Neste dia 1 de Dezembro em que se encerra a XIX Cimeira Ibero-Americana, em que, em Lisboa entra em vigor o Tratado de Lisboa que vem dar outra agilidade à União Europeia e em que, em simultâneo e sublinhem-se as coincidências não casuísticas (!), se celebra a Restauração da Independência de Portugal em 1640 e tudo isto tendo por pano de fundo e meta próxima a Conferência de Copenhaga sobre as alterações climáticas a ter lugar entre os dias 7 e 18 de Dezembro do ano que corre, importa reflectir sobre estes conceitos, autonomia e independência, reflexão que na modernidade se impõe como decisiva, estratégica mesmo.
Como sobreviver com qualidade de vida?
Independentes ou autónomos e em rede?
Eu coloco estas perguntas assim, interpelando cada uma das nossas consciências individuais porque só assim a reflexão se reporta, seriamente, a cada um de nós e ganha, desta forma, outra acutilância que, essa sim, nos interpela directamente e ajuda a perceber os ganhos que ao nível da superestrutura, das instâncias internacionais, afinal, já assume decisiva consciência e massa crítica.
Eu não sou independente mas antes sim, interdependente, dependo de terceiros e a mais não posso ambicionar senão à minha autonomia!
Ser livre não é fazer o que entender sem medir as consequências dos meus actos, até porque eles, em ricochete, digamos, se abatem, mais tarde ou mais cedo, positiva ou negativamente, sobre mim próprio.
Ser livre, verdadeiramente, é ser autónomo na medida em que se tal pressupõe direitos, estes estão indissociavelmente ligados aos deveres que tenha e logo no respeito pelo Outro, sem cuja resolução o direito à cidadania se restringe e condiciona sem verdadeira e crítica, ética, possibilidade de afirmação.
Eu sou autónomo como logo no uso das novas tecnologias se constata pela impossibilidade de comunicar que não seja em rede e essa rede é universal e vai muito para lá desta realidade que sendo virtual, apenas reflecte aquela que é global!
Na multilateralidade dos grandes espaços geográficos que se enraízem e tenham voz, numa só voz que os saiba balancear, a rede das nossas incontornáveis interdependências nas desejáveis autonomias que se constituam e afirmem, se poderão atalhar com verdadeira efectividade os elos fracos que à nossa sobrevivência, com a qualidade de vida herdada, possa garantir e sustentavelmente aprofundar, o que pressupõe, também, globalizar.
E na realização desse desidério, a Paz é incontornável!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Dezembro de 2009
10 comentários:
Esperando
que a Paz seja verdadeiramente incontornável
recordo que hoje, tantas datas num só dia,
também é o dia mundial da Sida.
Tal como nós, as doenças são cidadãs do mundo.
Manuela Baptista
"Ser livre não é fazer o que entender sem medir as consequências dos meus actos, até porque eles, em ricochete, digamos, se abatem, mais tarde ou mais cedo, positiva ou negativamente, sobre mim próprio."
Ser livre é sobretudo assumirmos responsabilidades e compromissos.
É interagirmos para o todo que também o é nosso, o bem comum!
Para o bem comum e inquestionável a sê-lo para todos: A PAZ!
E Manuela sim lembrarmos a Sida Sempre, em qualquer dia, onde for. É importante cada vez mais acautelá-la, e não pensarmos que só compete aos organismos responsáveis fazê-lo...
Podemos ajudar!
Um Olá (!) e já de seguida um grande Abraçinho para os dois Manuela e Jaime,
Dulce.
Amigos Jaime, Manuela e leitores,
Só para vos dizer que após quase uma hora a comentar os vossos trabalhos e a responder no meu próprio blogue, não sei porque carga de água, nada consegui inserir.
Em respeito aos meus olhos, já cansados, vou sair por agora.
Abraços,
José Ferreira
MANUELA BAPTISTA
Lembras muito bem como de há muito esta minha palavra de ordem bilingue sobre tão escaldante e pertinente tema:
PREVENIR A SIDA
PALAVRA É VIDA
PREVENT AIDS
WORD AID'S
Obrigado por me lembrares, um beijo
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Dezembro de 2009
DULCE AC
Dado o oportuno mote sobre a SIDA por minha mulher e acrescentando-lhe matéria de reflexão, deixo-Lhe a Si e a quem nos leia linhas de justificação da palavra de ordem bilingue que aqui aproveitei para retomar:
A palavra é dissuasora;
A palavra pode também ser invocada na assumpção ética que nos obriga a não termos duas ou mais caras na consideração que devemos ao Outro;
A palavra é um precioso auxiliar de comunicação;
A palavra é vida porque nela própria a vida, como anti-viral se contém podendo ajudar a conter a difusão da pandemia.
Não escrevo aqui sobre o preservativo que sei ser instrumental incontornável na prevenção e no alastrar da mesma embora encontre inúmeros obstáculos, civilizacionais, culturais, religiosos e outros pela frente, escrevo antes de uma atitude que tem de ter o Outro no centro e diante do qual me obriga ou deveria a eticamente obrigar a tê-lo na máxima consideração ao ponto de achar e não estou sozinho que este é, fundamentalmente, um problema de saúde que entronca na salvaguarda do respeito pelos direitos humanos!
Um beijinho para Si
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Dezembro de 2009
JOSÉ FERREIRA
Meu Caro,
Desejo-te, sinceramente, as melhoras, descansa e volta tão súbito quanto a saúde te permitir.
Não a forces, porém!
Um abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 1 de Dezembro de 2009
Jaime,
Mais palavras não são precisas por as ter já escrito
resta-me subscrevê-las na integra as que infra transcrevo:
"(...)escrevo antes de uma atitude que tem de ter o Outro no centro e diante do qual me obriga ou deveria a eticamente obrigar a tê-lo na máxima consideração ao ponto de achar e não estou sozinho que este é, fundamentalmente, um problema de saúde que entronca na salvaguarda do respeito pelos direitos humanos!"
Até amanhã!
Beijinhos.
Dulce
Jaime
OK!
MB
José
a internet às vezes tem destas coisas! Eu também já tenho perdido comentários...
se é que se pode perder semelhante coisa.
um abraço
e poupe-se!
Manuela
DULCE MANUELA E JOSÉ
Para as duas um beijinho repenicado e para o Zé uma afectiva e partilhada advertência quanto à tua saúde para que, repito, te poupes!
Boa noite para todos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 2 de Dezembro de 2009
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