segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

EU NA MÚSICA, UM CICLO NOUTROS CICLOS INCLUÍDO

Mário Piçarra, meu dileto amigo e eu próprio, ambos cofundadores dos Terra a Terra






noutros ciclos incluído, 1, 2, 3 e 4, ainda aquele outro dos Terra a Terra, grupo coral e instrumental de recriação de música tradicional portuguesa a que me entreguei sendo que os temas que se seguem, entre muitos outros, foram todos recriados por mim e o último deles, Quem Ora Soubesse, uma composição integral de minha autoria feita em parceria com um Vilancete ou Chiste de Luís de Camões e tendo contado com a preciosa colaboração instrumental de Pedro Caldeira Cabral







primeiro álbum, 1980




segundo álbum, 1981




terceiro álbum, 1983




quarto álbum, 1985




ainda do quarto e último álbum, 1985











JLF
2014

a todos reconhecido, da esquerda para a direita, Vítor Amorim, Fernanda Lopes, Aníbal Madeira, António Júlio, Jaime Ferreira, Luísa Vasconcelos, Júlia Cruz e Mário Piçarra, os membros da banda no seu derradeiro formato, em fotografia original de Luís Pavão tirada na taberna A Floresta de Alcântara há muito desaparecida



domingo, 21 de dezembro de 2014

IMAGINE QUE NÃO HAVIA RELIGIÕES

Egon Schiele, The Holy Family, 1913





em tese



já para não falar no papel social que elas, quantas vezes, desempenham, na certeza de que religiões são uma coisa, toda a casta de oportunismos e fundamentalismos que os há em toda a parte, outra bem diferente, não foram elas e as superstições pululariam sem freio e à solta, o conhecimento científico, por isso mesmo e por paradoxal que possa parecer, não se teria desenvolvido e a música como as artes, também e já agora, das religiões progressivamente se autonomizando tal como a ciência e pesem todos os enormes custos, no processo da sua emancipação, sofridos mas vistas, contudo, em perspetiva, não teriam conhecido todos os impulsos que por sua via, das religiões, ao longo da História conheceram

sem religiões, a conceptualização e o raciocínio abstrato ou simbólico não passariam de miragens






congruente e uma vez mais, Boas Festas para todos






Jaime Latino Ferreira
Estoril, 21 de Dezembro de 2014



sexta-feira, 25 de julho de 2014

POLUPHŌNÍA (*)






(* poluphōnía = Polyphonie = polifonia = polyphony = polyphonie )



in diesem Sequenz gemahlt ▪ desenhado nesta sequência ▪ by this sequence designed ▪ dessiné dans cette séquence




NEUES GEDICHT


( über die drei letzte Posts von meinem Blog, 1, 2 und 3, alle in portugiesich geschriebt )

Schreiben
ist so wie schreien
so laut
daβ das Licht
gestaunt
stoppt
wie ertönt
und glaubt


POEMA  NOVO


( a propósito dos três últimos posts do meu blogue, 1, 2 e 3, todos escritos em português )


A escrita
é como quem grita
tão alto
que a luz tomada
por tamanho sobressalto
para
como entoa
e acredita


NEW  POEM


( about the last three posts of my blog, 1, 2 and 3, all written in Portuguese )


To write
is like to scream
so loud
that light
surprised as by a crowd
stops
as intones
believes


POÉME  NOUVEAU


( à propos des trois derniers posts de mon blog, 1, 2 et 3, tous écrits en portugais )


L’écriture
c’est comme un cris
si haut
que la lumière
prise par l’étonnement
arrête
comme entonne
et croit





 dédié à CBdedicated to CB dedicado a CBCB gewidmet





Jaime Latino Ferreira

Estoril, 25 de Julho de 2014



sexta-feira, 11 de julho de 2014

NUMERAÇÃO VERSUS PALAVRA

ao cair do pano, fotografia de Jaime Latino Ferreira





( na sequência de Só Mais e de Em Defesa Da Minha Página Anterior )


simétricas uma da outra, a volatilidade dos números está para a constância da palavra e esta última, pleonasmos à parte, tem sempre a última palavra sendo que a discussão pública, de tão inquinada pelos primeiros e com que resultados na economia real, vai-se tornando irrespirável


basta de pregos no caixão, disse











Jaime Latino Ferreira

Estoril, 11 de Julho de 2014



quarta-feira, 9 de julho de 2014

EM DEFESA DA MINHA PÁGINA ANTERIOR

enfoque, fotografia de Jaime Latino Ferreira






( esboço aqui a defesa da minha página anterior, Só Mais )


Luz e som são refrações de uma dimensão maior que envolve o espaço/tempo e que em nós, desdobrando-se, neles se cristalizam.
Não escrevo metafísica antes e se me é permitida a presunção, astrofisicamente.
A luz viaja a uma velocidade astronómica e à nossa escala inconcebível de, aproximadamente, 300 000 quilómetros por segundo;
O som, pelo contrário, viaja a uma velocidade que nós próprios, por via das velocidades supersónicas, já ultrapassamos de mais coisa, menos coisa, 1 200 quilómetros por hora.
Variando em função do meio em que se propagam, contudo e entre uma e a outra das velocidades, aparentemente, vai um abismo intransponível ou inultrapassável.
Tão intransponível como, quais Alice, termos o desplante de pretender atravessar para o outro lado do espelho.
A luz que nos chega do espaço, do Sol, por exemplo, tem uma décalage aproximada de oito minutos o que significa que se ele deixasse, neste momento, de brilhar, à sua luz a continuaríamos a ver durante mais esses tais oito minutos.
Quanto ao som, esse, confere, repito, confere à luz uma profundidade abissal.
A luz tem uma instantaneidade que só pode mesmo ser comparável à profundidade, isto é, à ancestralidade ou poder de antecipação, paradoxo nos termos, do som.
Tal como é legítimo estabelecer a nada inócua equação prévia que nesse meu texto formulei na sua primeira parte em Da Simetria das Simetrias, uma vez chegados ao reflexo da escrita …
Nela se condensa esse rubicão que a ambas as velocidades as invertendo, pelo som que na imagem ou luz da escrita, estática ou cristalizada se encerra, poderemos encontrar a via que nos conduza, literalmente, à conquista do espaço sideral.
Convenhamos que é chegado o tempo, mesmo em nome da nossa perpetuação, de nos concentrarmos na criação das condições de uma verdadeira Diáspora Global para a qual as nossas investidas, até hoje e perdoai-me, uma vez mais, a presunção, não passam de uma necessária, com certeza embora frustrante brincadeira.
Vamos atrás da luz errónea porque ilusoriamente sem que pela escrita nos demos conta de que à primeira a dominamos, poucos, aliás e com profundidade o conseguem fazer, porque é a escrita e não a matemática que antes de mais confere às coisas uma dimensão ou escala humanas situando-as no terreno, e embarcamos numa instantaneidade cada vez mais alucinante sem constatarmos de que o caminho é, precisamente, o inverso como a escrita, no seu ritmo próprio e acessível, humano, repito, logo o sugere:
Pelo som da escrita a domesticada luz como, aliás, a música, definição matricial que constitui a terceira parte do texto, o demonstra, porque é fácil demonstrá-lo, e reforça.
Falsas modéstias à parte, aqui têm o esboço da minha fundamentação e dizei-me se, enquanto síntese, a trilogia em apreço não é digna, como quantas e quantas outras que eu já escrevi, de merecer o maior dos destaques.
Até mesmo e nem que mais não fosse em nome das línguas, da escrita e da leitura ou da literacia tout court.


em si mesma, a escrita constitui um ato de libertação das malhas do espaço/tempo










Jaime Latino Ferreira

Estoril, 9 de Julho de 2014