terça-feira, 30 de agosto de 2011

CONCLUÍDO ESTE JEJUM


Elling Reitan, Intermezzo



Conclui-se aqui este jejum a que me forcei, solidário ou ecuménico com o Ramadão que a fazer, aproximadamente, coincidir com a sua duração me coibiu de comentários ou de novas publicações que não aquelas que no meu blogue, com o passar do tempo, se iam, ao longo deste mês de Agosto, justificando.
Back to normal, este meu exercício, contudo, não foi nem é em vão:
Daqui para a frente passarei a ser mais comedido até porque, nesta frugalidade, crio outro e necessário distanciamento!
Assim, deixarei de responder por sistema a quem me comente, apenas quando por esta ou por aquela razão tal se venha a justificar;
Também e por sistema, deixarei de fazer comentários em suportes de terceiros que, aliás, muito estimo;
Não publicarei desabridamente no mural do meu facebook como, antes deste meu forçado e forçoso intermezzo, a mim próprio me impus.
Adoptarei, isso sim, um ritmo todo ele mais contido, distendido também, como se deduz desta experiência solidária aqui concretizada e em nome mesmo dos meus objectivos centrais, dos quais não me poderei nem quero desviar.
Mantenho, por ora, a moderação de comentários no meu blogue que, nem por isso, me impediu de a todos aqueles que me foram enviados os publicar, mas apenas até que entenda que esta  ainda se justifica …
E valeu a pena!
Para além do mais, tal permitiu-me descansar alguma coisa o que não é de somenos …
Só mesmo quem não saiba do esforço implícito ao acto de criação … o não reconhecerá!



Da minha carne me sai
o que dando me não trai






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 30 de Agosto de 2011

domingo, 28 de agosto de 2011

O TRIÂNGULO DA MORTE



tráficos / terror / especulação

Sabemos que os tráficos, jogando com o que de mais sagrado existe, a pessoa humana, são uma forma de fazer dinheiro fácil e de arrecadar lucros astronómicos.
Sabemos, igualmente, que o terror, se delimita os  territórios dos primeiros cego e sem olhar a quem, sendo inominável é absolutamente gratuito.
A especulação, em si mesma, não tem mal nenhum, é uma forma como outra de fazer dinheiro igualmente fácil mas consentida, mas quando esta se reúne aos dois primeiros torna-se numa fórmula explosiva!
Diz-se que vivemos em economia de casino, de tal ordem que a sorte dos países e dos seus povos, chega a soçobrar  às mãos da especulação …
E já se terá pensado, não posso crer que não (!), na relação desta com os dois outros vértices aqui equacionados?
Sabe-se, aliás, que essa relação existe e a comprová-lo o que não faltarão são exemplos.
Nem toda a especulação, será sempre bom lembrar, tem uma relação com os vértices dos tráficos como com o do terror mas é sabida da relação cada vez mais promíscua entre o terror e os tráficos.
Os tráficos movimentam avultadas somas de dinheiro sujo que   uma vez lavado, para que possa transitar da economia paralela, imensa parte submersa do iceberg, para a economia real, nesta tem de ser posto a render tão rapidamente quanta a rapidez das somas propiciadas pelos mesmos.
E o dinheiro propiciado pelos tráficos, posto a render no jogo de casino com o qual tantas vezes se confunde a economia real, goza de sensores que lhe são fiáveis orientados pela estratégia subterrânea tanto destes como do terror, que pela mais vil batota distorcem a seu favor as regras da livre concorrência.
Este triângulo da morte, subvertendo as regras do mercado, ameaça colocar-nos a todos, subliminar e paulatinamente, nas suas sanguinárias e impiedosas mãos!
Na economia de guerra em que vivemos, como há quem a designe, em que mãos queremos, afinal, politicamente  ficar!?






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Agosto de 2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

TUDO EM ABERTO




Sempre que escrevo a alguém e que desse alguém não obtenho uma resposta seja qual ela for, confronto-me com a maior embora já acostumada das perplexidades:
Será que a esse alguém lhe terei dito a maior das barbaridades?
A ser verdade, não seria normal que tal me fosse retorquido de volta e na cara, preto no branco e sem complacências …!?
Será que com esse alguém terei metido o pé na argola?
Se assim fosse, não mereceria eu que me fosse dito do porquê e nem que mais não fosse para que não voltasse a metê-lo …!?
Será que ao meu destinatário o terei calado, na sua  incapacidade em contra-argumentar-me?
Tenha sido esse o caso, não seria legítimo que o reconhecesse …!?
Será …?
É certo que aprendi que quando nos escrevem não devemos deixar ninguém sem uma resposta mas sejam quais tiverem sido as razões para não a receber e partindo do princípio que não teria cometido nenhuma indelicadeza o que não está, convenhamos, nos meus princípios, o que poderá, então e a não serem estes os casos, levar alguém a não me responder?
Diz-me a minha experiência que receber silêncio por feedback augura, calculem (!?), o melhor:
Se não fosse esse feedback, onde estaria a minha Obra cuja parte mais visível se desenvolve neste suporte!?
Foi graças ao silêncio que ela cresceu até chegar aqui …!
Se eu, diante dele, tivesse desanimado ou partido a loiça, que património teria para apresentar!?
E como se teriam esboroado as minhas defesas …!
Quando alguém, ao que escrevo me responde com o silêncio, tal tem, para mim, por regra um significado:
Está tudo em aberto!
Tão em aberto que nem sequer os contornos desta última constatação escrita, está tudo em aberto, delimitam o aberto em que tudo fica!



tráficos = terror tal como atentado em Monterrey, no México = atentado em Abuja, na Nigéria e assim, pelo que fazes dir-te-ei quem és






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

DE LER A ESCREVER - III -




O espaço, o tempo, a palavra e a matemática … a música!
Na música a junção de todos eles na relatividade que os conjuga.
O espaço que se amplifica;
O tempo que se altera;
A palavra que nela se formata e a concentra;
A matemática que, intrínseca, também por sua via se exponencia.
A hieroglífica música tão imediatamente empática aos ouvidos e de decifração de acrescida e densa complexidade!
Nela, como se escreve e o que se lê, interpreta, como se ouve e o que, porque se pressente (!), logo se antevê …!
Num Bach universal que é de hoje como de sempre …
Nela as dimensões do espaço e as do tempo em inflexão conjugada.
Nela a relatividade integrada.
Nela o som primordial, o pulsar que nos transporta no tempo.
Num tempo elástico que passa e não passa, devagar como depressa.
Nela a arte do som, luminosa sonoridade … a condutibilidade imaterial da matéria!


quem vive a música por dentro tem dela tudo e o invento


 
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Agosto de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

RUA ÁRABE




Povos coragem
que aos muros derrubam
imagem
de quem desconfia
a voragem
de à Liberdade a querer
apenas como uma miragem



A quem desconfia
sondagem
de concludente
metragem





na iminente queda de Tripoli e pese embora o Ramadão ou por maioria de razão





Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Agosto de 2011

DE LER A ESCREVER - II -




Se o que capto assim se expõe como o escrevi, então vivemos na ilusão da luz, por contraste antinómico do som.
Na ilusão do espaço ao arrepio do tempo.
Do tempo disponível …
Na ilusão de uma mesma velocidade de onda desdobrada, refractada qual miragem, em duas:
Luz e som.
E quanto mais corremos atrás da luz menos dela vemos, na impossibilidade, a não ser simulada, de a alcançar, a capacidade de a ultrapassar.
E se som e luz são manifestações de uma mesma onda refractada, com a luz em fundo, mais depressa pelo som, essa velocidade já ultrapassada, humana por estar, qual ponte, ao nosso alcance, conseguiremos, em tempo útil, atingir velocidades inter-galácticas.
Chegar às estrelas …!
Na escrita em que ambos, luz e som se cristalizam, Passado e Futuro se conjugam no Presente.
Como qualquer documento escrito até nós, nas múltiplas interpretações que eles, em si mesmos, encerram, a essas dimensões as transportam consigo!



( na continuação, agora numa conversa que se expandiu por múltiplos interlocutores, privada e publicamente, tanto no facebook como na caixa de comentários do meu blogue )



Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Agosto de 2011

sábado, 20 de agosto de 2011

DE LER A ESCREVER - I -




O que leio, vendo oiço.
O que escrevo, ouvindo mostro dando a ver.
O que leio, conduz-me fisicamente da velocidade da luz à do som.
O que escrevo, pelo processo inverso, captando o som, aquilo que pensando oiço, leva-me fisicamente da velocidade do som à da luz.
Na escrita conjugam-se ambas, a velocidade da luz com a do som, estáticas, naquele ponto em que,  aparentemente inertes, se fixam.
O que se lê do que foi escrito é o ponto de encontro das  velocidades da luz e do som, numa simbiose encadeada que as  potencia ou que a ambas faz convergir numa só e que no cérebro se realiza!



mais depressa pelo binómio som/silêncio chego às estrelas do que de um escuro buraco consigo tê-las

( pequeno ensaio inspirado numa conversação privada tida com Fernando Madrinha no facebook )


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ENTRE TU E EU




entre tu e eu um mar de gente o ar e o céu

entre tu e eu toda a distância desde a infância

entre tu e eu quantos não cabem naquilo que fazem

entre tu e eu vai um postigo de escuro breu

entre tu e eu vai todo o mundo sem ver o fundo

entre tu e eu tudo persiste entre o que existe

entre tu e eu tudo o que existe em nós persiste

entre tu e eu o que no meio cabe em seu seio

entre tu e eu quanto em seu seio por belo o leio

entre tu e eu quanto não creio estar de permeio

entre tu e eu tempo não há no que se dá

entre tu e eu eternidade desta irmandade

entre tu e eu dois universos de longos versos

entre tu e eu vai um estadista que a escrita avista



NOTA

Até ver e ao arrepio da minha já expressa vontade de sempre, decidi, a partir de agora, exercer a efectiva moderação de comentários




Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Agosto de 2011

domingo, 14 de agosto de 2011

QUALQUER DIA

Siqueiros, fragmento mural


Qualquer dia ao acordarmos dar-nos-emos conta, de súbito, do fosso que paulatinamente se vai tornando intransponível entre o institucional cada vez mais anquilosado e tudo aquilo em que se revê o cidadão comum;
Entre os ritos comuns e aqueles que ao institucional o enformam;
Entre a praxis institucional e aquela do comum dos cidadãos.
Qualquer dia e sem que nos tenhamos dado conta e pesem embora todos os sinais que se vão avolumando arriscamo-nos a que, não apenas se extingam as audiências que a um qualquer representante institucional lhe dê ouvidos em declínio, aliás, acentuadamente crescente como, pior ainda, se deixe, pura e simplesmente de entender o que ele tem para transmitir!
Qualquer dia e por mais democrático que o regime o seja, as suas praxes institucionais serão coisas completamente despidas de sentido para o comum dos mortais, nas quais ninguém se reverá e remetidas para um gueto de iniciados, candidatos a cuja iniciação, aliás, irão, como já se nota, cada vez mais escasseando!!
Qualquer dia a desconfiança será tal, à força da incoerência de um discurso que teima em não ter correspondência com o real, que me interrogo onde poderá ir parar a legitimidade democrática institucional que à palma do sempre crescente nível de abstenção dela se vai, silenciosamente, depauperando!!!
Qualquer dia …
Qualquer dia a preparação do candidato, seja ele qual for, tentando fazer dele um homenzinho modelo cujo modelo se perdeu (!), não terá nada a ver com o cidadão comum;
Qualquer dia, os próprios ritos esvaziados de modelo, mas que modelo (!?), perderão, eles também, todo o sentido;
Qualquer dia o cidadão comum que numa frase de seis palavras dá três erros, nada de especial (!), entenderá por ilegível um período de um qualquer discurso político!
Qualquer dia …
Qualquer dia, afogados em diktats e jogos tácticos de ocasião, estes omitirão e neles se dissolverá, por completo, a percepção do bem comum!
Qualquer dia e à força de, em nome das tradições, ir sempre atrás, sempre a reboque dos acontecimentos, acordamos e de repente … somos engolidos pela barbárie!



para que este qualquer dia nunca venha a acontecer






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Agosto de 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

INSPIRADO NUMA CONVERSA REAL





- Caro amigo, então de crise em crise!?
- É a vida … e parece que temos outra a chegar.
- Pois é ... outra ou o cavar de uma que já tenho dificuldades em perceber quando se iniciou ...!?
Repare, utilizei a palavra cavar como se utiliza na psiquiatria quando se refere uma depressão que por ser mal atacada apenas se acentua ... pois é, meu caro … mas, desculpe-me, explico-me melhor:
Há muito já que os remédios não têm sido eficazes, logo por o diagnóstico da doença estar mal feito e, por isso, susceptível de aos intervalos entre a euforia e a depressão os permitirem tornar-se cada vez mais curtos, cavando-a, até porque uma e a outra coisa, euforia e depressão são ambas manifestações inversas de uma mesma doença bipolar e que se resume num défice crescente de confiança que é, antes de mais, Política!
Escrevi Política com maiúscula para que não se confunda com o que predomina, a politiquice ou politics e, já agora e se não se importa, vou-lhe só contar mais uma pequena história:
Durante muitos anos, na Europa e no Mundo, julgou-se ter estancado os dois pólos da doença separando-os por um muro. Depois, o muro, felizmente caiu e ambos os pólos passaram a andar desregrados e à solta por aí pese embora fossem apenas exaltadas as virtudes da euforia escamoteando a depressão.
Exangue, porém, o El Dorado, à falta de um qualquer contraponto, esgotou-se ...!
Moral da História:
Sem um contraponto, a saber, a afirmação Política que se imponha e contra-balanceie a realidade dos números, estes divagarão desregrados e cada vez mais sem qualquer tipo de sustentação!
- Bem pensado …
- Veja lá o que me saiu ... muito obrigado …e uma vez que tenho monopolizado a conversa queria, apenas, precisar um ponto para que não fiquem rabos de palha à solta por aí:
Ao referir a afirmação Política, refiro-me àquela que seja legitimada pelas democracias já que a China se há muito conhece um crescimento, uma euforia exponencial sem precedentes, afinal, ela própria manifestação da mesma doença, tal deve-se a nela coabitarem os dois pólos – um país, dois sistemas – pese embora o bloqueio que já se começa a fazer sentir, o da não legitimação democrática do contraponto que a esse crescimento o tem permitido!
Para o bem como para o mal, está tudo ligado e, por isso mesmo, sujeito a contágio como um rastilho:
O Norte e o Sul, o Este e o Oeste, o aquecimento global e a escassez de recursos, as finanças e a economia, as dívidas e a fome, o desejo arrojado de Democracia e as explosões quase incontroláveis de saque e destruição sem propósito e sem olhar a quem!
O mundo moderno, afinal … é pequeno, frágil e muito pequeno mesmo!


numa necessária pausa do meu continuado jejum






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Agosto de 2011

sábado, 6 de agosto de 2011

ENXERGAI-VOS




Pela primeira vez uma agência de rating desceu aquele dos Estados Unidos …
Quem imaginaria tal vir a ser possível!?
Iniciar-se-á aqui uma nova escalada especulativa a todos levando a pique e a reboque?
A economia, a economia primeiro e a finança depois, não colam mais com a realidade e a Política, essa, onde pára ela?
Onde está a sua capacidade de antecipação já que quando falamos de Política também é disso que se trata?
Trata-se da capacidade de contenção de danos sem cuja antecipação transparente o desgoverno global se torna, mais e mais, numa autêntica e cada vez mais fragmentada  tragicomédia!?
Onde está a superioridade moral das democracias para à crise a suplantar!?
Onde param as virtualidades da política democrática se esta não for capaz de ir um passo ou vários adiante dos acontecimentos sem deles lhes medir apenas os dividendos específicos ou os ganhos de ocasião!?
Especulação …
Não serei eu a contribuir para ela!
Daqui em diante, refugiar-me-ei no silêncio sem cuja implementação coerente e determinada as vozes não deixarão de amplificar-se em acrescida e tonitruante escalada somando crise à crise, especulação à especulação, danos aos já incalculáveis danos!
Não, não serei eu …!






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Agosto de 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ATOLEIRO




Fala-se à exaustão, tanto que até já cansa como se à palma disso nos fôssemos anestesiando (!), na crise económico-financeira que eu insisto em afirmar não ser mais do que a manifestação de outra mais grave e candente, a crise ambiental e dos riscos, a ela inerentes, de contágio incontrolável.
Tentam todos pôr-se a salvo em reacção esquizofrénica inqualificável, e os riscos não param, todavia, de se acentuar!
Digamos que isto, a Norte.
A Sul, por seu turno e lancinantemente, cresce a fome desmedidamente como é, agora, o caso da Somália!
Pergunto-Vos, e da fome, não há risco de contágio!?
Dir-me-ão ser esta um mal endémico mas o facto é que ela entra-nos, aos países ricos, pela porta dentro embora ainda com laivos de simples brincadeira quando comparada com aquela que a milhares, milhões mesmo e crianças, mulheres e velhos sobretudo (!), os faz sucumbir todos os dias!
Da fome, repito, não haverá risco de contágio?
Não ameaça ela o nosso bem estar colectivo e, em particular, as democracias que, diante dela, dificilmente podem resistir?
Como o poderão!?
Não há perigo de contágio!?
Enquanto prevalecer a lógica cega dos números sobre a incontornável lógica da humanidade que no um, em cada um se revê e colectivamente nos interpela, continuaremos a brincar com o fogo!
Digo fogo e bem:
O aquecimento global que a todas estas manifestações, cada vez mais, subjaz interpelando-nos com urgência acrescida a mudarmos de vida, é fogo que arde sem se ver aos nossos pés e que relutantemente estamos dispostos a admitir!
O contágio é global e manifesta-se tanto pela fome que urge solidariamente atacar e sem delongas como por via da brincadeira que é essa nossa crise e que nos insta a mudarmos, solidários, colectiva e globalmente de vida!
E entre o Norte e o Sul, cresce a convulsão …


UMA  VEZ  MAIS

que são os nossos problemas ao pé dos daqueles que sofrem as maiores privações

ao pé dos que assolam
por exemplo
a Somália

dir-me-ão que
com o mal dos outros podemos bem aguentar

mas o mal dos outros
( dar-nos-emos conta )
é o nosso próprio mal
a atolar-nos os pés



( este poema e uma vez mais, no mural do meu facebook agora para aqui transposto, a propósito da terrível situação na Somália )



Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Agosto de 2011