Kevin Sloan, Globe
Decidi glosar, refletir a
propósito de dois provérbios muito conhecidos, a saber, quem quer vai, quem não quer manda e quem tem boca vai a Roma.
Partamos do princípio que Roma, para além de ser a capital
italiana, aqui, pode ou deve mesmo ser entendida e até porque, em certo
sentido, o continua a ser, não apenas como o centro da cristandade mas também
ou por isso mesmo, como o centro do Império
que a precedeu, que nela implodiu e, nesse sentido, entendida como centro do
mundo.
De um certo mundo que à
sua volta, à volta de Roma girava.
Roma, no provérbio em que se integra, figurativamente, significa, portanto,
isso mesmo:
O centro do poder seja ele
entendido como o intemporal ou como o temporal.
Os dois provérbios entroncam-se
e complementam-se um no outro.
Hoje e nestas plataformas
em que nos movemos, quem quer vai mesmo e sem sair do mesmo sítio e nenhuma
necessidade tem de recorrer a terceiros que não sejam estas plataformas, para
ir.
Eu, daqui, posso mesmo
chegar a Roma, seja ela entendida em
que sentido o for, por minha boca, isto é, por via daquilo que escrevo.
Vou e por mão própria.
De tal modo que até dá que
pensar que estes provérbios, sendo como por definição o são, retratos dos
costumes, do consuetudinário, do que vem de trás, tanto melhor se aplicam e,
desde já, no futuro imediato.
Ou virão, eles próprios,
do futuro?
Quem quer vai, quem não quer manda.
Eu quero!
Quero em nome próprio, por
provas dadas e sem interpostas pessoas e porque quero mando sem mandar, isto é,
envio para a estratosfera e, logo, para Roma
também.
Quem tem boca vai a Roma.
Eu vou e não me canso de
ir!
Vou daqui, deste meu lugar
virtual e sem sair do mesmo sítio e, amiúde, a Roma chego.
Tanto literal como
figurativamente.
Se quero e vou, então,
como se realizarão os dois adágios?
Será o costume desdito?
Será o futuro proscrito?
Será cumprida a minha
aspiração?
Cá estamos todos para ver
se sim ou se não:
Se querendo vou ou não vou,
isto é, atinjo os meus objetivos.
Por fim, mandar:
Enviar mas, também, ter
poder.
Ora se quem não quer
manda, isto é, tem poder e se quem quer vai, onde iria quem vai se poder
tivesse?
Por mais que simbólico,
residual fosse o poder de quem vai?
Como o receberia Roma?
Não querer poder tendo-o é
que é um desperdício tamanho do qual, quiçá, todos pagamos uma pesada fatura.
não há como fazer as coisas por gosto
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Agosto de 2012
3 comentários:
Olá Jaime!
Pois é como diz...
" Não há como fazer as coisas por gosto "
É melhor ir do que mandar, acho. Há um poder muito maior na vontade do que na intenção.
Que saiam as vozes de quem tem boca. Mesmo que não cheguem propriamente a Roma, farão caminho para lá chegarem. Assim penso, também!
Um abraço maior ( dois, já agora ;) )
QUERIDA MARIA JOÃO
Se for ver, em baixo, o meu planisfério constatará que a minha voz, o que escrevo por mão própria, já chegou mesmo a Roma.
A Roma e a muito mais longe do que isso!
Beijinhos muitos, dos dois e é sempre um prazer tê-La por aqui
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Setembro de 2012
Olá Jaime.
Mais uma visitinha de quem anda um pouco longe , mas vai voltando, como se fosse a Roma, sabendo que por aqui sempre há um cantinho de lições interessantes para aprender.
Será difícil voltar por estes dias, com assuntos deveras lmportantes para tratar, mas vou lendo e escrevendo sempre que possa.
Deixo beijinhos.
Branca
Enviar um comentário