sábado, 10 de novembro de 2012

PENSAMENTOS ( IV )


 

NÃO  CONSIGO
 

Quando à dificuldade se acrescenta um não consigo, está-se a acrescentar dificuldade à dificuldade:


A dificuldade adicional de achar que à dificuldade não se consegue, em si mesma, resolver o que à ação ainda mais a dificulta.
 

 Mozart 

 

QUANTO  MAIS
 

Por vezes, muitas vezes, quanto mais se escreve menos se dá pelos erros do que foi escrito.


Daí a importância de uma revisão cuidada, distanciada e, se possível, independente daquilo que se escreve.
 

Incapaz, quantas vezes, no que escreve, o autor só vê aquilo que julga ver.
 

 Henze 

 

TRINDADE
 

Mesmo que não se acredite, todos nós somos três num só:


Eu, o outro sem o qual, eu próprio não faço sentido e um Outro, ainda, distanciado e equidistante dos primeiros e que a ambos, ao eu e ao outro, zelando por eles e com afinco, os sintoniza.
 

A esse Outro e dê-se-lhe o nome que se quiser dar, todos podemos chegar e a ele chegando, a nós nos aproxima uns dos outros.
 


 

A  ORQUESTRA,  O MAESTRO  E  A  MÚSICA


A relação que se tem de estabelecer entre cada aluna ou aluno, na dinâmica interpessoal entre a turma e a professora ou o professor, é equivalente àquela que tem de existir entre a orquestra em cada um dos elementos que a constituem, o maestro e a música.


Se o pano de fundo do silêncio nela não prevalecer e é ao maestro que por ele bem como pela emissão de som cumpre zelar, não estão criadas as condições que a cada qual e a todos, no seu conjunto, os permita fazer brilhar.


Não seja cumprida essa condição primordial, o pano de fundo do silêncio, mesmo o improviso tornar-se-á, ele também, não em música mas em ruidoso barulho e a orquestra não tocará devidamente.
 

 Bull 

 

CIDADANIA
 

O exercício da cidadania em tudo se assemelha ao exercício da música de conjunto.
 

Num como no outro, o cidadão como o músico têm de balancear-se com o conjunto a que pertencem de tal modo que, não perdendo a sua identidade, se integrem no grupo a que pertencem.
 

Proactivos têm de ouvir e dar-se a ouvir, não caótica mas ordenadamente, com aturada paciência e esperando sempre pelo momento certo.
 

A essa paciência também se lhe poderá chamar silêncio, um silêncio interior que não sendo sinónimo de passividade, empenhado que o é, interage, harmónico, positivo com o conjunto ou com a sociedade.
 


 

PENSAMENTO


Fixarmo-nos em pensamentos nobres ou elevados é, quantas vezes, a melhor maneira de não nos deixarmos esmagar pelo momento triturador que passa.
 

 

uma vez mais e ainda, aos meus alunos
 

 

Jaime Latino Ferreira
Estoril, 10 de Novembro de 2012
 
 
 

1 comentário:

manuela baptista disse...

ó alunos pensadores

acordai!

pelo menos no primeiro tempo de cada manhã...