sexta-feira, 25 de julho de 2014

POLUPHŌNÍA (*)






(* poluphōnía = Polyphonie = polifonia = polyphony = polyphonie )



in diesem Sequenz gemahlt ▪ desenhado nesta sequência ▪ by this sequence designed ▪ dessiné dans cette séquence




NEUES GEDICHT


( über die drei letzte Posts von meinem Blog, 1, 2 und 3, alle in portugiesich geschriebt )

Schreiben
ist so wie schreien
so laut
daβ das Licht
gestaunt
stoppt
wie ertönt
und glaubt


POEMA  NOVO


( a propósito dos três últimos posts do meu blogue, 1, 2 e 3, todos escritos em português )


A escrita
é como quem grita
tão alto
que a luz tomada
por tamanho sobressalto
para
como entoa
e acredita


NEW  POEM


( about the last three posts of my blog, 1, 2 and 3, all written in Portuguese )


To write
is like to scream
so loud
that light
surprised as by a crowd
stops
as intones
believes


POÉME  NOUVEAU


( à propos des trois derniers posts de mon blog, 1, 2 et 3, tous écrits en portugais )


L’écriture
c’est comme un cris
si haut
que la lumière
prise par l’étonnement
arrête
comme entonne
et croit





 dédié à CBdedicated to CB dedicado a CBCB gewidmet





Jaime Latino Ferreira

Estoril, 25 de Julho de 2014



sexta-feira, 11 de julho de 2014

NUMERAÇÃO VERSUS PALAVRA

ao cair do pano, fotografia de Jaime Latino Ferreira





( na sequência de Só Mais e de Em Defesa Da Minha Página Anterior )


simétricas uma da outra, a volatilidade dos números está para a constância da palavra e esta última, pleonasmos à parte, tem sempre a última palavra sendo que a discussão pública, de tão inquinada pelos primeiros e com que resultados na economia real, vai-se tornando irrespirável


basta de pregos no caixão, disse











Jaime Latino Ferreira

Estoril, 11 de Julho de 2014



quarta-feira, 9 de julho de 2014

EM DEFESA DA MINHA PÁGINA ANTERIOR

enfoque, fotografia de Jaime Latino Ferreira






( esboço aqui a defesa da minha página anterior, Só Mais )


Luz e som são refrações de uma dimensão maior que envolve o espaço/tempo e que em nós, desdobrando-se, neles se cristalizam.
Não escrevo metafísica antes e se me é permitida a presunção, astrofisicamente.
A luz viaja a uma velocidade astronómica e à nossa escala inconcebível de, aproximadamente, 300 000 quilómetros por segundo;
O som, pelo contrário, viaja a uma velocidade que nós próprios, por via das velocidades supersónicas, já ultrapassamos de mais coisa, menos coisa, 1 200 quilómetros por hora.
Variando em função do meio em que se propagam, contudo e entre uma e a outra das velocidades, aparentemente, vai um abismo intransponível ou inultrapassável.
Tão intransponível como, quais Alice, termos o desplante de pretender atravessar para o outro lado do espelho.
A luz que nos chega do espaço, do Sol, por exemplo, tem uma décalage aproximada de oito minutos o que significa que se ele deixasse, neste momento, de brilhar, à sua luz a continuaríamos a ver durante mais esses tais oito minutos.
Quanto ao som, esse, confere, repito, confere à luz uma profundidade abissal.
A luz tem uma instantaneidade que só pode mesmo ser comparável à profundidade, isto é, à ancestralidade ou poder de antecipação, paradoxo nos termos, do som.
Tal como é legítimo estabelecer a nada inócua equação prévia que nesse meu texto formulei na sua primeira parte em Da Simetria das Simetrias, uma vez chegados ao reflexo da escrita …
Nela se condensa esse rubicão que a ambas as velocidades as invertendo, pelo som que na imagem ou luz da escrita, estática ou cristalizada se encerra, poderemos encontrar a via que nos conduza, literalmente, à conquista do espaço sideral.
Convenhamos que é chegado o tempo, mesmo em nome da nossa perpetuação, de nos concentrarmos na criação das condições de uma verdadeira Diáspora Global para a qual as nossas investidas, até hoje e perdoai-me, uma vez mais, a presunção, não passam de uma necessária, com certeza embora frustrante brincadeira.
Vamos atrás da luz errónea porque ilusoriamente sem que pela escrita nos demos conta de que à primeira a dominamos, poucos, aliás e com profundidade o conseguem fazer, porque é a escrita e não a matemática que antes de mais confere às coisas uma dimensão ou escala humanas situando-as no terreno, e embarcamos numa instantaneidade cada vez mais alucinante sem constatarmos de que o caminho é, precisamente, o inverso como a escrita, no seu ritmo próprio e acessível, humano, repito, logo o sugere:
Pelo som da escrita a domesticada luz como, aliás, a música, definição matricial que constitui a terceira parte do texto, o demonstra, porque é fácil demonstrá-lo, e reforça.
Falsas modéstias à parte, aqui têm o esboço da minha fundamentação e dizei-me se, enquanto síntese, a trilogia em apreço não é digna, como quantas e quantas outras que eu já escrevi, de merecer o maior dos destaques.
Até mesmo e nem que mais não fosse em nome das línguas, da escrita e da leitura ou da literacia tout court.


em si mesma, a escrita constitui um ato de libertação das malhas do espaço/tempo










Jaime Latino Ferreira

Estoril, 9 de Julho de 2014