quinta-feira, 10 de maio de 2012

POLÍTICA OU MONETARISMO




Consecutivamente, o Euro tem vindo, tendencialmente, a perder face ao Dólar situando-se já abaixo da barreira psicológica dos 1.3 dólares.
Talvez que, paradoxalmente, fosse bom que a crise se agravasse na Europa ao ponto de que a equiparação entre as duas moedas se estabelecesse de vez.
Porquê prolongar esta agonia?
O mesmo deveria acontecer, concertadamente, face às outras grandes moedas de referência em circulação.
A crise que dilacera a Europa e da qual o resto do mundo não está imune tem, pois, não apenas desvantagens.
Mas, porque não, assumir a equiparação, decidida e globalmente, artificialmente, isto é, politicamente de uma só vez?
Poupando a todos o dilacerar que ela mesma, pelo seu arrastamento, provoca?

Não é gratuitamente que se fala de mercado global único ou, pura e simplesmente, de globalização.
Estes, ou são para valer ou deixem de os invocar!
Se é para valer, então que sejam drasticamente reunidas as condições para que se realizem, isto é, que se efetive a equiparação monetária global.
Aí sim, seriam reunidas as condições que, contrariando as assimetrias regionais, a todas as regiões se colocassem em pé de igualdade que garantisse, verdadeiramente, um mercado único e livre poupando-nos a todos da angústia que o arrastar da crise apenas acentua.

Se, até um certo ponto, a guerra de divisas contribuiu para corrigir assimetrias, é tempo de estas se ajustarem equiparando-se entre si para que outras e avassaladoras assimetrias não se cavem e aprofundem.
Pela equiparação, uma só moeda ou todas equiparadas entre si num mercado verdadeiramente livre e global.
Talvez que aí, na tomada corajosa dessa iniciativa, a diferença entre estarem a Política ou o dinheiro, as divisas ao comando.
Todos perdiam alguma coisa mas os ganhos, que não apenas monetaristas, superariam em muito os prejuízos e mesmo as menos céticas expectativas.


uma só Humanidade, uma só divisa
 

 

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Maio de 2012

3 comentários:

Hanaé Pais disse...

Deve ter estimulado o seu génio efabulatório, imaginistico ou linguistico, quando afirma que se deveria agravar a crise.

Não basta já?
Mais agonia colectiva?
Dilacerar mais um país em luto?

Existe alternativas, terapias,mas é necessário Tempo.
Quando estamos doentes, não tomamos os medicamentos todos no mesmo dia. É necessário Tempo para que o organismo reaja à profilaxia, para que a cura se efectue devidamente.

Mas essas decisões ficam, para os economistas deste país.
O meu curso de história limita-se ao tempo passado e presente, não ao futuro.
Mas concordo e gosto de uma só humanidade, de uma só devisa = Unidade Politica e Monetária.
Gosto da Bonança.

E gosto que não se aprofundem mais desigualdades.

Temos que reconhecer o mérito de cada um e valorizar, quem ter que ser valorizado.

E num exercício criativo, observar o fenómeno, que teve como factor determinante em todo este processo e que invoca e apela a uma memória colectiva de um grandioso país.

(Não sei que respostas ando a dar, mas todos anda a tentar saber quem eu sou e a perguntarem-me porque não tenho um blog, para quê? se gosto dos blogs dos outros)

Linda e serena imagem. Gosto muito.

Jaime Latino Ferreira disse...

HANAÉ PAIS


Querida Amiga,

Excecionalmente, respondo-Lhe até porque a Sua assiduidade como comentadora o merece e assim me deixa em falta.

Eu não quero que a crise se aprofunde e o que, a este propósito, escrevi tem que ser lido em toda a sua profundidade e ironia ...

Só que, estou cada vez mais convencido de que não há mercado global e livre enquanto persistirem as assimetrias monetárias que hoje o penalizam e subvertem e é à luz deste simples fato que a crise também se explica e tão severamente nos castiga!

Quanto aos economistas:

Sem querer cair em generalizações, às vezes o que parece é que somos por eles bombardeados em demasia e nem por isso as coisas se resolvem.

Um beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Maio de 2012

manuela baptista disse...

assim todas as moedinhas a valer o mesmo,

a minha divisa é não me pronunciar sobre o que não entendo muito bem

é a minha heráldica privada

apenas sei, que quem tem pouco, pouco perderia