textura de um
livro
Este é o livro que vou
escrevendo.
O meu livro não está
arrumado numa estante, flui em discurso direto.
Tão direto quanto o
possível.
Escrevo no meu perfil:
Este é o meu livro favorito,
aquele que se vai folheando em interação com os livros de Outros.
E vai crescendo, sempre
incompleto.
Um livro que por
intermediários tem apenas o suporte e a ferramenta nos quais é escrito e é
lido.
Sem mais, na relação direta
com quem o vai lendo e interpretando, num Mundo em convulsão, o fluir das
coisas.
Antecipando-se a elas também.
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Este é o meu livro.
Livro de mim que sou eu.
Que sem pedir licença ou
sem que lhe seja concedido aval, de mim para ti por aqui se espraia.
Um livro aberto.
Que nem da sua textura a
tem, nem sítio onde o arrumar, nem em objeto decorativo se podendo tornar.
O meu livro que nem
simples retórica a é.
Interativo com o real.
Que quando começou já o
era e ao aqui chegar continua.
Este é o livro que vou escrevendo.
Sem princípio nem fim.
Aberto ao Mundo inteiro.
Escrito em língua universal
porque de mais de duzentos milhões de falantes espalhados pelos quatro cantos do Mundo.
Planetário.
Dado sem outros filtros
que entre ti e mim se pudessem colocar.
Ou que entre mim e eu
próprio também se pudessem interpor.
E que se vai folheando por
entre as desgraças e as realizações do Mundo, às primeiras, recusando render-se
ou subjugar-se e às segundas, enaltecendo-as.
Tornando-se, ele próprio,
um livro Real.
Neste e sempre em mais
incompletos impulsos.
enquanto escrevo olho, sangrando, para o sacrifício da Síria
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Junho de 2012
2 comentários:
Are you weeping?
What causes such tears?
This is my wedding day.
The King awaits me...
The candles on the altar, are lit,
It is decorated with flowers.
Give me quickly my
White robe; adorn my hair
With my crown or roses.
That Percy know nothing about it,
The King has ordered it so.
Oh tragic memory!
canta o coro
este é um belo livro e é dado generosamente a quem o quiser ler
não tem pontos prévios nem condicionantes
tem a riqueza de um rei!
Muito muito bom, Jaime.
Como foi grato vir até Si agora e lê-lo, deu-me mais Vida. Que guardo.
E a música.. muito bela.
Dois beijinhos.
dulce
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