terça-feira, 6 de setembro de 2011

SINAIS CONTRADITÓRIOS





Sinais contraditórios apontam num como noutro sentido …
Tão depressa parece caminharmos para a desagregação europeia, quiçá da própria moeda única como, nas entrelinhas desses mesmos sinais, razões há para ver, ao fundo, réstias de esperança.
Nos choques que, afinal, sempre estiveram presentes, eles não são de hoje embora assumam particular relevância em situação de crise profunda, a tensão entre o nacional e a integração plena, fazem-se sentir com particular acutilância e, contraditória, desperta sentimentos nacionalistas, xenófobos mesmo, de toda a ordem!
Afinal, integração pressupõe perca de soberania com tudo o que ela acarreta …
Perca de soberania económica, financeira, política mesmo …!
E, entre uma e a outra coisa, entre fragmentação ou reforço da união política, qualquer meio termo no processo de globalização como da própria integração europeia que uma vez posto em marcha foi aceite por todos, não há como retroceder.
Afinal, como soberano, no que aos povos da Europa verdadeiramente interessa, o que é que importa, verdadeiramente, salvaguardar?
Uma política económica ou uma política externa de Estados Nacionais encarados de per si!?
A política financeira ou … ou o quê!?
E que fazer prevalecer, a força centrípeta ou a centrífuga que à Europa, enquanto entidade política, a consolide ou fragmente de vez …!?
Os políticos nacionais habituaram-se a jogar em seu proveito e das suas clientelas, em desproveito, quantas vezes, da integração, conforme as suas apetências eleitorais de momento e, agora, encontram-se confrontados, todos eles (!), com a hora da verdade que é para isso que uma crise também serve!
Volto a perguntar:
De nacional, na Europa, o que é que importa, dos Estados Nação, verdadeiramente,  salvaguardar?
Respondo sem hesitar:
O bem estar dos seus povos e as suas identidades culturais!
Quanto ao resto …
… quanto ao resto, os políticos europeus e sejam quais eles forem, terão de deixar de persistir nas suas oportunísticas e danosas políticas que os fazem jogar, ambiguamente, nos dois tabuleiros em que teimosamente insistem conforme as suas conveniências de momento e que tanto têm emperrado, no que dissimulam e por muito europeus que se afirmem, a construção europeia.
No dia em que aos povos da Europa lhes for explicado, preto no branco, que a sua efectiva união política, apenas concorrerá no seu acrescido bem estar e na salvaguarda, simultânea, das suas identidades culturais, logo a começar pelas linguísticas, tudo passará a fazer outro sentido …
Fácil de escrever isto?
Pois é!
Mas sem claridade de objectivos e ainda que perspectivando a mais ou menos longo prazo, também nada poderá justificar os sacrifícios com que somos, global e irreversivelmente, confrontados!
E na construção do Edifício Europeu, não bastaram já as agora tão propagadas gorduras dos Estados Nacionais, quanto não há por assumir desde já e, na perspectiva da União, racionalizar de vez!?
Não por um mas por todos os Estados que a integram!



sem uma Europa unida, democrática e forte, também não há globalização democrática, quanto mais efectiva resolução da crise







Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Setembro de 2011

3 comentários:

Kika disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
manuela baptista disse...

Ariodante

o Rei da Escócia
a filha do rei
as amigas linguarudas

inventam enredos


o engano
a mentira
a traição
o duelo
a morte
o perdão

a arte de Handel e a união que só a música confere à vida

cada um na sua expressão e na universalidade de uma linguagem

a Europa, será um ganho

se na excelência, os políticos se expressarem

manuela

ki.ti disse...

Alguém falou em peixe??

huuum!