domingo, 19 de maio de 2013

FEMININO / MASCULINO / NEUTRO


Pablo Picasso




Há mulheres que são boas mães.
Há homens que são bons pais.
Há-os que em simultâneo e na mesma pessoa são boas mães e bons pais.
Mas também os há, mulheres e homens, que não são nem boas mães nem bons pais.
Que quer dizer ser boa mãe ou bom pai?
Quererá dizer serem marcantes figuras femininas ou masculinas?
Tão marcantes que os filhos, em relação a elas, desenvolverão a sua líbido?
Tanto mais quanto num tempo em que, desejavelmente, prevalece a igualdade entre os géneros?
Que eu saiba, em relação a uma como ao outro, haverá um tempo, isso sim, em que os filhos os desejarão matar.
Matar no sentido psicológico de deles, mãe como pai, ganharem a sua própria autonomia e distanciamento.
O resto é conversa doentia que chega mesmo a assumir laivos de pura e libidinosa obscenidade e mesmo se sugerindo o contrário!
O feminino e o masculino bem como a neutralidade entre ambos estão em nós, em cada um de nós, independentemente das mães e/ou pais que tivemos.
De qualquer maneira, as figuras feminina e masculina estão, socialmente, omnipresentes e apenas a discriminação as amputa.
É disso mesmo que se trata, de à discriminação a contrariar!

E se Deus pai também fosse mãe?
Que o digam os santuários marianos!
Ou ambos, ou nenhum deles ou neutro?


a propósito da aprovação em curso, hoje dia 16 de Maio, na Assembleia da República de projetos de lei sobre a adoção e/ou a coadoção de crianças por casais homossexuais


Ich sah das Kind = se quer diser Vi a Criança, a língua alemã como outras goza, neste particular, da vantagem de gramaticalmente conhecer o género neutro e é desse género que a criança e, logo, nós todos o somos: três num só


CLARIFICAÇÃO  E  CONTEXTUALIZAÇÃO  DA  NOTA  FINAL  DE  RODAPÉ

( … )

Ich sah das Kind = se quer diser Vi a Criança, a língua alemã como outras goza, neste particular, da vantagem de gramaticalmente conhecer o género neutro e é desse género que a criança, em alemão, o é, como em francês, l’enfant, é dos dois géneros ou em português feminina donde, nós todos, em todas essas palavras expressas na dialética complementar interlinguística e, logo, nos vários géneros nos revemos: três num só

esta clarificação foi escrita no Domingo de Pentecostes, a festa do espírito que é de todos os géneros ou que a nenhum deles os conhece ou da Santíssima Trindade que desce sobre todas as línguas fazendo-as entenderem-se e que está, triangular, em todos nós



ei-Lo


Jaime Latino Ferreira
Estoril, escrito, publicado no facebook e corrigido entre os dias 16 e 19 de Maio de 2013



4 comentários:

Jaime Latino Ferreira disse...

ESQUIVA

Usar-se como argumento haver temas mais importantes do que este para se discutirem na Assembleia da República equivale, nos tempos que correm, a dizer-se que só aqueles que instam, pela sua premência, as instâncias políticas devem ser discutidos e que todos os outros não devem ser a ela chamados, forma encapotada e enviesada a que se chegou para se afirmar que nem com a adoção, nem com a coadoção por casais homossexuais se está de acordo.

Deste ponto de vista, nada do que extravasasse a espuma dos dias e fosse ao encontro da reflexão e decisão sobre questões de princípio poderia marcar a agenda da Casa da Democracia, amputando-a, deste modo e a ela também, duma das suas mais importantes dimensões.

Ou de quando aos princípios se sonegam e mesmo quando deles se faz … uma questão de princípio!

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Maio de 2013

manuela baptista disse...

e depois de Pentecostes,

que se entenda, que as crianças são educadas por pessoas, será feminino plural, mas que sejam excelentes

ki.ti disse...

Eu sou do género "chata que se farta"

e não vejo mal nenhum nisso.

Jaime Latino Ferreira disse...

KI.TI


Chata ou gata!?


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Maio de 2013