segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CAUSAS

em contraciclo, assim e abusivamente, legendo esta fotografia
 

 

Na situação de fortes e crescentes constrangimentos em que se vive, causas há que, julgando-se, estariam definitivamente na ordem do dia para não mais serem obliteradas tendem, no entanto, a ser remetidas ao limbo do qual, ainda há quem entenda, nunca deveriam ter saído.
A saber:
Somados aos direitos universais à educação, à saúde, ao trabalho e a uma segurança social condignas, a igualdade entre os géneros, os inalienáveis direitos das minorias, a importância das artes como valia cultural inexcedível, a Cultura lato senso considerada, a abnegada defesa da democracia representativa e o aprofundamento da democracia da qual os itens anteriores são sua parte integrante, a importância dos saberes de ponta mais ou menos técnicos ou científicos e as humanidades independentemente do seu impacto direto na economia, um desenvolvimento socioeconómico amigo do ambiente, em suma, assim resumiria as causas da felicidade possível que hoje, mais do que nunca, importa reafirmar.
Causas que ameaçam ser cilindradas pela voracidade impiedosa dos números que, encarados linearmente, a tudo o mais, num retrocesso inadmissível que o desemprego crescente e as dificuldades, fazendo-as esquecer, tendem a esmagar e a elas se impor.
Mais do que nunca importa manter bem altas estas bandeiras:
É em contraciclo que elas têm de ser, firmemente, hasteadas para que o futuro, nele incluído o dos números, se mantenha em aberto, mais aberto do que nunca.
Estas causas, em si mesmas, não são luxos antes a diferença entre civilização e barbárie.


os números não são uma verdade absoluta
 



Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Novembro de 2012
 
 
 

1 comentário:

manuela baptista disse...

e que estas causas

sejam o efeito de uma civilização mais humana e justa.