Sofá Infinity, Emmanuel Laffon de Mazieres
-
-
Retomando, de novo, qual reforçado pesponto, a hipótese enunciada mais atrás, perguntava-me um amigo meu a seu propósito, até que ponto essa enunciação por mim feita, não constituiria uma fuga em frente da minha parte, na medida em que ao formulá-la tal mais não revelaria do que a minha própria recusa em reger-me pelas regras, leis que aos demais os regeriam ...
Prontamente e na assumpção da hipótese lhe respondi, que se fuga existe ela é de nós todos, inexoravelmente colectiva ...!
Na altura, não me ocorreu, porém, acrescentar-lhe a pergunta inversa, isto é, até que ponto é que, na assumpção da hipótese enunciada, não será antes uma fuga, a recusa em à travessia de um Portal de Acesso ou de um Buraco Negro macrocósmico a admitir e ainda que no estrito campo, repito, das hipóteses!?
É que tudo, tudo o que se passa à nossa volta, pode, a esta luz, assumir leituras e interpretações inflectidamente distintas e cruciais na abordagem do real.
Sublinhava-me e insistia este meu Amigo, pessoa que, aliás, não é de fugir às questões e por mais difíceis ou incómodas que eventualmente o possam ser e frisando a tal fuga em que eu próprio, obstinadamente, me alhearia, se não existiria da minha parte uma recusa em admitir a realidade nas leis que a organizam e que se encontram definidas.
Estão definidas, imutavelmente definidas (!?), retorquia-lhe eu sublinhando a arrogância da visão estritamente antropomórfica e geocêntrica de o entendermos que sim como se nada mais houvesse a perguntar, a interrogar num quadro que estivesse sob nosso estrito controle para lá da metafísica e cujos dados estivessem, ad eternum, rigorosa, cientificamente estabelecidos, organizados.
A obsessão pelo factual à luz do qual tudo se explicaria ...
E se o facto, uma vez mais, aqui reportado, de per si apenas, tendo tido lugar ou transcorrendo ainda, não pudesse ser factual e directamente comprovado?
Prontamente e na assumpção da hipótese lhe respondi, que se fuga existe ela é de nós todos, inexoravelmente colectiva ...!
Na altura, não me ocorreu, porém, acrescentar-lhe a pergunta inversa, isto é, até que ponto é que, na assumpção da hipótese enunciada, não será antes uma fuga, a recusa em à travessia de um Portal de Acesso ou de um Buraco Negro macrocósmico a admitir e ainda que no estrito campo, repito, das hipóteses!?
É que tudo, tudo o que se passa à nossa volta, pode, a esta luz, assumir leituras e interpretações inflectidamente distintas e cruciais na abordagem do real.
Sublinhava-me e insistia este meu Amigo, pessoa que, aliás, não é de fugir às questões e por mais difíceis ou incómodas que eventualmente o possam ser e frisando a tal fuga em que eu próprio, obstinadamente, me alhearia, se não existiria da minha parte uma recusa em admitir a realidade nas leis que a organizam e que se encontram definidas.
Estão definidas, imutavelmente definidas (!?), retorquia-lhe eu sublinhando a arrogância da visão estritamente antropomórfica e geocêntrica de o entendermos que sim como se nada mais houvesse a perguntar, a interrogar num quadro que estivesse sob nosso estrito controle para lá da metafísica e cujos dados estivessem, ad eternum, rigorosa, cientificamente estabelecidos, organizados.
A obsessão pelo factual à luz do qual tudo se explicaria ...
E se o facto, uma vez mais, aqui reportado, de per si apenas, tendo tido lugar ou transcorrendo ainda, não pudesse ser factual e directamente comprovado?
Os Buracos Negros, no Universo, não são, aliás, directamente comprováveis ...!
Directamente, sublinho!
Sobram sempre as perguntas, as hipóteses, os e se ...!
Uma coisa é a experimentação científica guiada por perguntas, hipóteses, outra bem diferente aquela que aleatória, caindo no experimentalismo se pode vir a tornar mio/estrábica!
Sem perguntas, hipóteses que o são, não há avanços no conhecimento científico e, logo também, na eficácia da nossa interacção com o real!!
E sem a pergunta fulcral, menos ainda!!!
Se, por hipótese, a pergunta fulcral não for feita o que sobrará, na experimentação indispensável, de todas as outras perguntas e da avaliação indirecta do próprio factual que resulte da omissão dessa mesma pergunta?
E se de tão grande e denso ao mesmo tempo, paradoxo que apenas aos nossos olhos e não à escala do Universo poderá fazer algum sentido, o Portal ou Buraco não se visse e o que dele se sentisse e factualizasse, nas suas malhas, apenas em ligeira e dificilmente percepcionável inflexão pudesse vir a ser, a não ser pela indirecta prospecção de factos perspectivados a esta luz, por ora, percepcionado?
Inflexão dificilmente percepcionável mas que somada ao escamoteamento daquela que reputo ser a pergunta central não deixaria de se percutir em feixe e em cadeia sendo que, na interacção com o real, na incerteza crescente e esta é, em si mesma e na sua própria constatação, a todos os níveis, um poderoso facto incontestável que vai ao encontro da minha hipótese, a não ser tida em linha de conta em inflexão monumental, incontrolável e de consequências imprevisíveis se poderia vir a tornar!?
Ou não ...!?
Uma vez equacionada a pergunta e com ela inventariadas uma miríade de dúvidas logo sustentavelmente plausíveis à luz da Travessia, ditará a prudência, outro imprescindível critério da avaliação científica, preventivo também (!), que se refutem paternalismos pueris contrários à humildade que deve presidir à atitude científica, que não se faça como a avestruz metendo a cabeça na areia e passando a tê-la, à hipótese, em ponderada, exequível linha de conta!
Não, não se trata de fuga, não, meu Amigo ...
Estamos todos do mesmo/outro lado!
Directamente, sublinho!
Sobram sempre as perguntas, as hipóteses, os e se ...!
Uma coisa é a experimentação científica guiada por perguntas, hipóteses, outra bem diferente aquela que aleatória, caindo no experimentalismo se pode vir a tornar mio/estrábica!
Sem perguntas, hipóteses que o são, não há avanços no conhecimento científico e, logo também, na eficácia da nossa interacção com o real!!
E sem a pergunta fulcral, menos ainda!!!
Se, por hipótese, a pergunta fulcral não for feita o que sobrará, na experimentação indispensável, de todas as outras perguntas e da avaliação indirecta do próprio factual que resulte da omissão dessa mesma pergunta?
E se de tão grande e denso ao mesmo tempo, paradoxo que apenas aos nossos olhos e não à escala do Universo poderá fazer algum sentido, o Portal ou Buraco não se visse e o que dele se sentisse e factualizasse, nas suas malhas, apenas em ligeira e dificilmente percepcionável inflexão pudesse vir a ser, a não ser pela indirecta prospecção de factos perspectivados a esta luz, por ora, percepcionado?
Inflexão dificilmente percepcionável mas que somada ao escamoteamento daquela que reputo ser a pergunta central não deixaria de se percutir em feixe e em cadeia sendo que, na interacção com o real, na incerteza crescente e esta é, em si mesma e na sua própria constatação, a todos os níveis, um poderoso facto incontestável que vai ao encontro da minha hipótese, a não ser tida em linha de conta em inflexão monumental, incontrolável e de consequências imprevisíveis se poderia vir a tornar!?
Ou não ...!?
Uma vez equacionada a pergunta e com ela inventariadas uma miríade de dúvidas logo sustentavelmente plausíveis à luz da Travessia, ditará a prudência, outro imprescindível critério da avaliação científica, preventivo também (!), que se refutem paternalismos pueris contrários à humildade que deve presidir à atitude científica, que não se faça como a avestruz metendo a cabeça na areia e passando a tê-la, à hipótese, em ponderada, exequível linha de conta!
Não, não se trata de fuga, não, meu Amigo ...
Estamos todos do mesmo/outro lado!
-
a um Amigo que não gosta de fugir ao diálogo no lado a lado que um sofá infinito sempre pode propiciar
-
Guillaume Dufay
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Agosto de 2010
a um Amigo que não gosta de fugir ao diálogo no lado a lado que um sofá infinito sempre pode propiciar
-
Guillaume Dufay
-
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Agosto de 2010