Rafal Oblinsky, Overture
( behind all imagination )
Lack of imagination ou falta de imaginação.
Imagine-se que não se tem
em conta a Hipótese por mim equacionada.
A corresponder ela à
realidade podemo-nos, então, estar a mover, globalmente, num novo contexto que
obriga a novas soluções mas que, por não ser tomado em linha de conta, às
velhas soluções a que nos encontramos agarrados e que persistindo em
utilizá-las, longe de solucionarem apenas introduzem crescente ruído, cavam o fosso
que nos vai divorciando da realidade.
De tal modo que, nelas
persistindo, repito, apenas, como se apenas fosse pouco, contribuem para
libertar sempre crescentes e mais agressivos demónios que contra nós se acabam, imprevisivelmente, por virar.
Demónios é uma palavra
pouco rigorosa.
O que eu quero dizer é
que, persistindo em agir como dantes sem ter em conta as novas condições
objetivas desencadeadas pela Travessia,
usando velhas receitas, apenas cavamos mais e mais o fosso que delas nos separam,
indo sempre a reboque dos efeitos inesperados que sobre nós, Humanidade, se
possam abater.
Para lá de toda a
imaginação e negativamente, perdido o norte de à minha Hipótese a não
querermos equacionar, ameaçando, sem o querermos, a nossa cada vez mais
fragilizada subsistência.
Tal constata-se nas mais
variadas áreas do conhecimento, desde o equilíbrio ecológico à economia ou das
ciências ditas exatas à política que longe de se anteciparem criando, pela
adesão à realidade, sustentabilidade, vão, pelo contrário, dela perdendo o pé.
E tendo-se tudo alterado
ligeira, quase impercetivelmente à palma dessa mesma Travessia, somam-se exponencialmente e em espiral, efeitos cada vez
mais fora do nosso controle.
Vivemos na cultura do que
se vê, se não se vê, não existe.
Assim e a título de
exemplo, os dinossauros ter-se-iam extinto graças a um imenso cataclismo de
dimensão apocalíptica cujos indícios, afanosamente, se buscam e não estamos recetivos
à hipótese que, do quase impercetível, do impercetível mesmo, à luz das
ferramentas que dominamos somada a uma crescente incapacidade de abstrair, de abstrair mesmo para lá dos números,
isto é, encarando o imprevisível desconhecido que do quase impercetível possa
desencadear, por nossa exclusiva obstinação e a prazo, mais ou menos próximo, o
inimaginável apocalíptico.
Não me canso de citar Stephen Hawking do seu clássico Breve História do Tempo, Do Big Bang aos Buracos Negros, quando
escreve:
(…) “Se tudo no Universo depende de tudo o mais de uma maneira fundamental,
pode ser impossível aproximarmo-nos de uma solução completa investigando
isoladamente as partes do problema.” (…)
Behind all imagination ou para lá de toda a imaginação.
Tenha-se, porém, em conta
a minha dificilmente comprovável Hipótese a não ser pelos efeitos que à
sua volta desencadeia e que em texto anterior tive o cuidado de listar.
Se tudo estiver, então, a
ser abordado sem a ter em conta, pode ser que estejamos mais perto do que
alguma vez pensámos, de resolver os bloqueios que nos estrangulam e
constrangem.
Desde que, decididamente,
a encaremos como plausível.
Assim:
Pode ser que, seja tida a
minha Hipótese em linha de conta, de forma mais decidida nos dispunhamos
a abordar os desequilíbrios ecológicos, desde a poluição às alterações
climáticas e ao aquecimento global, todos somados de consequências
imprevisíveis e tanto mais quanto, repito, se à sua luz encarados;
Pode ser que,
equacionando-a, estejamos assim mais próximos de resolver a crise
económico-financeira, logo começando por a encarar, centrada no Homem, noutra
perspetiva;
Pode ser que as assim
chamadas ciências exatas, revestindo-se do social a que não são estranhas,
passem a concorrer, concertadas e multidisciplinarmente numa abordagem mais
humana e eficaz;
Pode ser que a Política,
globalmente e cingida a toda a democraticidade entretanto criada, pelos
instrumentos de que dispomos, assuma, democrática, o posto do comando
antecipando-se aos acontecimentos e não intervindo por arrasto e apenas como
apagadora de fogos, isto é, como bombeiro;
Pode ser que …
E podíamos ir por aí fora,
tão longe quanto a nossa imaginação o possa conceber.
Abrindo de novo a História
e não presumindo fechá-la como se tivesse chegado ao fim.
Elevando-a a um novo
patamar onde o que estivesse para vir tivesse de ter em conta, como referência,
o ponto a que chegámos:
Aquele em que o um, o
singular, pela sua determinação, resiliência, persistência, teimosia mesmo,
agindo com toda a transparência, pacificamente e em nome do aprofundamento da Democracia,
na congruência dos meios utilizados em função dos fins perseguidos e tomando
para si apenas o residual político de referência que nesta minha Hipótese
se acaba por centrar, tomasse pacifica e globalmente o poder.
Sem mais nem outro querer que não o da reservada e concertada Representação
Global.
E, por fim, exponenciando
o potencial que as novas tecnologias e as da informação em particular, põem ao
dispor de todos e de cada um de nós.
A partir daqui, imagine-se
tudo o que de positivo, até hoje, dificilmente a nossa imaginação poderia
conceber.
Uma coisa é certa:
Não é possível aprisionar
a História num colete-de-forças e, assim sendo, mais vale que ela passe por
aqui do que por ali!
Por aqui, pela Democracia e pela Paz
Global como os meios por mim utilizados o vão, não apenas demonstrando mas confirmando
também.
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 17 de Junho de 2012
1 comentário:
Gosto.
fiquei fã do face, neste pequeno pormenor :)
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