quinta-feira, 22 de março de 2018

EXTRA




Jackson Pollock, Convergance, 1952







No extra que me sobra
ao tempo que me assombra
sobra-me o tempo em que à obra
a escrevo fugindo da sombra

Tempo que tenho e ombreia
da claridade que é veia
minha irmã que me ladeia
do alvor até à ceia

Extraordinário labor
sem pausa e que me norteia
num incansável torpor

Sonambulismo que cobra
tudo o que ele rastreia
e em minhas folhas soçobra





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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Março de 2018






1 comentário:

manuela baptista disse...

e folhas, são já milhares...

do alvor e para lá da ceia, bonito soneto!