sábado, 27 de julho de 2013

IDEAL POSITION

Kandinsky, Contrasting Sounds, 1924





I’m not compromised with any lobby neither with left nor with right political wings, neither with Republic nor with Monarchy so as with any nation in particular

I’m compromised with Democracy

publicly I don’t speak, I write and I’ve my private convictions, rights that assist me but yet and therefore, as you can testify all along this blog so as in my facebook and because of my fluent expression in my one native language, the Portuguese one, a cultural fact that can be worldwide translated, urgent as more and more it becomes, I’m in an ideal position to deeply promote the multilateral and cultural global dialog

yes I can




read Wings and Noise





Jaime Latino Ferreira
Estoril the 27th July 2013

Kandinsky, Black and Violet, 1923



quarta-feira, 24 de julho de 2013

NOISE

Etienne, Noise Collage B





the problem with most of the politicians lies in the difficulty they have to express themselves

therefore, the noise introduced in the system obstructs the spirit of negotiation and understanding that, by definition, characterizes Democracy








Jaime Latino Ferreira
Estoril the 24th July 2013

Etienne, Noise Collage A



quarta-feira, 17 de julho de 2013

WINGS






Left wing
right wing

Is there an human being
even if an handicapped person
( we all are )
without one of those wings?

There is no wisdom
without sensibility
( music in the heart )
and reasonability
( logic in the mind )
and therefore
without one as the other
there is no humanity

Witch of them
sensibility such as reasonability
is right or left?

They are
both in both mixed






Jaime Latino Ferreira

Estoril the 17th July 2013






segunda-feira, 15 de julho de 2013

NOS MEIOS, OS FINS

se o samba nunca foi de arruaça, mais vale dançar na rua do que fazer tumulto





não se pode, por um lado, defender a democracia representativa e, por outro, de acordo com o que julguemos ser melhor para a garantir, deitar abaixo regimes que democraticamente foram legitimados e assobiar para o lado, apenas porque achamos que estes não vão ao encontro do que ela, supostamente, visa defender

a rua não pode ser aferidora, legitimadora do que, em seu nome, se julgue poder ser, num como no outro sentido, o melhor para os povos

se há riscos que, por vezes, admito, é preciso correr, fica por saber se esses riscos vão ou não ao encontro da paz e, logo, da democracia




da imprevisibilidade da rua





Jaime Latino Ferreira
Estoril, 15 de Julho de 2013


Max Ginsburg, Peace March



quarta-feira, 10 de julho de 2013

VAMOS IMAGINAR

dei-me à liberdade de titular esta fotografia cuja autoria também não consegui determinar de varrimento





Vamos imaginar que, sem o saber, eu era vigiado, espiado vinte e quatro sobre vinte e quatro horas.
Que teria eu a temer por esse facto?
Nada.
Nada e se assim, frontalmente, vo-lo escrevo tal deve-se ao facto de eu não agir, dizer, ou escrever em off de modo a que ponha em causa a maneira como em on, congruentemente, procedo.
É claro que o modo como procedo em off, não coincide, exatamente, com aquele que corresponde ao meu on, mas tal deve-se, exclusivamente, ao contexto que de um para outro modo, alterando-se, os caracteriza e nada mais.
Por exemplo:
Em off dou-me a uma liberdade linguística como aquela da utilização da palavra começada por m ou daquela outra por f, que mal vem daí ao mundo, que em on evito utilizar mas não são os maiores ou menores formalismos linguísticos que quebram a coerência que faço, em mim e num como noutro caso, por prevalecer.
Ou então e quantas vezes, em off parto pedra sobre um qualquer assunto até que, por fim, em on, na sua versão definitiva, se possa, finalmente e num processo que não é automático porque obriga a considerar muitos ângulos, traduzir.
Não, não faço nas costas o que me não atrevo a fazer frontalmente ou frontal não o seria e se algum segredo detenho, como por definição o caracteriza, guardo-o para mim e, sobretudo, sem expor terceiros envolvidos.
Assim, se me viessem dizer que era espiolhado, ininterruptamente, de dia como de noite, não entraria em pânico e continuaria a proceder como até aqui e como desde que vivemos em Democracia sempre o fiz sem que por tal facto, exclusivamente, visse a minha liberdade condicionada.
Tanto mais quanto até admito que em nome da Liberdade, há coisas tão preciosas como a segurança que se têm de salvaguardar e para as quais, apenas as secretas estão em condições de a poder fazer garantir na crescente globalização e sempre num precário equilíbrio entre o que é do domínio das soberanias, do domínio público ou do privado, equilíbrio que não pode ser quebrado, mesmo se num tempo em que o terror, insinuando-se, prevalece como uma real ameaça.
Se, portanto, me viessem dizer que estava permanentemente a ser escrutinado pelo varrimento integral da minha vida pública como privada, psicose ou paranoia, dir-me-ão mas não minhas antes prevalecentes difusas espraiando-se por todo o tecido social e porque não sou dissimulado nem cultivo teorias da conspiração, não alteraria em nada o meu modo de proceder pelo que não seria por isso que sentiria a minha liberdade ameaçada, comprometida tão pouco.
Se quiserem e como, no fundo, sou eu próprio que imagino tudo aquilo que aqui acabei de escrever, chamem a esta minha forma desabrida de proceder a resultante de uma paranoia positiva que me acompanha de há muito e com a qual, aliás, até convivo muito bem.




a propósito dos espiões bufos que se erigem em heróis, sendo certo que a salvaguarda da soberania dos estados e da privacidade são, em si mesmos, valores que importa preservar, valores esses que também distinguem as democracias de quaisquer outros regimes carentes de legitimidade





Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Julho de 2013

scary eyes of a man spying through a hole in the wall




segunda-feira, 8 de julho de 2013

EUFORIA, DEPRESSÃO, ALEGRIA E TRISTEZA

Paul Ygartua, Indomitable Spirit, 2006






Há um traço comum à euforia e à alegria que é esta mesma, a alegria e que na depressão desaparece dando lugar à tristeza.
É claro que esse traço comum é apenas comum, essa vibração de felicidade, mas distingue-se uma da outra, a da euforia como a da simples alegria talvez porque nesta última ela tem uma base de sustentação que, em princípio, na euforia não se sustém.
Conheço estes estados:
O da euforia, o da depressão, o da alegria e o da tristeza.

O da depressão é insuportável e uma das razões porque o é explica-se pelo facto de por mais que se faça, difícil é, nesse estado, conseguir fazer-se o que seja e mesmo se não havendo sólidas razões que a expliquem, ele há-as sempre como para a euforia também, já que ela não se deixa contagiar pela alegria e vive mergulhada na tristeza.
Daí, muitas vezes, a depressão quando não a euforia (?) conduzir ao suicídio e mesmo se, quem vê de fora, para ele não encontre razões que o justifiquem.
A euforia, pelo contrário, define-se por uma alegria imensa, exuberante, incomensurável.
Quem por ela é tomado, não quer outra coisa e dificilmente se deixa, nela mergulhado, aconselhar.
Mais depressa quem esteja tomado pela depressão ouve e se deixa aconselhar do que quem pelo seu estado simétrico esteja invadido e, nesse sentido, poder-se-á dizer que a depressão é o calcanhar de Aquiles da bipolaridade.
Falo, isto é, escrevo por mim!
Poder-se-á dizer que a euforia é uma tristeza disfarçada de alegria desmedida e sem fim e nesse estado ampliado ou não por expedientes ou artifícios utilizados, psicotrópicos entendam-se, potenciei as minhas capacidades criativas.
É um facto que se pode demonstrar por tudo o que então, nos idos de noventa, finais de oitenta, escrevi e que se encontra salvaguardado tanto nos arquivos da Presidência da República como nos do Centro Nacional de Cultura, estes entre outros!
Contudo ressalvo que daqui não se deduza, implícito, o elogio da euforia.
A depressão, pelo contrário, é uma tristeza cavada acompanhada de uma inércia não menos paralisante, sufocante mesmo.
Para além de serem o simétrico ou o negativo uma da outra, depressão e euforia têm, também, em comum o facto de tanto a tristeza de uma como a alegria da outra se fundarem em pés de barro ou melhor, serem ambas estados de quem é portador de qualquer coisa intrínseca, entidade nosológica, diz-se ou patologia a merecer continuado acompanhamento técnico bem como, o que é fundamental, que os mais próximos de quem delas é portador lhe mantenham as portas abertas desarmadilhando alibis que a ambos os estados os justifiquem ou que o contexto se lhe torne favorável, coisa com que, graças a Deus, sempre pude contar mas que também está e por muito difícil que seja fazê-lo atendendo à turbulência em que se vive, nas mãos do próprio.

Aquilo que se passa no nosso centro nervoso ou comando central de personalidade é sempre aquilo com que maior dificuldade se tem em lidar exatamente porque mexe, integral e intrinsecamente, connosco próprios, com o eu.
Nas circunstâncias atrás referidas, porém, o acompanhamento médico é fundamental bem como o respeito pelas prescrições que este exige.
Exige, sublinho!
No entanto, fundamental também é que a pessoa enredada nestas complexas circunstâncias ora vendo tudo por lentes que a tudo ampliam, valorizam ou diminuem, desvalorizam em demasia fique bem consigo mesma ou seja parte incontornável na busca do seu bem-estar e não apenas um mero ator ou alvo passivo ou indiferente de um qualquer acompanhamento que, assim sendo, se torna sempre, porque ao seu próprio arrepio, forçado ou impositivo.
Ela, essa pessoa, no indispensável acompanhamento médico, tem sempre uma palavra a dizer.

Conheci um longo período de euforia e, posteriormente, outro longo período de depressão ambos atravessados por altos e baixos e foi no decurso desta última que a dado passo disse a mim mesmo que ainda haveria de conseguir reatar o meu fio condutor, fundado na alegria e sobretudo naquela que assenta no bem-estar comigo próprio que o mesmo é dizer e no meu caso, que assenta na capacidade criativa realizadora e sem recurso a quaisquer expedientes artificiais que a um como ao outro estados, faces de um mesmo processo, os pudessem vir a socavar mais e ainda mais porque ele não se mantém estático e ou se estabiliza ou se agrava.
Integrado que foi o acompanhamento médico recomecei, assim e em contraciclo, a criar deprimido e fiz, então, um primeiro pequeno ciclo de poemas a que chamei Miniaturas e, paulatina e progressivamente, fui readquirindo o meu equilíbrio que embora e sempre almejado, tinha perdido.
Ao decidi-lo muito penosamente, longe estava eu de pensar quão longe e nesses termos, na minha diferença que a mim mesmo não soneguei, passados que foram tantos anos e sem mais recurso a outros artifícios ou expedientes dilatórios e sempre salvaguardado o acompanhamento médico, sublinho uma vez mais e o que custa duas tomas diárias e sagradas, diria, até aqui me trouxe.
Quem o poderia, então, antever?
E que alegria reconquistada, agora sim, sustentada em tudo o que, de então para cá para não dizer de muito antes e porque artes, eu já criei:
Lastro estabilizador!

Sem nenhuma arrogância e na esperança de que me perdoem e, em especial, todos aqueles que tão duramente são atingidos pela presente crise mas o facto é que ao pé deste meu relato de aparentemente fácil descrição mas de complexa e prolongada resolução, os altos e baixos ciclotímicos da economia são uma simples brincadeira já que este relato também é o resultado da arte da Política que se aplicada com sucesso ao micro sê-lo-á, seguramente, ao macro também.




inside view em linguagem comum ou de como a euforia é a depressão maquilhada de alegria


(*) Schubert seria, ele próprio, um bipolar ao tempo em que, pelo fortíssimo estigma que representava, ser-se bipolar equivalia, tout court e sem remissão, a ser-se tomado por louco




Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Julho de 2013 


Michaux, Le Gardien de la Plage des Dames



sábado, 6 de julho de 2013

ALTO CUSTO

Picasso, O Rosto da Paz




a Democracia tal como um projeto de paz tão ambicioso como o é a União Europeia representam um alto custo mas, por vezes, parece que somos tentados a pensar que o custo em si mesmo ou a estrita e fria racionalização dos números se devem sobrepor a quaisquer outros considerandos

maior equívoco

sendo certo que as dívidas são para serem pagas, quando esse equívoco se instala, são a própria Democracia bem como esse precioso projeto de paz que podem ficar, irremediavelmente, comprometidos e eu não desejaria que tal viesse, alguma vez, a acontecer

no que estiver ao meu alcance, tudo farei para o evitar



em vésperas de nova reunião do Eurogrupo marcada para o dia 8 de Julho

Croácia, bem-vinda sejas




Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Julho de 2013


Max Ginsburg, Foreclosure/ Execução Hipotecária, 2011



quinta-feira, 4 de julho de 2013

É

Gustav Klimt, The Kiss, 1907/8




Amor é o que tu fazes
dizes
escreves
é tudo o que de ti
em mim
te atreves
amor é a pulsão
com que não feres
o nunca por nunca
não
que não proferes

Amor
é o teu sim
que torna leves
todos os sobressaltos
por que não esperes
é beijo
amor
que traz
e quando ferves
quanto é o amor que dás
e que recebes



ao meu amor





Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Julho de 2013
 
frésias brancas



segunda-feira, 1 de julho de 2013

DA CAPA

fotografia de Jaime Latino Ferreira





SOU

Sou como o esqueleto de um piano
sou suas entranhas e insano
vibro ao martelar sobre o cordame
na afinação que toca e me lambe

Sou diapasão do eterno rame-rame
sou a hipótese que se trame
tecla digitada no meu dano
cingido ao arco-íris deste pano

Sou que mais sou eu do que um lanho
ferida aberta no sangue que derrame
pelos interstícios do profano

Sou um rio que corre e que ao infame
o lava conspurcado do ufano
pianola ou sobrevoo de um enxame



finalmente, do porquê desta fotografia de capa, interior da velha pianola de família, piano que, em tempos, tocou sozinho




Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Julho de 2013

a pianola, JLF