ponto azul
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Cortei no ritmo acelerado que me movia e a que o próprio ritmo desencadeado me impunha e obrigava num ciclo vicioso do qual acabava por ficar prisioneiro e, porque não dizê-lo, eu próprio também dependente e tento estabelecer, agora, outra flexibilidade nos timings de publicação em referência aos quais, daqui e até ver, me procurarei pautar ...
Que profusão de relatos sintetizar, então, neste testemunho intervalado por uma semana de pausa mas mantendo, todavia, o enfoque e os propósitos que me movem e dos quais me não ocorre abdicar ...!?
Nem há, convenhamos, razões para isso:
Os implacáveis incêndios na Federação Russa;
Os dilúvios no Paquistão;
E, em contraponto, as novelas futebolísticas de enredos alimentados à exaustão e as comezinhas diatribes domésticas a entedearem um período de férias que se quer longe delas, quanto mais longe melhor, nos lamentáveis exemplos que se dão à saciedade e à falta de melhor que pudesse preencher noticiários.
Escrevo do que verdadeiramente importa:
As imprevisíveis alterações climáticas que incendeiam, ciclópicas e indomáveis, agora o Norte, quem o poderia imaginar e com tal extensão (!?) e inundam as regiões subtropicais nos milhões de desalojados, refugiados que provocam e já para não falar nos que a elas, a umas como às outras, impiedosamente, sucumbem!
Para onde, irresistível e aparentemente sem vontade própria, Política que se imponha vai por demais parecendo, na persistência obstinada de um paradigma em fim de ciclo, sentirmo-nos suicidariamente atraídos?
Para não falar já na belicosidade que à flor da pele se mantém pronta a ser teimosamente declarada ao mais pequeno, insignificante atrito?
Pôs-se um tampão no furo da BP e depois, põe-se também uma tampa, esponja sobre o assunto, varrendo-a, à catástrofe ambiental, rapidamente da memória para que tudo fique, só aparentemente, como dantes!?
Para onde caminhamos?
Uma coisa é certa:
A Terra, este nosso planeta azul, passará bem sem nós e mesmo que fique de outra cor, mas nós, há quantos anos o escrevi já (!?) é que não passaremos sem ela e, sobretudo, sem a cor que ainda tem!
Que profusão de relatos sintetizar, então, neste testemunho intervalado por uma semana de pausa mas mantendo, todavia, o enfoque e os propósitos que me movem e dos quais me não ocorre abdicar ...!?
Nem há, convenhamos, razões para isso:
Os implacáveis incêndios na Federação Russa;
Os dilúvios no Paquistão;
E, em contraponto, as novelas futebolísticas de enredos alimentados à exaustão e as comezinhas diatribes domésticas a entedearem um período de férias que se quer longe delas, quanto mais longe melhor, nos lamentáveis exemplos que se dão à saciedade e à falta de melhor que pudesse preencher noticiários.
Escrevo do que verdadeiramente importa:
As imprevisíveis alterações climáticas que incendeiam, ciclópicas e indomáveis, agora o Norte, quem o poderia imaginar e com tal extensão (!?) e inundam as regiões subtropicais nos milhões de desalojados, refugiados que provocam e já para não falar nos que a elas, a umas como às outras, impiedosamente, sucumbem!
Para onde, irresistível e aparentemente sem vontade própria, Política que se imponha vai por demais parecendo, na persistência obstinada de um paradigma em fim de ciclo, sentirmo-nos suicidariamente atraídos?
Para não falar já na belicosidade que à flor da pele se mantém pronta a ser teimosamente declarada ao mais pequeno, insignificante atrito?
Pôs-se um tampão no furo da BP e depois, põe-se também uma tampa, esponja sobre o assunto, varrendo-a, à catástrofe ambiental, rapidamente da memória para que tudo fique, só aparentemente, como dantes!?
Para onde caminhamos?
Uma coisa é certa:
A Terra, este nosso planeta azul, passará bem sem nós e mesmo que fique de outra cor, mas nós, há quantos anos o escrevi já (!?) é que não passaremos sem ela e, sobretudo, sem a cor que ainda tem!
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Choro de tão molhado
e ardo de secura em lume brando
em lastro incandescente e sem papel
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Ponto Azul
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Agosto de 2010
Choro de tão molhado
e ardo de secura em lume brando
em lastro incandescente e sem papel
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Ponto Azul
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Agosto de 2010
12 comentários:
este pálido ponto
é a minha casa
é o único lugar do arena cósmica onde eu poderia viver
e quem disse que ela, a Terra, passará bem sem nós?
talvez, quem sabe...
ora enfoca-te lá, mas não exageres!
Manuela
Escreves do que realmente importa : este pálido ponto azul, que é a nossa casa, a nossa Terra querida... Se não cuidamos da nossa casa, o que será de nós? Com tanta coisa acontecendo, com tantos irmãos sofrendo, com tanta desigualdade presente na sociedade...
Escreves do que realmente importa. Faço coro.
Um grande abraço,
uma Tertuliana do sertão de Pernambuco,
Linda Simões
MANUELA BAPTISTA
Não, não exagero e até admito, como logo verás no desenvolvimento de mais esta Trilogia, que a Terra, sem nós, talvez não passasse assim tão bem ...!
É, se queres que te diga, uma força de expressão para assentuar o dramatismo da coisa que não é, convenhamos, mera retórica!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Agosto de 2010
LINDA SIMÕES
Minha Querida Amiga,
Esqueceu-se de acrescentar que embora do sertão de Pernambuco, desaguou de férias na Ericeira!!!
Grande beijinho e continuação de boas férias
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Agosto de 2010
Está muito bela esta postagem, meu caro!... apesar do seu tom , também, um tanto triste, ao pensarmos no modo como os humanos em geral tratam a Terra. Deixo cá meus abraços alados azuis!
Jaime, boa noite.
Já fui sentir o cheiro do mar de Manu e venho até aqui e encontro a terra um tanto triste em seu ponto azul. Nada será como antes e o futuro incerto do planeta dá sinais de cansaço e ira, se não por trombas d'água, por calor em excesso, animais sumindo e não voltando a pré-história talvez caminhando para um triste pós-história do que foi o que hoje chamamos de planeta terra. Mas ainda assim podemos dizer a terra é azul...
Bom domingo.
ANALUKA
Ana Luísa
Cara Amiga,
Um tanto triste ...!
Espero que tenha reparado que este é o primeiro tempo ou andamento de um conjunto de três textos.
Os dois seguintes que já estão escritos, a este seguir-se-ão compondo-o numa tonalidade bem mais azul e alada ...
No entanto, os factos aqui relatados não são, propriamente, motivo de alegria!
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Agosto de 2010
RENATA
Boa Amiga,
Podemos, seguramente, dizer que a Terra é azul!
Mas a pergunta que interpela até quando, não é, propriamente, inoportuna ...
Ainda ontem e já depois de ter editado esta minha página, tomava conhecimento de mais dois factos, quiçá, alarmantes:
Um deles, que se desprendeu do Ártico um enorme iceberg com o tamanho aproximado da ilha de S. Jorge nos Açores;
O outro que, na Gronelândia há cada vez menos gelo e mais área de pastagem e de cultivo, para gáudio dos habitantes locais e apreensão geral.
Se tudo isto é alarmante e esse é o ponto central deste texto, remete para nós e tanto mais quanto os desenvolvimentos posteriores que aos dois textos seguintes com este se enquadrarão.
Eu não escrevi que este era um texto com continuação mas tive o cuidado de o titular como primeiro, em numeração romana, o que, evidentemente, a sugere ...
Em todo o caso, o meu muito obrigado pelas Suas visitas regulares e pelos testemunhos que aqui deixa!
Sabia que, ao que nos consta, conhecemos já a Linda, Sua vizinha de Olinda, antes da Renata!?
Beijinhos e um bom Domingo para Si e para os Seus
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Agosto de 2010
"Para onde caminhamos?"
Sei para onde caminho
porque por isso vou fazendo
e neste caminho onde estou
tenho a esperança por companhia
este "ponto esquálido e azul" tem afinal tanto de cada um de nós
...
e por isso, por ela, devemos aprimorar-nos em tanto..!
Jaime..Olá!
Gostei tanto deste
Seu recomeço, depois de uma curtíssima pausa...
num abraço desejo-Vos (Olá Manuela!)
um domingo mais fresco...!
dulce ac
DULCE AC
Querida Amiga,
Ainda bem que gostou deste meu recomeço que se concluirá em três tempos mas, uma coisa é certa:
Mesmo que saibamos para onde caminhamos, não há nada como interrogarmo-nos sobre os caminhos que trilhamos e mesmo que uma enorme confiança ou fé, ou ambas nos norteiem ...!
Um beijinho e um óptimo Domingo com capacete ou sem ele
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Agosto de 2010
"...não há nada como interrogarmo-nos sobre os caminhos que trilhamos e mesmo que uma enorme confiança ou fé, ou ambas nos norteiem ...!"
absolutamente de acordo Jaime..
só a própria experiência, de cada um, trará, porventura, a evolução desejada...e esta nunca poderá ser "emprestada" através de conhecimentos de terceiros,
será sempre a vivência de cada um que promoverá uma evolução genuína e tudo dependerá de cada um..., precisamente, de como será processada essa interrogação..?! se o será..?!
beijinhos.
dulce ac
DULCE AC
Uma vez mais, minha Amiga,
E pronto, veio-me dar o impulso de publicar a segunda parte da Trilogia, a propósito do que escreve, de como será processada essa interrogação ou melhor, esse feixe de interrogações ...
E já de seguida, eis que as publico!
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Agosto de 2010
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