na certeza de que a Paz tal como a Democracia não são dados adquiridos para sempre
=
knowing for sure that Peace so as Democracy are not facts forever acquired






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Setembro de 2013



capacetes azuis



5 comentários:

Jaime Latino Ferreira disse...

NOTA

HEROICA DE BEETHOVEN

Não foi casuisticamente que preenchi esta página, em fundo, com o quarto andamento da Sinfonia Heroica de Beethoven.

Há época, Beethoven havia dedicado esta sinfonia a Napoleão Bonaparte que entendia como personificando a Revolução Francesa com a qual se identificava.

No entanto Bonaparte, ao proclamar-se imperador e em vésperas da sua estreia, fez com que Beethoven riscasse a dedicatória substituindo-a, indignadamente, por à memória de um grande homem.

Hoje, coisa que na altura, na prevalência da guerra seria impensável, se os exércitos, pelo contrário e na assunção do Império da Paz e da Cultura, se passassem a dedicar à manutenção da primeira e garantes da segunda, quanta dedicatória lhes não poderia vir ser, por fim, retribuída?

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Setembro de 2013

manuela baptista disse...

um dia, quem sabe, a paz não precisará de manutenção e tão pouco de forças

será ela própria uma força

Kika disse...

Kriu?

Nem paz nem vassouras, amigo Jaime! Ainda ontem passei no Vassoureiro, junto ao Cascais Shopping, para comprar um conjunto e olha, aquilo agora parece um mercado de Bangkok!

Por isso, o melhor é seguirmos a sugestão da Manuela, e adquirirmos aquele aparelho de robótica, que anda à roda e anda à roda vezes sem conta...

Desde que, não ganhe asas, tasse bem!

Kriu!

Anónimo disse...

Jaime,

Fiz ontem a revisão ao carro e hoje precisava que me desses de almoço...

. intemporal . disse...

.

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. um dia lá chegaremos . à vivência plena da Democracia . ao usufruto de uma Paz duradoura e inabalável .

.

. mas . e até que tal seja possível . ainda teremos de superar uma terceira grande guerra . a qual já suportamos diariamente . com o estômago a dar horas .

.

. enquanto adiantamos minutos .

.

. um bom domingo . Jaime .

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