Consecutivamente, o Euro
tem vindo, tendencialmente, a perder face ao Dólar situando-se
já abaixo da barreira psicológica dos 1.3 dólares.
Talvez que, paradoxalmente,
fosse bom que a crise se agravasse na
Europa ao ponto de que a equiparação entre as duas moedas se estabelecesse
de vez.
Porquê prolongar esta
agonia?
O mesmo deveria acontecer,
concertadamente, face às outras grandes moedas de referência em circulação.
A crise que dilacera a Europa e da qual o resto do mundo não
está imune tem, pois, não apenas desvantagens.
Mas, porque não, assumir a
equiparação, decidida e globalmente, artificialmente, isto é, politicamente de uma só vez?
Poupando a todos o
dilacerar que ela mesma, pelo seu arrastamento, provoca?
Não é gratuitamente que se
fala de mercado global único ou, pura e simplesmente, de globalização.
Estes, ou são para valer
ou deixem de os invocar!
Se é para valer, então que
sejam drasticamente reunidas as condições para que se realizem, isto é, que se
efetive a equiparação monetária global.
Aí sim, seriam reunidas as
condições que, contrariando as assimetrias regionais, a todas as regiões se
colocassem em pé de igualdade que garantisse, verdadeiramente, um mercado único
e livre poupando-nos a todos da angústia que o arrastar da crise apenas acentua.
Se, até um certo ponto, a
guerra de divisas contribuiu para corrigir assimetrias, é tempo de estas se
ajustarem equiparando-se entre si para que outras e avassaladoras assimetrias
não se cavem e aprofundem.
Pela equiparação, uma só
moeda ou todas equiparadas entre si num mercado verdadeiramente livre e global.
Talvez que aí, na tomada
corajosa dessa iniciativa, a diferença entre estarem a Política ou o dinheiro,
as divisas ao comando.
Todos perdiam alguma coisa
mas os ganhos, que não apenas monetaristas, superariam em muito os prejuízos e
mesmo as menos céticas expectativas.
uma só Humanidade, uma só divisa
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Maio de 2012
3 comentários:
Deve ter estimulado o seu génio efabulatório, imaginistico ou linguistico, quando afirma que se deveria agravar a crise.
Não basta já?
Mais agonia colectiva?
Dilacerar mais um país em luto?
Existe alternativas, terapias,mas é necessário Tempo.
Quando estamos doentes, não tomamos os medicamentos todos no mesmo dia. É necessário Tempo para que o organismo reaja à profilaxia, para que a cura se efectue devidamente.
Mas essas decisões ficam, para os economistas deste país.
O meu curso de história limita-se ao tempo passado e presente, não ao futuro.
Mas concordo e gosto de uma só humanidade, de uma só devisa = Unidade Politica e Monetária.
Gosto da Bonança.
E gosto que não se aprofundem mais desigualdades.
Temos que reconhecer o mérito de cada um e valorizar, quem ter que ser valorizado.
E num exercício criativo, observar o fenómeno, que teve como factor determinante em todo este processo e que invoca e apela a uma memória colectiva de um grandioso país.
(Não sei que respostas ando a dar, mas todos anda a tentar saber quem eu sou e a perguntarem-me porque não tenho um blog, para quê? se gosto dos blogs dos outros)
Linda e serena imagem. Gosto muito.
HANAÉ PAIS
Querida Amiga,
Excecionalmente, respondo-Lhe até porque a Sua assiduidade como comentadora o merece e assim me deixa em falta.
Eu não quero que a crise se aprofunde e o que, a este propósito, escrevi tem que ser lido em toda a sua profundidade e ironia ...
Só que, estou cada vez mais convencido de que não há mercado global e livre enquanto persistirem as assimetrias monetárias que hoje o penalizam e subvertem e é à luz deste simples fato que a crise também se explica e tão severamente nos castiga!
Quanto aos economistas:
Sem querer cair em generalizações, às vezes o que parece é que somos por eles bombardeados em demasia e nem por isso as coisas se resolvem.
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Maio de 2012
assim todas as moedinhas a valer o mesmo,
a minha divisa é não me pronunciar sobre o que não entendo muito bem
é a minha heráldica privada
apenas sei, que quem tem pouco, pouco perderia
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