sábado, 20 de agosto de 2011

DE LER A ESCREVER - I -




O que leio, vendo oiço.
O que escrevo, ouvindo mostro dando a ver.
O que leio, conduz-me fisicamente da velocidade da luz à do som.
O que escrevo, pelo processo inverso, captando o som, aquilo que pensando oiço, leva-me fisicamente da velocidade do som à da luz.
Na escrita conjugam-se ambas, a velocidade da luz com a do som, estáticas, naquele ponto em que,  aparentemente inertes, se fixam.
O que se lê do que foi escrito é o ponto de encontro das  velocidades da luz e do som, numa simbiose encadeada que as  potencia ou que a ambas faz convergir numa só e que no cérebro se realiza!



mais depressa pelo binómio som/silêncio chego às estrelas do que de um escuro buraco consigo tê-las

( pequeno ensaio inspirado numa conversação privada tida com Fernando Madrinha no facebook )


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Agosto de 2011

2 comentários:

manuela baptista disse...

é um poema

tocata

tocado

pela lucidez do que se vê lendo
ouvindo a luz do que se escreve escuro é um buraco ponto cruzamento das estrelas

manuela

Linda Simões disse...

Jaime,

Escutando essa música,já nem sei mais o que poderia escrever...
É tão bom vir aqui e encontrar os amigos (Olá Manuela,beijão!)numa mistura de sons e silêncios,de palavras que aproximam mesmo com tanto mar... É impressionante como nos sentimos próximos de quem nos acolhe, nos abraça e compartilha momentos tão agradáveis, tão únicos.
O que falar aos que escrevem tão bem ?!

...

Abraço os queridos e reitero minha estima,


Linda Simões