Leslie Xuereb, Virgin and Child
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Na sequência da Trilogia de Natal, reflexão que se desenvolveu nas três páginas anteriores e que não se limita a ser de âmbito estritamente cultural, como se pouco, em si mesmo, o fosse já (!), dirijo-me agora a todos aqueles que consideram o casamento homossexual como um atentado à família:
1 - A família só se deixa atentar se não for instituição suficientemente forte e logo, susceptível de se deixar contaminar e corroer;
2 - Contaminar e corroer porquê (!?), então ela não tem a consistência e sustentabilidade, a força capaz de a fazer acolher em si mesma e contra todas as manifestações de descrença, porque de verdadeiras manifestações de descrença na Família e no Presépio se tratam e já para não dizer de xenofobia (!), todas as formas de organização familiar que apenas pela diversidade e através do crivo do amor a possam vir a enriquecer e logo também, fortalecer!?
3 - Não será uma paranóia da carne e ofuscação da vista, um preconceito social e cultural também, o achar-se que duas pessoas só se podem amar quando de sexos diferentes e de acordo com uma determinada morfologia, isto é, de acordo com aquilo que, estritamente, pela carne e pela descriminação, afinal, tolda, cega, esteriliza e ofusca!?
4 - Repito, não é o Paradigma do Presépio tudo menos aquilo que se convencionou considerar uma família normal quer à luz dos cânones de hoje como dos de ontem e como dos de sempre e quer ainda numa perspectiva religiosa como estritamente cultural que seja!?
5 - E, finalmente, basta de obsessões e tanto mais quanto não se poderá considerar exemplar, longe disso (!), o comportamento de tantos membros da hierarquia da Igreja que por esse mundo, à palma da obsessão paranóica, misógena, pela carne, ao Menino o têm, e de que maneira (!), profanado, a começar pelos coros de castrati que ao clero e ao próprio Papa os extasiavam e já para não falar dos abusos de pedofilia, de todos eles, afinal, interpelando e exigindo uma outra atitude da Igreja impregnada que tenha de estar de contrição e de verdadeira humildade e caridade cristã numa abordagem outra que à família tenha, necessariamente, de fazer e mesmo em nome do estancar da deserção que em relação a ela, Igreja, em crescendo se acentua.
Escreve quem pelo Amor e no reencontro com Deus, até aqui chegou ...
Basta de piedosismos pagãos que a outro nome, embora recoberto pela vacuidade, inanidade de um deus ausente, eu não encontro!
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Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Dezembro de 2009
Thomas Hager, Father and Child
11 comentários:
REFLEXÃO INTERPELADA
O maior atentado à família é a própria família, porque é no seu seio que se perpetuam e sempre se perpetuaram os maiores abusos relativamente às crianças e às mulheres e em relação aos homens, que também os há, vítimas de mau trato físico e sobretudo psicológico.
Não há um modelo ideal de família, há um padrão idealizado e que ao longo dos séculos tem sido protegido pelo Estado e pela Igreja.
Se a sagrada família é o exemplo, de que em três, exitiam quatro, porque Jesus é filho de Deus e José, lá por não ser pai biológico, não é menos pai, também a vida adulta de Cristo é o paradigma da família que ele escolheu: os doze que não o largaram, até e após a sua morte.
O Estado deve permitir o casamento de pessoas do mesmo sexo e salvaguardar os seus direitos e deveres,
a hierarquia da Igreja, sempre alheada dos problemas concretos de cada um de nós, mantenha a sua inflexibilidade porque também eu lhe reconheço esse direito. Não lhe reconheço é o direito de me julgar e condenar.
Quanto ao pavor que tanta gente demonstra pela provável adopção de crianças pelos casais homosexuais, ponham a mão na consciência e interroguem-se porque é que com o modelo existente de pai e mãe, há tanta criança abandonada, maltratada,
violentada,
abusada,
milhares de processos em que os pais divorciados as disputam como mercadoria e os centros de acolhimento estão a abarrotar de meninos sem amor.
A hipocrisia nunca foi o meu forte!
Quanto aos crimes cometidos pelo clero deveriam ser todos julgados e não protegidos pela igreja para que não se julgasse a parte pelo todo!
...
E agora dá-me tréguas que ainda é Natal!
Vai brincar com o comboizinho que o menino Jesus te deu...
...
A música é lindíssima!!!
Manuela
MANUELA,
assino embaixo!
...
LINDA SIMÕES
MANUELA BAPTISTA
Tréguas
Não é a mim, desculpa-me, que me tens de pedir tréguas antes sim ao clamor de vozes que por aí se levantam já, nem o próprio dia de Natal a isso nos poupou (!), a preparar e a incentivar ofensivas e abaixo assinados referendistas esses sim bloqueadores de lúcidas reflexões que à temática que no Parlamento deva ser discutida e resolvida a bloqueiem fazendo sangrar fracturas sociais que artificialmente se alimentem!
Quanto ao mais ...
... onde está, afadigo-me mas não o encontro, o comboizinho que o Menino Jesus me deu!?
Se é metáfora, explica-ma então!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Dezembro de 2009
LINDA SIMÕES
Minha Querida,
Explique-me então:
Assina por baixo o quê?
O texto da Manela, o meu ou os dois!?
Ou também acha que devo ir brincar com o comboizinho que, acredite, ainda não encontrei!?
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Dezembro de 2009
em busca do comboio perdido!
em cada natal
há um comboio perdido
a carruagem do que se sonhou
a que se desejou
e a carruagem onde tivemos lugar
depois o comboio inicia a sua marcha
longa
tortuosa
às vezes vai depressa
outras mais devagar
nem todos o vêem
ou o ouvem apitar
mas ele está sempre lá
em cada lugar
...
e então?? a Linda não pode assinar em baixo??
Não vês
que, se assina em baixo,
também assina por cima!!
Porque o que eu disse, já tu o tinhas dito por outras palavras...
Manuela
Olá Linda!
já se livrou dos despojos do natal?
Manuela
ESTE MEU COMBOIO DOS SONHOS
Este meu blogue é um comboio
Cada página uma estação na qual uma nova carruagem lhe é acrescentada
Cada caixa de comentários os passageiros que nela se sentaram fora os que nas estações o ficaram a ver passar
Quando iniciou a sua marcha mal sabia ele do ritmo que viria a adquirir
Há mais quem o veja e o oiça e discretamente se reserve na sua distância mais ou menos calculada
Aqui nesta carruagem vamos por enquanto três, a Linda, tu e eu e parece que sobre ela se abate um esmagador silêncio, não sei se de anuência, se de cumplicidade ou de reprovação que, no entanto, não ousa manifestar-se
Entretanto, por cima e por baixo, subscrevemo-nos uns aos outros e a Linda desmoe a consoada
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 26 de Dezembro de 2009
Eita!
Estou aqui e faço minhas as suas palavras,Jaime querido,e as da Manuela,que são na mesma linha linha de pensamento...!
Eita!
E obrigada pela visita ao meu blog!
...
Manuela
Os despojos do Natal?
...
????
...
Abração ao dois
... E não vim aqui por conta das visitas, que só vão embora depois da virada do ano...
Estou com saudade daqui...
Beijinhos aos dois
LINDA SIMÕES
Minha Querida,
Eu sei, então não sei (!?), sei mesmo que não vem aqui por conta das visitas ...!
Consigo sei mesmo mais:
Sei que Lhe posso dizer que me é difícil dispersar por muitos outros blogues já que aqui partilho o que tenho partilhado Convosco!
Entende-me, não me entende!?
Gosto muito de Si, um beijo
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Dezembro de 2009
TRÊS PASSAGEIROS
Três passageiros
nesta carruagem
são três
onde estarão os outros
afogados nos seus quês
Três passageiros
circulam
por aqui
Onde estão outros
porquês
se nada dizem
gostava
de saber o que ao silêncio
os fazem
cingir-se
sem quês
Três passageiros
dão cara
ao silêncio sem porquês
se o deverei entender
afirmativo sem nês
Se nada dizem gostava
de saber o que os impede
de terem coragem à vez
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 27 de Dezembro de 2009
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