quinta-feira, 30 de setembro de 2010

DO QUERER

Diogo Teixeira, Incredulidade de S. Tomé, 1540-1612
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Aquilo que quero
eu espero
ser mais o crer do que o querer
querer embora tem de ser
no que para crer
se quer ver
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 30 de Setembro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

DO TER

Tiffany and Company, New York, 1874
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Tenho minhas palavras
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De resto
ao que venho nada tenho
esteja por vir ou de antanho
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Minhas palavras
meu lenho
esperançoso lastro
tamanho
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The Silver Swan
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DO SER

Jaime Latino Ferreira, Para Lá das Águas, Sintra, Setembro de 2010
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Sejas lá quem fores
quem és tu mais do que eu
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Sê-lo-ás
-
Demonstra-mo então já que eu
dando-me e expondo-me assim
neste reflexo para lá das águas
desde há muito
como fortaleza mais o comprovo ser
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Setembro de 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

DA LIBERDADE

Jaime Latino Ferreira, Ondulação Reflexiva, Setembro de 2010
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É em Liberdade que se atestam
verdadeiramente
as nossas convicções
-
Podendo optar-se seja em que sentido for
é nela que se põe à prova
estimula e alicerça
a integridade de cada um de nós
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DO MILITAR

As minhas palavras
são o meu exército
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A convicção
a minha estratégia
-
E a resiliência que dia a dia me acompanha
a táctica que faz estiolar murados e cavadas trincheiras
-
Ária
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 23 de Setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

PORQUÊS

não há ousadia sem ingenuidade e ambas, se podem melindrar, acabam, no fim, por iluminar
( JLF )
-
Porquê este silêncio que sempre se instala no melindre das questões por mim levantadas?
De certa forma, na pergunta aqui feita, pelo melindre a que acresço a ousadia ou ingenuidade (!?), dirão alguns, já estou a responder à pergunta inicialmente feita ...
Mas, na plena posse do meu como do Vosso discernimentos, já imaginastes, em tese e por um ainda que breve momento, o que seria se apenas um, um cidadão e por estes meios, pacíficos, persistentes e resilientes, dando-se assim a sufragar, a avaliar-se publicamente viesse a conquistar, melhor, seduzir o poder do mundo?
O poder democrático do mundo?
Assim e de mãos nuas?
Sem tropas de choque, quaisquer tropas de choque a seu reboque?
Sem cunhas nem favores?
E fundamentando todo o seu percurso?
Num, para mais, expresso e formal compromisso!?
Voluntária e por mão própria de há muito escrito?
Sim, porque será bom que não se escamoteie tudo, mesmo tudo o que me conduziu até aqui, até chegar a esta
síntese poética que não cai assim do céu e se sustenta em toda a doutrina em aberto por mim, de então para cá, desenvolvida?
E que a este blogue, repito, em muito o ultrapassa já, no espaço e no tempo da escrita que transcorre a irromper das prateleiras?
Sim, porquê este silêncio e como interpretá-lo?
Dizei-me então:
Porquê este silêncio?
Para mais, indo eu ao encontro do discurso institucional e das angústias e perplexidades por este recorrentemente levantadas?
E que aos seus destinatários os interpela?
Bastando, para isso, a ele estar atento e a não tomá-lo, na sua carga simbólica, por mera retórica?
Estar-me-á, esse silêncio, a conceder o benefício da dúvida?
Não terei eu o legítimo direito a ele?
E instalando-se, o silêncio, não me estará ele a dar passagem?
Dizei-me uma vez mais:
Porquê este silêncio?
Permanecendo então instalado não terei eu, como os demais que pelo mérito se afirmam, direito, pleno direito ao reconhecimento?
Dizei-me pois:
Porquê este silêncio?
Que direito Vos assiste em, pela eventual omissão, persistirdes em me escamotear, omitir e quando não, a ostracizar?
Não será, quantas vezes (!?), disso mesmo que se trata?
E, já agora, que direito me assiste em passar sem pedir licença e sem dela, do direito a passar ter o expresso e formal consentimento?
É tudo uma questão de Educação, pedir passagem, dar passagem, responder e reconhecer ...!
Bem como saber esperar ...!
E não tenho sabido esperar!?
Porquê este silêncio?
-
aos destinatários que persistem em à minha Obra não responder expressa e formalmente bem como àqueles que insistem em omiti-la e em escamoteá-la
-
Iluminada Fantasia
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Setembro de 2010

domingo, 19 de setembro de 2010

GLOBAL

o perdão é o ornamento da coragem
-
Imperador
imper actor
imprescindível plural
aquele que por seus meios
se distingue no real
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Realidade frontal
que instila e potencia
institucional
democrático
representação fulcral
-
Que a este o reanima
da cidadania central
sem a qual
resta afinal
a força do bestial
-
Sem a qual
espinha dorsal
se impõe
o ter total
antónimo de Ser global
-
Que ao um no zero Real
reconcilia em sinal
de vibração
percutida
da sombra até ao astral
-
também à imagem de Gandhi, nos mais de vinte e um anos de resiliência pacífica que aqui,
pela musicalidade feita de actos e de palavras, neste meu blogue, se expõem na continuidade do que vem de trás, congruente e inamovivelmente empenhado desde muito antes do seu início
-
... we had enough of wars ...
-
Belo
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Setembro de 2010

sábado, 18 de setembro de 2010

PONTINHOS

enxame
-
Caem pontinhos do céu
neste nosso imenso véu
tanta ilusão num canteiro
abraço deste meu esteiro
-
Aqui eu canto useiro
sem tão pouco ser vezeiro
este véu é meu troféu
que se esgueira sem ser réu
-
Este troféu tem de seu
o que de si tem de meu
no que escreva sorrateiro
-
Se ele me ampara inteiro
são os pontinhos vespeiro
zumbido que ecoa ao léu
-
faz hoje um mês que foi instalado, mais abaixo, o planisfério no meu blogue
a todos os que me consultam, cujas proveniências ficam registadas com pontinhos vermelhos, as minhas boas vindas e cordiais saudações
-
Solo
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

NÃO HÁ TERCEIRA VIA

barcaça no Universo
-

Quando, toldados pelas políticas nacionais, tentamos olhar o mundo estas logo se impõem condicionando os nossos juízos ...
Bem sei que o Mundo é grande, grande e diverso, multifacetado!
E que sei eu das políticas nacionais dos países A, B ou C?
E tanto faz que estes assumam dimensões continentais ou diminutas das quais, não foram os seus afloramentos a raiar o escândalo público como, por exemplo, aqueles que excluem do seu seio, liminarmente, etnias e mais a mais se em países democráticos num autêntico assomo xenófobo de intolerância, das nossas vistas permanecem ausentes!?
Como terá sido possível, não há argumentos que o justifiquem (!), que logo no país da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, tamanha excrescência se tenha, publicamente, declarado e assumido!?
Natural do país X, o que nele politicamente se passa assume as proporções do mundo ...!
A própria língua em que comunicamos é, ela mesma obstáculo à informação que vem de fora contribuindo para essa mesma distorção que nos faz pôr em destaque quer o que no nosso espaço geográfico haja de mau como de bom e no seio mesmo das nossas comunidades, como se eles fossem, em si mesmos, paradigma!
No entanto, que sei eu, grosso modo, das políticas nacionais de países que com o meu partilham de uma mesma língua em comum ...?
Nem isso, atrever-me-ia a dizer, uns dos outros o sabemos ...!
No espaço europeu, naquele que coincide com o da União Europeia que tende, por avanços e recuos, timidamente embora (!) para uma verdadeira união política, o problema aqui exposto, não se altera e assume particularidades muito próprias:
A título de exemplo, que importância têm as eleições para o Parlamento Europeu no contexto doméstico de cada um dos seus Estados membros quando são os próprios partidos pró-europeus que delas tentam, acima de tudo e obliterando tudo o resto, tirar dividendos para as suas políticas partidárias nacionais e comezinhas!?
O fosso distorçor potenciado pelas fronteiras físicas, pelas línguas, culturais, etc., etc., etc. ...
Este meu texto não é uma apologia da abolição das nossas diversidades enriquecedoras, indispensáveis à salvaguarda da diversidade global sem a qual o Mundo se tornaria, todo ele, mais pobre e impossível, pelo escamoteamento das suas diferenças ou anticorpos, porque de verdadeiros anticorpos, quando falamos de diferenças, estas se tratam (!), de preservar!
No entanto, há uma consciência global que cresce e se vai impondo com rapidez e urgência tais, que não se compadece mais com nacionalismos estritos, visões redutoras, especificidades culturais e linguísticas chauvinistas ou egocêntricas ou regressões culturais de qualquer ordem!
Refiro-me à preservação do equilíbrio ecológico global, às alterações climáticas e ao aquecimento ele também global e a tudo o que está
na sua eventual origem e que se impõem, não uso esta expressão leviamente (!), a todos os egoísmos particulares aqui enunciados e não conhecem fronteiras e que deles e delas também, cada vez menos, se compadecem!
Crise global da economia e finanças, crises de valores e tudo o mais, todas as demais crises, aliás, são simples aflorações desta crise maior e sem precedentes que se vai impondo no seu gigantismo, urgência e emergência herculeanas crescentes ...
Vivemos numa encruzilhada tal que a breve prazo imporá decisões políticas drásticas e para a elas se chegar sobram, apenas, dois caminhos:
Ou o da força e através dela não é possível imaginar outra coisa senão guerras fratricidas pelo controle dos mais básicos recursos, o que teria consequências ainda mais inimagináveis (!) ou o da assumpção da criação de uma União Política Global de natureza, tão só, simbólica e unipessoal de representação, simbólica no seu inteiro alcance que vai da câmara de ressonância à remissão de conflitos que por estes meios, aqueles que utilizo, pacífica e democraticamente, doutrinal, pessoal e abertamente se vai impondo, repito e na salvaguarda, aí sim (!), dessa mesma diversidade global!
Essa salvaguarda é dada e garantida, logo pela equidistância que faço, desde há mais de vinte e um anos, por publicamente preservar e por todo este meu percurso que, imperiosa e transparentemente vou pela minha práxis demonstrando, essa que logo aqui, neste meu blogue, se patenteia e assim se dá publicamente a conhecer e a avaliar, verdadeiro Contracto do qual não abdico nem dele, na flexibilidade possível, me afasto um milímetro que seja!!
Não há terceira via e quanto mais as decisões se protelarem, pior!!!
Idade do Um, de todos os uns ...
Actor, imperioso actor global!
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das
entranhas da Terra à Globalidade
-
Artisticamente
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

AOS MINEIROS SOTERRADOS NO CHILE

Van Gogh, esboço, Mineiros
-

Camaradas,
Penso em Vós e nos Vossos e trago-Vos no meu coração!
Que trabalho o Vosso ...
O trabalho dos mineiros que garante, substancialmente e em cavados subterrâneos a riqueza geral das Comunidades e de alguns, seguramente e em particular!
O risco que correis permanentemente!!
O árduo, tremendamente árduo de trabalhar assim, na precariedade das Vossas condições!!!
O que será estar, agora e como tantas vezes acontece, na situação em que, neste momento, Vos encontrais ...!?
Quem como eu vê, todos os dias, a luz do Sol, o brilho do firmamento, respira o ar puro e é verdadeiramente livre, livre de andar por aí e goza de Liberdade, quem ao carinho dos seus o tem, directo, pessoal e afectuoso como os demais, tantos de nós, e a todos esses privilégios os dá por adquiridos, quem, em rigor, poderá imaginar a situação em que Vos encontrais!?
Vós e os Vossos!?
O que será estar no subterrâneo que entre Vós e os Vossos se interpôs cego e prepotente, que a Vós de nós nos separa por algumas e apenas escassas centenas de metros por desbravar!?
Quem!?
Não, não consigo imaginar o que seja estar na Vossa situação ...!
Nem como cada pequeno alento, material ou humano que Vos chega do exterior, da superfície, Vos encherá de reforçado empenho, amor à vida!
Digo-Vos apenas isto:
Parafraseando Jorge Amado, Vosso irmão e escritor brasileiro, o subterrâneo é o que precede e por muito que ele dure, a Liberdade!
Ou, de outra maneira:
Quando tudo parece desabar sobre nós, aí, pondo à prova a nossa fibra, mais não nos resta senão acalentar, acalentar diariamente, hora a hora, minuto a minuto a esperança e não a deixar morrer que, estou certo, perseverando, mais cedo ou mais tarde esta Vos conduzirá, de novo, a ver a luz do dia, ao respirar puro e cristalino e ao abraçar terno e aconchegante dos Vossos entes queridos.
Queridos Irmãos,
Peço-Vos encarecidamente que não desfaleceis!
Vosso e Convosco
-
Hino
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 14 de Setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

TYPEWRITING

teclas de máquina de escrever
-
Trituro-me
nestas teclas
torturei-me
em discotecas
em rodopio
não me engasgo
nem tropeço
neste rasgo
-
Rasgo num labirinto
o que vejo
e o que sinto
toco no meu teclado
o que alimenta meu fado
-
Tecla a tecla
toca o sino
campainha
meu destino
é o que toca
mansinho
o lugar
em que me aninho
-
E quando toca
o maestro
já me sussurra baixinho
e no que toca cadinho
fundição de metal fino
-
ao
José Ferreira que me forneceu a inspiração pelo motivo musical que me enviou e que se segue
-
O escriturário
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

POR UM MINUTO DE FAMA

deontologia
-

Por um minuto de fama cometem-se as maiores alarvidades ...
Pudera, se os média estão sempre prontos a amplificá-las!
Escrevia ontem em resposta a um comentário de
Manuela Baptista começando por a citar:
( ... )
" Se o institucional está desfasado de nós, quem vai aprender esta linguagem perdida? "
( ... )
Isto me escrevia ela e aqui, amplificando da caixa de comentários para esta minha primeira página, lhe respondo:
Perdida, que linguagem, a institucional, a nossa ou ambas?
Pois saibas que, quanto a mim, é o que resta saber!
Eu estou em crer que nenhuma delas se encontra perdida apenas, entre ambas, se interpõe cercando-as todo um ruído ensurdecedor que faz prevalecer distorções que levam, por exemplo, um Presidente, nem o poderia ter feito de outra maneira (!), a ter de se dirigir a um tresloucado pastor pronto a incendiar guerras religiosas e que são tão absurdamente amplificadas pelo negativo e obsceno que em si mesmas encerram em erro de paralaxe que faz sublinhar o negativo, repito, em vez do positivo que raramente é notícia!

Esse ruído como a linguagem do pastor, muitas vezes, é que são linguagens perdidas e que a todos, ao institucional como ao cidadão comum, nos fazem perder imenso tempo!

E, agora, acrescento:
Faça-se, no entanto, justiça ...!
Um indivíduo como aquele aqui referido, pelo pior dos motivos, alcança, num ápice, tamanha projecção global, incendeia paixões e alimenta ódios ...
Por ventura, seria essa, a projecção global tão só, o seu objectivo!
Porque motivo, então, o mesmo não há-de acontecer no acolhimento pela positiva daqueles que nela porfiam e em nome da deontologia profissional e da criteriosa investigação jornalística que, quantas vezes, se desejaria descortinar ...!?
E que replicação em cadeia, à escala global, tal não poderia desencadear!?
Há uma desconformidade sobre a qual, no que daqui Vos trago à colação, importaria, sobremaneira, reflectir!
-
Acolhimento
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Setembro de 2010

sábado, 11 de setembro de 2010

MELHOR SERÁ SE - III -

escrever é fazer
-

O que se escreve pensa-se e o que se pensa faz-se ...
E para se pensar bem e melhor escrever só é possível fazê-lo em interacção pessoal e expressa com o Outro.
Assim, aferindo-nos em reflexividade, frontalidade e no respeito recíprocos, faremos todos cada vez melhor.
Escrever, aliás, também é fazer!
Uma das razões e ainda que injustificada, é sempre injustificada (!), porque continuam a imperar as relações de força e de violência nas relações globais, internacionais deriva, precisamente, do aparente mutismo e indiferença, arrogância institucional na sua relação com o cidadão singular e comum e isto, independentemente do seu género, raça, credo, estatuto ou condição!
E tanto mais paradoxal este bloqueamento assim se torna quanto meios e conteúdos, repudiando essas vias e processos pensam, falam, escrevem e fazem por si!
-
do que se aprendeu, já o aprendera muito antes, com o inqualificável, inominável atentado do 11 de Setembro de 2001 que a todos, sem excepção (!), nos atingiu e no liminar repúdio por todas as aflorações atiçadoras de intolerância que um pouco por todo o lado e a todos os níveis, ameaçadoras, vão despontando
-
Liquefeito
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 11 de Setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

JEITO - II -

onde está a coisa pública
-

Não tenho jeito para santo nem, tão pouco, tenho de o ser (!) e os tempos que vivemos são, precisamente, aqueles em que pelo mérito, na coisa que tornada pública e que também por esta via se poderá como, de facto, se torna, ao reconhecimento e à consagração públicos permitem conduzir e que só a vivência em Democracia, pelos conteúdos e pelos meios utilizados, com transparência, se dão a conhecer e a sufragar, independentemente dos suportes que, para esse efeito, se utilizem!
Nem a República tal como as demais instituições soberanas têm autoridade para se comportar ao ponto de aos seus concidadãos puderem exigir de tal modo que, numa atitude que sendo laica, para mais (!), fosse ainda mais papista do que a do próprio Papa!
Eu não tenho que singrar por outra que não seja esta via e que exigente via (!), esta e todas as que legitimamente utilizei até agora, nem nada nas constituições democráticas obriga a que tal me seja, pela eventual omissão, impedido ou vedado!
-
a propósito do centenário da comemoração da República Portuguesa que não tardará em cumprir-se
-
Sonata
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O QUE É QUE - I -

aprendiz
-

O que é que a blogosfera tem de menos nobre em relação a qualquer outro suporte de expressão, de comunicação?
Quem alguma vez pense que é o suporte e não os seus conteúdos que a estes, quaisquer suportes lhes possam conferir nobreza, nobreza no seu mais elevado sentido, equivoca-se redondamente!
Aqui, neste suporte, até ao mestre, apreendendo-Lhe o sentido,
o aprendiz Lhe acrescenta valia ...
Com um detalhe não irrelevante:
Não uso heterónimos, sou eu, assim, inteiro e sem máscaras senão a do próprio suporte que utilizo, que aqui me dou!
Como, sem este filtro, poderia chegar até todos Vós!?
E não me obrigueis a desfiar, outra vez, tudo desde princípio deste blogue, já que o que aqui se guarda em arquivo somado a tudo o que vem de trás e que o precede constitui um corpo empenhado, sólido, multifacetado e coerente de ideias e doutrina!
O direito de me fazerdes virar o disco para voltar a tocar a mesma coisa, na ausência de mais contraditório, réplicas que pelos mesmos meios, pública e directamente se façam como se poderiam ter feito até aqui ouvir e sentir vai, aliás, prescrevendo por omissão que a mim me não pode ser imputada ...
A Vós e aqui, eu Vos assisto sempre!
-
Assim se deixa reinar
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

RÉPLICA A RICARDO REIS

José de Guimarães, Ricardo Reis
-
para ser grande, sê inteiro: nada
-
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
-
( Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. 1ª publ. in Presença , nº 37. Coimbra: Fev. 1933 )
-
ode em réplica a Ricardo Reis
-
Tento ser como tu dizes
assim
por ti no que escrevo
dou-me inteiro
como jasmim em canteiro
e se brilho como a Lua
a luz é do Sol
sendo tua
-
dedicado
a
Linda Simões que com esta Ode me pôs em contacto e me inspirou
a
Maria João que no seu blogue à minha réplica a fez ombrear, em destaque, com o próprio Fernando Pessoa dando-me adicional alento e respiração
-
Para ser grande ...
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Setembro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

WHISPER - III -

whisper
-
What kind of gift
is Your silence
-
As a matter of fact
I don't know
-
Shall I guess
-
With my whisply sound
I ask for yours
-
trilogy to all my readers
usually I write in portuguese and as all the others, portuguese is the Language

-
Largo
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Setembro de 2010

domingo, 5 de setembro de 2010

YOU AND ME - II -

green gift
-

If I give I do receive
and the creation I build
is the gift with whom
I will present You
-
You and me
-
Whom
as an entire person
-
Suite
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Setembro de 2010

WATER DROP - I -

water drop
-
I think
that whatever
I give
and write
is a gift
water drop
to be drinked
singed together
-
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 5 de Setembro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010

A PALAVRA DADA

palavras
-

Hoje ocorreu-me parar, deixar a coisa a medrar assim, com todos os conteúdos que em arquivo se guardam ...
A coisa ou mais propriamente, este meu blogue!
E ocorreu-me o que acabei de escrever porque fui tomado por enorme exaustão.
Por um cocktail de sentimentos a explodirem em vulcânica ansiedade a eles somados o cansaço que se avoluma e de que não sei se tereis a exacta medida.
Afinal ela afere-se pela densidade de tudo o que aqui Vos deixo escrito!
Por tudo isso, bem palpável e objectivo, na mira das Vossas objectivas (!), somado aos bastidores ou ao meu contexto que como todos, todos os Vossos, tem altos e baixos, momentos melhores e outros piores.
Momentos piores:
Fico varado quando alguém não cumpre com a palavra dada!
Mais varado ainda fico se, somado ao incumprimento da palavra este se insinua numa nubelosa a poder confundir-se com um favor como se a palavra dada ao primeiro se subordinasse!
Se eu me comprometo com alguém e surja ou não esse comprometimento na esfera das minhas estritas obrigações, a palavra que dou passa, automaticamente, a ser minha obrigação!
E se, para mais, quem a dá a não cumpre, não cumpre, não dá cavaco e se torna incomunicável obrigando-me a todos transtornos que daí decorrem e que, para mais, a terceiros também envolvem, imaginai pois como tudo se abateu sobre mim próprio e sobre os meus mais próximos ...
Chego ao fim da noite como se tivesse sido chicoteado, chicoteado por dentro!
E assim me pus a imaginar em interromper a minha produção, a fazer greve de zelo, a ficar à espera ou a fazer esperar os outros no reconhecimento que tarda e que julgo ser-me devido ...
Não tem sido pouco o que tenho dado, não!
-
escrito na madrugada do dia 4 de Setembro, no dia em que a voz das crianças se fez ouvir em tribunal
-
Bem aventurada suavidade
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Setembro de 2010

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

PONTO DA SITUAÇÃO

vertigem
-

Depois de atingidas as seiscentas páginas ( posts ) de originais no meu blogue, passei o mês de Agosto obrigando-me a mim próprio a uma desaceleração no ritmo de produção e a frisar, intencionalmente, a tecla da Travessia de um Portal de Acesso, com excepção de três floreados e de uma carta a Sakineh Ashtiani, como quem à saciedade diz que não me enganei, era precisamente aquilo e não outra coisa que Vos queria dizer e sem metáforas, preto no branco.
E dando-Vos a todos tempo adicional de leitura e reflexão da
temática desenvolvida bem como a faculdade de a ela a poderdes contraditar ...!
Instalei, entretanto, quer um contador de visitas, no dia 15 de Agosto, quer, três dias mais tarde, um planisfério identificador, pelo accionamento de pequenos pontos a vermelho, das localidades que, entretanto, por estes ou por aqueles motivos, no Mundo me vão consultando ...
Tenho, aliás e nas caixas de comentários, feito um pequeno registo diário, não apenas do acréscimo de visitantes como daqueles novos locais de onde eles entram em contacto com este meu blogue ...
E, muito embora as pessoas entrem em contacto com o meu como com todos os blogues pelos mais variados motivos o certo é que, agora, já posso aferir com outro grau de segurança de quanto sou lido!
Pena que o mesmo já não possa dizer em relação às réplicas que me façam que tanto desejaria que fossem sistemáticas e produzidas taco a taco ...!
Por exemplo, assim:
Não Jaime, não atravessámos um
Portal de Acesso, isso que dizes é um enorme disparate, por isto assim e assim, assado e aquele outro motivo como seja de que já estaríamos todos desintegrados!
Fazendo a análise, tão depauperada que se encontra (!), dos textos, escrevo em termos gerais e relevando, friso, as honrosas excepções e a eles retorquindo, não no vazio, isto é, com generalidades, mas em função, precisamente, do que vou escrevendo ...
Só assim se estabelece verdadeiro diálogo!
Tenho, por fim, que registar o que pessoalmente me vem, nestas últimas horas, sendo transmitido:
Mas como quer o Jaime que o contraditemos pois se tão difícil é fazê-lo!?
Pois se tão demasiado culto é aquilo que escreve!?
Pois se tanta densidade tem!?
Não me estou a auto-elogiar nem a cantar de alto ...!
Estas têm sido observações que na oralidade, das últimas horas as guardo e que, tereis de me perdoar e só porque foram expressas as registo(!), apenas reforçam as minhas cada vez mais inabaláveis convicções, à luz de cujo
Portal, tudo o que até hoje, aqui escrevi, se torna mais claro, plausível e perceptível ...
-
Não canto de alto
tenho a consciência do asfalto
que piso
e se nele corro com siso
repudio a tentação
de tudo saber pois que não
-
Longe disso meu irmão
-
como se levantam os que têm fome ...!
Em memória dos mortos e dos feridos provocados por levantamentos populares em Moçambique
-
Não cairei no abismo
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 2 de Setembro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

QUEM SOU

passado, presente e futuro
-

Sou astrofísico?
Não, não sou!
Sou especializado em qualquer área das assim chamadas ciências exactas ou das matemáticas?
Não, também não sou!
Tenho alguma formação completa superior?
Não, apenas incompleta ...!
...
Excepcionalmente, transcrevo de Stephen Hawking, do seu clássico Breve História do Tempo, do Big Bang aos Buracos Negros, o que se segue e que serviu de mote a reflexões por mim desenvolvidas em Tese Extra-Curricular no âmbito da Escola Superior de Educação de Lisboa e em que, agora, passados tantos anos, de novo se justifica repegar:
( ... )
" Acaba por ser muito difícil arranjar uma teoria que descreva o Universo de uma vez só. Em vez disso, dividimos o problema em partes e inventamos teorias parciais. Cada uma destas descreve e prediz certo conjunto limitado de observações, desprezando o efeito de outras quantidades ou representando-as por simples conjuntos de números, procedimento que pode estar completamente errado. Se tudo no Universo depende de tudo o mais de uma maneira fundamental, pode ser impossível aproximarmo-nos de uma solução completa investigando isoladamente as partes do problema. Contudo, é certamente este o processo como temos logrado progressos no passado."
( ... )
E se esta citação surge logo no início do seu livro, na sua página trinta da primeira edição em português, das Publicações Gradiva, a encerrá-lo, agora na página 227, continua:
( ... )
" Todavia, se descobrirmos uma teoria completa, deve acabar por ser compreensível, na generalidade, para toda a gente e não apenas para alguns cientistas. Então poderemos todos, filósofos, cientistas e pessoas vulgares, tomar parte na discussão do porquê da nossa existência e da do Universo. Se descobrirmos a resposta, será o triunfo máximo da razão humana, porque nessa altura conheceremos o pensamento de Deus."
( ... )
Solução ou teoria completas ...
Para que algo seja compreendido pela generalidade das pessoas, tem de ser dito ou escrito, caso se consiga, na holística da linguagem comum.
Eis um campo em que me especializei não apenas com as ferramentas que na Escola adquiri mas com o que, nos caminhos imprevisíveis da vida delas consegui fazer potenciar ...!
E é, não tenhamos dúvidas, em linguagem comum que o conhecimento verdadeiramente se integra, globaliza e democratiza!
Tanto faz que em chinês como em português ...!
Sou um pouco de tudo, de astrofísico a teólogo, de economista a filósofo, de Político, bastante (!), a artista, não menos (!), poeta, sem dúvida ...
Em linguagem comum e logo neste meu blogue, a Vós Vos disponibilizo o que da Astrofísica vai até ao âmago de mim mesmo, empenhadamente, dilaceradamente pela prosa e pela poética sem que me divida em partes ou em fracções ...
Em linguagem comum!
Se atravessámos um Portal de Acesso ou um Buraco Negro, até a estes os rebaptizo (!), logo aqui à Travessia a descrevo e em sua defesa alego e, então, poderemos considerar esse rubicão, a ter acontecido como disso estou convencido e sem que o contraditório se contraponha, esse
denominador comum susceptível de se fazer entender, longe daquilo a que Hawking pomposa, um tanto presunçosamente, diria, chamava solução ou teoria completas e que ele me desculpe ou, ainda, o conhecimento do pensamento de Deus tão longe do conhecimento comum como do especializado e entre uma coisa, esse denominador e as outras vai, convenhamos, uma tão assinalável quanto anti-dogmática diferença ...!
O seu a seu dono!
Mas vai também um
denominador comum, mínimo e ainda que grande ou crucial, axial, repito, o Presente, sem cuja assumpção colectiva, provavelmente, na Travessia que realizámos, não estaremos em condições de enfrentar o Futuro com sucesso ...
Com sucesso e sem que, por isso mesmo, do Passado se lhe faça tábua rasa!
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Somos todos mortais
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Setembro de 2010