Aos Senhores deste Mundo,
Escrevo aos Senhores deste
Mundo e, sobretudo, àqueles detentores de um mandato ou de legitimidade
democráticos.
Se, é certo, a Democracia
passa por aquela que na representatividade e, logo, no sufrágio universal e
secreto se revê e que tem no pluralismo partidário somado à liberdade de
expressão e ao Estado de Direito a sua incontornável expressão, Ela não se
esgota neles.
Se a Democracia fica por
aí, o que já não é nada mau, diga-se em seu abono, ela fica, no entanto, fragilizada
e pela rama.
E esse é o ponto em que
estamos.
Para que esta vingue ou
chegue à sua maturidade, galgue, passe ou trepe para lá dos muros, navegue
passando os cabos das tormentas é, não apenas necessário que ela floresça em
participação, isto é, no exercício que da cidadania na multiplicidade de
organizações livres se expressa como, mais e mais profundamente do que isso,
naquele outro que à cidadã ou ao cidadão na sua singularidade e por provas
dadas os reconheça e legitime.
Provas dadas.
O que vem a ser isso?
Resumidamente, a
participada atitude destes, da cidadã ou do cidadão, por mérito próprio e diante
dela.
Perante a Democracia.
O que eles fazem,
individualmente considerados, no sentido de concorrer para o desenvolvimento,
isto é, para o aprofundamento da Democracia, de tal modo que completando o
círculo ou o edifício democrático, a enraízem dando-lhe não apenas
sustentabilidade mas a seiva sem a qual ela definha.
Podendo vir a ocupar, por
essa via, o próprio vértice do edifício democrático global que como câmara de
ressonância e concertação reservada a todos os interesses globalmente
considerados, num Mundo que é só um deva, tem de legitimamente conciliar,
contemporizar.
E que, se é escrutinável,
assim a própria ou o próprio a isso se têm publicamente de dispor e enquanto o
seu compromisso não seja quebrado, não podendo, contudo, pelo voto universal
ser sufragável.
Na seiva que nos corre nas
veias, a vida de cada um de nós é, em absoluto, legítima.
Aquilo que, em última instância, preenche o vértice
que no logotipo da cimeira em que participais, por ora e como nele o podereis
constatar, ainda lhe falta.
Seiva.
O nutriente, o sangue, o
vigor, a energia.
Se essas provas vão ao
arrepio da Democracia e importa sublinhar que Democracia implica tolerância e
que esta obriga a que nos saibamos colocar no lugar do Outro, seja ele qual
for, fraco ou poderoso, singular ou institucionalmente considerado, ou a
justificá-lo ou a aceitá-lo e que este é o princípio motor da Paz, então essas
provas têm, não apenas de ser estender no tempo como, também, tornarem-se
visíveis, transparentes para quem as quiser seguir, percorrer e comprovar.
Têm, além disso, de se
mostrar congruentes no seu exercício, isto é, consequentes em quem as diz
praticar.
Na sua visibilidade não
podem senão corresponder à atitude real de quem as exercita.
Têm de ir ao encontro do
espírito democrático, reforçando-o.
E, nos seus conteúdos, não
podem pôr em causa a própria Democracia sob pena de, irremediavelmente, a ou se
comprometerem.
Aos Senhores deste Mundo,
Excelências,
Dizei-me em que é que não
correspondo eu a este perfil, a estes requisitos?
Mais, que não estou para
lá dos interesses específicos, particulares, nacionais, culturais, religiosos mesmo
ou por maioria de razão daqueles que representais ou que não seja respeitador da
separação de poderes?
Colocando-me, pois, numa
perspetiva global e democrática indispensável à abordagem dos nossos presentes
e dilacerantes dilemas que tudo têm a ver com a candência de um Novo Paradigma
de Desenvolvimento sem o qual nos afundaremos de crise em crise?
Teria sempre de me
expressar numa língua viva e porque não nesta!?
É só escrutinarem-me neste
fio condutor que, paulatinamente, por todo este meu blogue, publicamente, Vos
vou expondo, expondo-me.
Isto para não falar já do
que o antecede, escrito em papel, manuscrito ou processado, de há mais de vinte
e três anos a esta parte e que, à escala, a este mesmo padrão sempre correspondeu.
Dizei-me se numa
predisposição que indefetível se mantém, aquilo que faço e escrevo é de
somenos!?
E dizei-me, já agora, em
que é que por minha ação Vos ponho em causa!?
Que valia às Vossas que
também são as nossas causas eu não acrescento!?
Que provas mais terei de
dar!?
Resiliente, neste meu
propósito permaneço e permanecerei.
Seeing and writing far behind, realistic and
consequent, that’s my lemma as You all, hear through, may confirm.
Yours
Vosso
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Junho de 2012
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